Guerra Civil Afegã (1992–1996)
A fase da Guerra Civil do Afeganistão que durou de 1992 a 1996 começou com a renúncia do presidente comunista Mohammad Najibullah. Isso permitiu a entrada dos grupos de mujahidins em Cabul. O que se viu a seguir foi uma guerra entre as várias facções e etnias para decidir quem iria tomar o poder. Em determinado momento, a capital Cabul e o resto do país estavam divididos em vários fragmentos, dominados por diversos grupos. Entre abril de 1992 e maio de 1993, havia uma aliança entre as forças da Sura-e Nezar, liderada por Ahmad Shah Massoud, com o General Abdul Rashid Dostum, que liderava forças oriundas do norte do país e o Hezb-e Wahda, que agrupa militantes xiitas. Do outro lado, havia a outra aliança liderada pelo Hezb-e Islami (Partido do Islã), que agrupava militantes oriundos do sul do país liderados por Gulbuddin Hekmatyar. A partir de maio de 1993, passou a existir uma nova configuração das alianças: de um lado a Shura-e Nezar, todos os comandantes pertencentes à Jamiat-e Islami (Sociedade do Islã), incluindo Ismael Khan, que governava a Província de Herat e outros grupos menores; do outro lado as forças lideradas pelo General Abdul Rashid Dostum, o Hezb-e Islami e o Hezb-e Wahdat, que agrupava militantes xiitas. Embora não tenha havido nenhuma autoridade central efetiva no período compreendido a partir de abril de 1992, os líderes das principais facções em guerra ocupavam cargos em um governo dividido e ineficaz. Gulbuddin Hekmatyar foi o primeiro-ministro até o final de 1994 e Borhannudin Rabbani do Jamiat-e Islami era o Presidente do Estado Islâmico do Afeganistão. Durante a maior parte de 1994 uma aliança de grupos mujahideen liderados pela Jamiat-e Islami manteve o controle da maior parte de Cabul, e a aliança de oposição liderada pelo Hezb-e Islami controlava outras partes da capital. Outros grupos, aliados a um dos blocos principais, controlavam o resto do país; onde existiam estruturas quase-governamentais. A partir de fevereiro de 1995, surge uma nova força política, conhecida como o Taleban (estudantes religiosos), que rapidamente tomou o controle de nove das 30 províncias do Afeganistão. Alguns observadores acreditavam que o Taliban era apoiado pelo Paquistão e pela Arábia Saudita. Uma de suas conquistas mais significativas, foi a captura, em fevereiro de 1995, da sede do Hezb-e Islami em Charasyab, ao sul de Cabul.[2] Essa etapa da guerra civil só foi terminada quando o Taliban, uma organização extremista, assumiu o controle de facto de mais da metade do Afeganistão (incluindo a própria capital Cabul), conquistada em 27 de setembro de 1996.[3][4] Em 1996, os fundamentalistas do Taliban formaram um novo regime chamado de Emirado Islâmico do Afeganistão que, embora não reconhecido internacionalmente, exercia a real autoridade sobre boa parte do território afegão, impondo à população uma visão estrita da Charia, lei islâmica, nas regiões que controlavam. O governo deposto fugiu para o norte e formou uma frente de resistência aos extremistas que dominavam a nação, chamada de Aliança do Norte, na província de Jowzjan, que fica na fronteira tríplice entre o Afeganistão, Turcomenistão e o Uzbequistão.[5] Crimes de GuerraO Projeto Justiça para o Afeganistão, destaca os seguintes incidentes dentre os possíveis crimes de guerra que deveriam ser investigados durante o período compreendido entre 1992 e 1996:
Referências
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