A Força Aérea Italiana (em italiano: Aeronautica Militare), é a força aérea da República da Itália (Repubblica Italiana). A Força Aérea foi fundada como um ramo independente das forças armadas em 28 de março de 1923 por Victor Emmanuel III da Itália como a Regia Aeronautica (Força Aérea Real). Depois da Segunda Guerra Mundial, quando a Itália virou uma república por referendo, a Regia Aeronautica recebeu o nome atual. Ela teve um papel promissor na moderna história militar da Itália e seu time de exibição acrobático é a Frecce Tricolori.
História
Primeiros momentos e Primeira Guerra Mundial
A Itália é uma das nações que possuem uma das mais antigas tradições no campo da aviação. Em 1884, o Exército Real Italiano (Regio Esercito) foi autorizado a equipar-se com seu próprio componente aéreo, o Serviço Aeronáutico (Servizio Aeronautico), operou balões com base em Roma.
Em 1911. missões de reconhecimento e bombardeio durante a Guerra ítalo-turca pelo Servizio Aeronautico representou a primeira vez em que veículos mais pesados que o ar foram usados em algum conflito armado.
Regia Aeronautica e Segunda Guerra Mundial
Em 28 de março de 1923, a Força Aérea Italiana foi fundada como um serviço independente por Vítor Emmanuel III do Reino da Itália. Essa força armada era conhecida como Regia Aeronautica (força aérea real). Durante os anos 1930s, a inexperiente Regia Aeronautica esteve envolvida nas suas primeiras operações, primeiro na Etiópia em 1935 e depois na Guerra Civil Espanhola entre 1936 e 1939. Depois de um período de neutralidade, a Itália entrou na Segunda Guerra Mundial em 10 de junho de 1940 ao lado da Alemanha. A Regia Aeronautica conseguiu implementar mais de 3 000 aeronaves, entretanto menos de 60% delas estavam operacionais. Ela lutou das estepes congeladas da União Soviética à areia do deserto do Norte Africano, perdendo homens e máquinas.
Depois do armistício de de 8 de setembro de 1943, a Itália foi dividida em dois lados e o mesmo destino caiu sobre a Regia Aeronautica. A força aérea foi dividida na Força Aérea Italiana Co-Beligerante no sul alinhada com os aliados e a Aeronautica Nazionale Repubblicana no norte pró-eixo até o fim da guerra. Ao fim das hostilidades, em 8 de maio de 1945, foram abertos os portões para o renascimento da aviação militar da Itália.
O nascimento da Aeronautica Militare e a Guerra Fria
Um voto popular pelo povo italiano resultou no fim do Reino da Itália e o estabelecimento da República Italiana em 18 de junho de 1946. Assim sendo, a Regia Aeronautica perdeu a sua designação de "Real" e se tornou a Aeronautica Militare, um nome que continuou a ser usado desde então.
O Tratado de Paz de Paris de 1947 colocou severas restrições em todas as forças armadas italianas, mas então o o estabelecimento da OTAN em 1949, com a Itália como membro fundador, trouxe a necessidade da modernização de todas as Forças Armadas Italianas, incluindo a Força Aérea Italiana. Ajuda militar dos Estados Unidos foi enviada pelo Mutual Defense Assistance Program (Programa de Mútua Assistência de Defesa), trazendo a introdução de aeronaves de fabricação dos EUA como o P-47 Thunderbolt e o P-51 Mustang, ambos sendo aeronaves de caça com propulsão à hélice. Em 1952, a Força Aérea italiana recebeu caças a jato pela primeira vez, F-84G Thunderjets e F-86D Sabre, também de fabricação norte americana. A indústria de aviação italiana renascente também começou a desenvolver e produzir alguns projetos engenhosos próprios, como o Fiat G91 e o Aermacchi MB-326, o Piaggio Aero P.166 e a linha de helicópteros da Agusta-Bell.
O primeiro caça supersônico a servir a Força Aérea Italiana foram os F-104 Starfighters que eram produzidos por um grupo de várias empresas europeias do ramo aeronáutico que incluiam Messerschmitt-Bölkow-Blohm, Dornier, Fiat, Fokker, and SABCA. Durante os anos 1970s, a Força Aérea Italiana adquiriu aviões militares de transporte táticos como Aeritalia G222 feitos na Itália e os modernos C-130 Hercules, capazes de carregar cargas ou para-quedistas. Também recebeu novos aviões F-104S Starfighters pela Lockheed-Aeritalia para os propósitos de ataques ao solo e defesa aérea;
Um empurrão para expandir a indústria aeronáutica italiana foi o projeto trilateral que levou ao desenvolvimento do Panavia Tornado, avião destinado as funções de caça-bombardeiro e defesa aérea, projetado ao lado da Alemanha Ocidental e o Reino Unido. Ele foi um projeto de grande desenvolvimento e produção. Aviões Tornado ainda estão em serviço com os três países originais do projeto e alguns outros mais. Além disso, companhias italianas trabalharam junto com a Embraer do Brasil no desenvolvimento e produção do AMX International AMX, uma aeronave de ataque de menores dimensões.
