Lúcia Machado de Almeida
Lúcia Machado de Almeida (OAL) (Santa Luzia, 09 de maio de 1910 — Indaiatuba, 30 de abril de 2005) foi uma escritora brasileira. Foi uma escritora de livros infanto-juvenis de sucesso, principalmente entre os jovens dos anos 1980, que são editados até hoje. O livro O Escaravelho do Diabo, de sua autoria, é um dos livros mais vendidos da Coleção Vaga-Lume e foi adaptado para o cinema em 2016.[1] BiografiaLúcia nasceu em 1910 na fazenda Nova Granja, então Santa Luzia, hoje o município de São José da Lapa, em Minas Gerais. Lúcia foi a única filha entre os 11 filhos de Virgílio Machado e Marieta Monteiro Machado.[2] Era irmã de Cristiano Machado, que foi candidato à Presidência da República, nas eleições de 1950 e cujo nome batiza uma das principais vias de Belo Horizonte e de Aníbal Machado (1894-1964), também escritor, além de dramaturgo. Lúcia era tia de Maria Clara Machado (1921-2001) e do professor, entomólogo e escritor Ângelo Machado (1934-2020).[3] Lúcia estudou no tradicional Colégio Santa Maria, um internato em Belo Horizonte, onde teve contato com a cultura francesa, que posteriormente foi fundamental para concretizar a vinda da Aliança Francesa para a capital mineira. Por conta dessa influência Lúcia receberia a comenda de Cavaleiro da Ordem das Artes e das Letras. Um de seus principais mentores na escrita foi seu irmão, Aníbal.[2][3] CarreiraO começo da carreira de Lúcia na imprensa começou ao escrever a página feminina no jornal Folha da Noite, do qual o sergipano Alberto Deodato era o diretor. Na época, entrevistada sobre questões femininas, ela defendeu os valores e os papéis tradicionais então atribuídos à mulher. Posteriormente, em meio aos recortes de jornais e revistas, Lúcia escreveu Meu Deus, como eu era atrasada no recorte desta entrevista.[2][4] Casada com Antônio Joaquim de Andrade e Almeida, o apartamento do casal, no Edifício Niemeyer, na praça da Liberdade, era conhecido informalmente como "Embaixada de Minas", devido aos convidados ilustres que por lá transitavam nas reuniões e festas para a elite intelectual mineira, como o pintor Alberto da Veiga Guignard. O casal também viajou com o casal Jean-Paul Sartre e Simone de Beauvoir para Ouro Preto na passagem de Simone no Brasil. Reuniões literárias com jovens escritores também aconteciam no apartamento de Lúcia.[4] Lúcia foi jornalista por 60 anos, escrevendo em jornais e revistas, como ‘O Cruzeiro’, além de ser ativa em várias instituições culturais. Correspondia-se com frequência com vários escritores como Cecília Meireles, Érico Veríssimo e Carlos Drummond de Andrade.[3][4] Seu primeiro livro foi No Fundo do Mar, de 1943. Em 1951, ela publicou O Caso da Borboleta Atíria, então pela Melhoramentos, depois arrendado pela Coleção Vaga-Lume. Dois anos depois, publicaria um de seus livros mais famosos, O Escaravelho do Diabo. Pela Coleção Vaga-Lume Lúcia publicaria os livros: Spharion (1979), Aventuras de Xisto (1982), Xisto no Espaço (1982) e Xisto e o Pássaro Cósmico (1983), a maioria voltada para o público infanto-juvenil.[3][4] Dos livros direcionados ao público adulto, destacam-se a trilogia sobre cidades mineiras, Ouro Preto, Sabará e Diamantina.[4] MorteLúcia morreu em 30 de abril de 2005, aos 95 anos, em Indaiatuba, no estado de São Paulo, devido a uma pneumonia[2], enquanto passava alguns dias com uma de suas filhas. Deixou duas filhas, netos e bisnetos.[4] Ela foi sepultada no Cemitério Gethsêmani, em São Paulo.[5] Na mídiaEm 2016, seu livro O Escaravelho do Diabo foi adaptado para o cinema sob a direção de Carlos Milani e com o ator Jonas Bloch no elenco.[4] Publicações
Prêmios
(Apud: Spharion, Aventuras de Dico Saburó, São Paulo, Ed. Ática, 4ª ed.) Referências
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