Le Message
Le Message (em português, A mensagem[1]) é um conto de Honoré de Balzac, publicado em 1832 na Revue des Deux Mondes. Faz parte de sua Comédia Humana. Na primeira edição de 1833 por Mame-Delaunay, o título Le Message desaparece para dar lugar a uma reunião de duas narrativas. Associada a La Grande Bretèche sob o título de Le Conseil (O Conselho), o texto volta a ser uma narrativa autônoma por ocasião da sua publicação por Béchet (1834). Reencontra-se nas Cenas da vida privada da edição Furne de 1842. EnredoO parágrafo com que Balzac abre esse conto curto é sugestivo do que vem à frente: "Sempre tive o desejo de contar uma história simples e verdadeira, no decorrer da qual um jovem e sua amante fossem tomados de pavor e se refugiassem um no coração do outro, como duas crianças que se achegam ao encontrar uma serpente na orla de um bosque." Trata-se da história de dois viajantes que tomam a diligência de Paris a Moulins e viajam no tejadilho. Os dois homens simpatizam um com o outro e conversam sobre suas amantes mais velhas. Mas a diligência tomba, matando um dos dois. Não se sabe seu nome nem do narrador que conta a história em primeira pessoa. Antes de morrer, o acidentado incumbe seu companheiro de uma missão: buscar na sua casa as cartas de amor que sua amante, Juliette (Julieta na edição brasileira organizada por Paulo Rónai), condessa de Montpersan, lhe havia escrito e devolver a ela. O narrador, chegando ao castelo de Montpersan, consegue falar a sós com Julieta, mas, observando a inquietude em seu semblante, perturbado pelo desgosto que vai causar, não ousa anunciar diretamente a notícia e mente. Ela pressente a verdade:
Ela desaparece por um tempo, até ser encontrada, aos soluços ("eram soluços, choros de criança, mas mais penetrantes, mais dolorosos"),[3] num celeiro. Seu marido, ocupado em satisfazer sua gulodice, não se inquieta com a ausência dela, e se contenta com a explicação de que a esposa sofrera de uma indisposição "atribuída aos incômodos naturais da mulher". Já o narrador é profundamente tocado pela expressão de desespero daquela mulher apaixonada:
Ao final, Julieta, tendo percebido a pobreza do mensageiro, num sinal de simpatia, encontra um subterfúgio para lhe emprestar o dinheiro necessário ao seu retorno a Paris, encarregando-o de outra mensagem. Segundo Paulo Rónai no Prefácio, "a pureza do desenho, a dosagem admirável dos pormenores, a mistura feliz do cômico e do trágico, da ironia e da emoção [...] fazem desse conto de poucas páginas uma obra-prima do gênero." ReferênciasLigações externas |