Fim da Guerra Fria a 2013
Em 1990, depois da invasão do Iraque ao Kuwait, a Itália juntou-se as forças da coalizão e pela primeira vez em 45 anos pilotos e aeronaves italianas foram designados para operações de combate. Com a necessidade de substituir os obsoletos F-104 Starfighters, a Itália juntou-se novamente com o Reino Unido e Alemanha para o desenvolvimento do Eurofighter Typhoon. Com o Eurofighter Typhoon ainda a alguns anos da introdução em serviço, em 1994, 24 versões de defesa aérea do Panavia Tornado foram alugados do Reino Unido por um período de 10 anos. Os Tornados ADV serviram como caça interceptadores para suplementar e então substituir os antigos F-104 Starfighters. O último F-104 italiano foi retirado de serviço em 2004.
Conflitos armados na Somália e Moçambique e na Península Balcânica próxima levaram a Força Aérea Italiana a ser tornar uma das participantes de forças aéreas multinacionais, como a força da OTAN sobre a antiga Iugoslávia. Essa última, estando a apenas a alguns minutos voando ao leste da Península Italiana, e os comandantes em chefe da Força Aérea Italiana logo viram a necessidade de melhorarem as defesas aéreas italianas.
Os Eurofighter Typhoons estavam originalmente programados para entrarem em serviço no início do ano 2000, mas isso não aconteceu a tempo. Então a Força Aérea Italiana precisou procurar por um substituto para a versão de defesa aérea do Panavia Tornado que o governo italiano havia alugado do Reino Unido. A concessão estava expirando em 2004 e o governo não queria pagar o grande custo da extensão da concessão. Assim sendo, o governo italiano alugou 34 caças polivalentes F-16 Fighting Falcon em concessões multi anuais dos EUA. O último desses caças foi retornado aos Estados Unidos em maio de 2012, seguindo a aquisição de um número suficiente de Eurofighter Typhoons pela força aérea por um período de vários anos. Esses typhoons servirão primeiramente como caças de defesa aérea depois de finalmente terem substituído todos os F-104s, F-16s e Panavia Tornado ADVs.
A capacidade de transporte aéreo da Força Aérea Italiana foi melhorada com a aquisição de 22 aviões de transporte táticos C-130J americanos e 12 Alenia C-27J Spartans, que substituíram todos os G222s. Em 2003 a Força Aérea Italiana estendeu as capacidades de guerra terrestre em pequena escala pela unidades de forças especiais. Isso foi feito formando a 17º Stormo Incursori ("17 Ala de operações especiais"), também conhecida como RIAM, Reparto Incursori Aeronautica Militare (Grupo Assaltante da Força Aérea). Essa unidade é focada primariamente em missões como assaltos em componentes aéreos baseados em solo, em controle aéreo da linha de frente e operações de busca e resgate de combate.[2]
A Força Aérea Italiana opera um grande número de aeronaves de diversos tipos, dos quais 209 são aviões de combate.[3] As aeronaves de fabricação local, sob licença ou em parceria com outras nações (como o Eurofighter Typhoon) representam a maior parte da frota da Aeronautica Militare.
O F-35, de fabricação americana, a aeronave mais avançada a serviço da força aérea italiana.
Stato Maggiore Aeronautica Militare (Estado-Maior da Força Aérea) em Roma[5]
Comando della Squadra Aerea (Comando da Flota Aérea) em Roma.
Comando logistico dell'Aeronautica Militare (Comando logístico da Força Aérea) em Roma
Comando 1 Regione Aerea (Comando da 1º Região Aérea(Norte da Itália)) em Milão
Comando delle Scuole Aeronautica Militare - 3ª Regione Aerea (Comando das Escolas da Força Aérea- 3º região aérea (Sul da Itália))) em Bari
Comando da Flota Aérea
O Comando da Flota Aérea (Comando della Squadra Aerea ou CSA) controla todas as unidades operativas, a inteligência, capacidade de guerra eletrônica e a sede operacional da força aérea. O CSA assegura que unidade é equiapada, treinada e preparada para o combate e os controla durante as missões de combate.
