Conflito de Qatif
O conflito de Qatif refere-se às tensões sectárias e a violência no leste da Arábia Saudita entre muçulmanos árabes xiitas e a maioria árabe sunita, que governa a Arábia Saudita desde o início do século XX. O conflito engloba distúrbios civis que ocorrem esporadicamente desde os eventos de 1979, protestos pró-democracia e pró-direitos humanos e incidentes armados ocasionais, que aumentaram em 2017 como parte dos distúrbios em Qatif em 2017.[4][5][6] AntecedentesDesde que Al-Hasa e Qatif foram conquistados e anexados ao Emirado de Riade em 1913 por Ibn Saud, os xiitas na região sofrem opressão do Estado. Ao contrário da maioria da Arábia Saudita, Qatif e grande parte da Província Oriental tem uma maioria xiita e a região também é de importância fundamental para o governo saudita uma vez que possui a maior parte das reservas de petróleo sauditas, bem como a principal refinaria saudita e o terminal de exportação de Ras Tanura, que está situado perto de Qatif.[7] HistóriaRevolta de 1979A revolta em Qatif de 1979 foi um período de distúrbios civis sem precedentes que ocorreram em Qatif e Al-Hasa, no final de novembro de 1979. O conflito foi descrito como uma violência sectária entre a minoria xiita e a maioria sunita na Arábia Saudita e o início da fase moderna do conflito na região. Repressão em 1979-1983Após a revolta de 1979, as autoridades sauditas se envolveram em perseguições sistemáticas aos ativistas xiitas em Qatif, com cerca de 182 a 219 mortos em 1983 (incluindo os eventos de 1979).[8] Protestos da Primavera Árabe (2011-2012)Os protestos sauditas de 2011-2012, que fizeram parte da Primavera Árabe, tiveram início com a Revolução Tunisiana de 2011. Esses protestos começaram com uma autoimolação em Samtah [9] e protestos de rua de Jeddah no final de janeiro de 2011.[10][11] As manifestações contra a discriminação aos xiita se seguiram em fevereiro e tiveram início de março em Qatif, Hofuf, Al-Awamiyah e Riade.[12][13] Um organizador no Facebook do "Dia da Fúria", planejado para 11 de março[14], Faisal Ahmed Abdul-Ahad, foi supostamente morto pelas forças de segurança sauditas em 2 de março com várias centenas de pessoas protestando em Qatif, Hofuf e al-Amawiyah no mesmo dia.[15] Em 2011, Nimr al-Nimr encorajou seus apoiantes a uma resistência não-violenta.[16] Controvérsia da execução de Nimr al-NimrEm 15 de outubro de 2014, al-Nimr foi condenado à morte pelo Tribunal Criminal Especializado por "buscar 'interferência estrangeira' na [Arábia Saudita], 'desobedecendo' seus governantes e pegar em armas contra as forças de segurança". Said Boumedouha, da Amnistia Internacional, declarou que a sentença de morte era "parte de uma campanha das autoridades da Arábia Saudita para esmagar toda a dissidência, incluindo aqueles que defendem os direitos da comunidade muçulmana xiita no Reino". Distúrbios em 2017Os distúrbios em Qatif em 2017 ocorrem na região de Qatif (dentro da Província Oriental da Arábia Saudita) entre o governo saudita e os militantes xiitas. Teve início em maio de 2017 após um incidente, no dia 12 de maio, quando uma criança e um jovem paquistanês foram assassinados.[17] Ver tambémReferências
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