Em meados do ano de 1995, a Alenia e Lockheed Martin iniciaram discussões para melhorar o projeto do avião G.222 da Alenia, utilizando o glass cockpit do C-130J e também uma versão mais potente do motor T64G já utilizado pelo G.222 a qual utilizava hélices de três pás.
Em 1996, iniciou-se um programa para um G.222 melhorado, denominado C-27J; Tal designação vem da derivação da sigla C27A adotada pelos EUA para o emprego do avião G.222. Em 1997, a Alenia e a Lockheed Martin formaram a Lockheed Martin Alenia Tactical Transport Systems (LMATTS) para desenvolver o novo modelo C-27J. O projeto mudou para se utilizar o motor Rolls-Royce AE 2100 já utilizados pelo C-130J Super Hercules e que faz uso de hélices de seis pás. Outras mudanças empregadas no novo projeto foram o uso de sistemas MIL-STD-1553 totalmente digitais e arquitetura aviônica, e um compartimento de carga atualizada para uma maior uniformidade[4]. Com isso o C-27J teve um aumento de 35% no seu alcance e uma velocidade de cruzeiro 15% mais rápida comparados com o antigo G.222.
O C-27J voou pela primeira vez em 24 de setembro de 1999. Dois meses depois, a Força Aérea Italiana se torna o primeiro cliente do C-27J, realizando uma encomenda de 12 Spartans. Na época, o C-27J tinha um preço básico de US$ 24 milhões. O programa de certificação contou com mais de 400 horas de testes de voo durante pelo menos 1 ano. A aeronave recebeu a certificação civil da Autoridade Italiana de Aviação Civil no Paris Air Show em junho de 2001. A certificação militar ocorreu no final do mesmo ano, em 20 de dezembro de 2001[5].
Variantes
AC-27J Stinger II
O AC-27J é uma variante multimissão armado com canhão e que foi proposto para a Força Aérea dos Estados Unidos com a função de dar apoio a tropas terrestres e substituir os envelhecidos Lockheed AC-130. O AC-27J seria equipada com câmeras full-motion e utilizado para apoiar infiltrações secretas e outras operações terrestres, armada com um canhão de 30 ou 40 milímetros e o emprego de munições guiadas com precisão (PGM – Precision Guided Munition), como por exemplo o uso de bombas GBU-44/B Viper Strike.
EC-27 "Jedi"
Em 2010, a Força Aérea Italiana anunciou o lançamento de um pacote de guerra eletrônica para sua frota de C-27 no âmbito do programa de interferência e instrumentação de defesa eletrônica (JEDI). Uma das capacidades anunciada para a aeronave era a interferência nas comunicações de rádio e, em particular, dos detonadores remotos comumente usados em dispositivos explosivos improvisados (IEDs)[6]. Em 2015 foi informado que um novo sistema "Jedi 2" aprimorado estava sendo desenvolvido para fornecer maiores capacidades de guerra eletrônica.
HC-27J
O HC-27J é uma variante modificada para vigilância e destinada para a Guarda Costeira dos Estados Unidos. Um total de 14 aeronaves C-27J foram convertidos para o padrão HC-27J a fim de realizar tarefas de patrulha marítima, vigilância, busca e resgate de médio alcance, interceptação de tráfico de drogas e emigrantes, e para missões de socorro a desastres. A última aeronave foi entregue em Outubro de 2017 para a Guarda Costeira dos EUA[7].
MC-27J
O MC-27J é uma variante para fins multimissão, incluindo Comando e Controle, Comunicações, Inteligência, Vigilância, Reconhecimento (C3-ISR), Inteligência de Sinais (SIGINT) e operações de Apoio ao Combate[8]. A Força Aérea Italiana converteu três C-27Js para o padrão MC-27Js em 2016.
Força Aérea do Peru: Realizou a encomenda de 2 aeronaves em Novembro de 2013[15]. A partir de 2023 a Força Aérea Peruana deverá adquirir mais 2 aeronaves, totalizando 4 aviões[16].
Força Aérea do Turquemenistão: Adquiriu 2 aeronaves C-27J sendo que a primeira unidade foi entregue em Junho de 2021. As aeronaves estão sediadas no Esquadrão N.º 37 da base aérea de Ashkhabad Bezmein, em Asgabade[20].
Força Aérea da Zâmbia: Adquiriu 2 aeronaves C-27J em 2015, tendo as entregas ocorridas no final do ano de 2018 e substituindo as antigas aeronaves BAe 748S[21].
↑«Enhancing Tactical Transport Capabilities»(PDF). Paper presented at the RTO SCI Symposium (em inglês). Alenia Aerospazia and Lockheed Martin. Consultado em 8 de janeiro de 2024. Arquivado do original(PDF) em 4 de maio de 2016