Comando da Flota Aérea em Roma
Comando Operazioni Aeree (Comando de Operações Aéreas) em Poggio Renatico
Comando delle Forze da Combattimento (Comando das Forças de Combate) em Milão
Comando delle Forze di Supporto e Speciali (Comando das Forças Especiais e de Suporte) em Roma
9º Brigada Aérea de inteligência, vigilância, aquisição de alvos e reconhecimento-guerra eletrônica (I.S.T.A.R.-E.W.) na Base Aérea Pratica di Mare
Comando de Operações aéreas
O Comando Operativo delle Forze Aeree(Comando de Operações Aéreas ou COFA) conduz todas as operações da Aeronautica Militare. O COFA controla todas as instalações de radar militares da Itália e seuGruppo Riporto e Controllo Difesa Aerea coordenada o controle da defesa d espaço aeroespacial da Itália. Se necessário o COFA pode diretamente empregar e comandar todas as unidades do Comando da Flota Aérea.
Comando Operativo Delle Forze Aeree (Comando operativo das Forças Aéreas) em Poggio Renatico
Centro de Operações Aéreas Italianas (ITA-AOC) em Poggio Renatico
Reparto Preparazione alle Operazioni (Regimento de Preparação de Operações Especiais - RPO) em Poggio Renatico
Centro de Controle Aéreo, Centro Reconhecido de Fotografia Aérea e Posto de Fusão de Sensoriamento (ARS) em Poggio Renatico
Reparto Supporto e Servizi Generali (Regimento de Suporte e Serviços Gerais) em Poggio Renatico
Reparto Mobile di Comando e Controllo (Regimento Móvel de Comando e Controle) na Base Aérea Bari
Servizio di Coordinamento e Controllo dell'AM (Serviço de Controle e Coordenação da Força Aérea- S.C.C.AM) em Ciampino (Gerenciamento de tráfego aéreo)
81º Centro Addestramento SAR (81º Centro de Treinamento de Busca e Resgate de combate) na Base Aérea Cervia operando helicópteros AgustaWestland 139A e AgustaWestland AW101A
82º Centro C/SAR (82º Centro de Busca e Resgate de combate) at Base Aérea de Trapani operating AgustaWestland 139A helicopters
83º Gruppo C/SAR (83º Centro de Busca e Resgate de combate) na Base Aérea Cervia Air Base operando helicópteros AgustaWesland 139A
84º Centro C/SAR (84º Centro de Busca e Resgate de combate) na Base Aérea de Gioia del Colle operando helicópteros AgustaWestland 139A
85º Centro C/SAR (85º Centro de Busca e Resgate de combate) na Base Aérea de Pratica di Mare operando helicópteros AW 139A
387ª Squadriglia Collegamenti (387ª Esquadrilha de Comunicação), na Base Aérea de Grazzanise, operando helicópteros AgustaWesland 101
615ª Squadriglia Collegamenti (615ª Esquadrilha de Comunicação), na Base Aérea de Cervia, operando helicópteros NH 500 NE
672ª Squadriglia Collegamenti (672ª Esquadrilha de Comunicação), em Salto di Quirra, operando helicópteros AB-212
415º Gruppo STO (415º Esquadrão de Suporte Técnico)
515º Gruppo SLO (515º Esquadrão de Suporte Logístico)
915º Gruppo Efficienza Aeromobili (915º Esquadrão de Manutenção)
88º Gruppo A/S (88º Esquadrão Anti submarino) operando 2 ATR 72 MP
441º Gruppo STO (441º Esquadrão de Suporte Técnico)
541º Gruppo SLO (541º Esquadrão de Suporte Logístico)
941º Gruppo Efficienza Aeromobili (941º Esquadrão de Manutenção)
641ª Squadriglia Collegamenti (641ª Esquadrilha de SAR e Comunicação)
Centro Addestramento Equipaggi (Centro de Treinamento da Tripulação)
9º Brigada Aérea (I.S.T.A.R.-E.W.)
9th Intelligence, Surveillance, Target Acquisition and Reconnaissance - Electronic Warfare (I.S.T.A.R.-E.W.) Brigada Aérea na Base Aérea de Pratica di Mare
Malizia, Nicola. F-47D "Thunderbolt" (Aviolibri Records n.6) (Bilingual Italian/English). Rome, Italy: IBN Editore, 2005. ISBN 88-7565-021-7.
Mattioli, Marco. Lockheed P-38 Lightning in Italian Service, 1943-1955 (Aviolibri Records n.4) (Bilingual Italian/English). Rome, Italia: IBN Editore, 2004. ISBN 88-7565-010-1.