Festival Eurovisão da Canção 1973
O Festival Eurovisão da Canção 1973 (em inglês: Eurovision Song Contest 1973 e em francês: Concours Eurovision de la chanson 1973) foi o 18º Festival Eurovisão da Canção, realizado em 7 de abril de 1973 no Luxemburgo. Helga Guitton foi a apresentadora do concurso dessa noite. Anne-Marie David venceu o Festival desse ano representando o Luxemburgo com a canção "Tu te reconnaîtras", com a maior pontuação já alcançada na Eurovisão sob qualquer formato de votação, registando 129 pontos de 160 possíveis; pontuando pouco abaixo de 81% do máximo possível, mas em parte devido a um sistema de pontuação que garantiu a todos os países pelo menos dois pontos a cada outro país.[1] Depois do sucedido no ano anterior nos Jogos Olímpicos de Munique, o festival de 1973 foi marcado pela tónica da segurança, devido a ameaças terroristas por parte de grupos palestinos. O motivo para essa segurança relacionou-se com Israel, o primeiro país não europeu a participar, participar pela primeira vez no Festival Eurovisão da Canção. Pela primeira vez na história do concurso, membros de uma família real governante estavam presentes no salão. A câmera mostrou vários membros da família real, como a princesa Maria Astrid, o então princesa herdeiro Henrique e a princesa Margarida. LocalMais sobre a cidade anfitriã : Luxemburgo (cidade)
O Festival Eurovisão da Canção 1973 ocorreu na capital do Luxemburgo. A cidade do Luxemburgo é uma comuna de Luxemburgo com status de cidade, pertencente ao distrito de Luxemburgo e ao cantão de Luxemburgo. Luxemburgo é uma cidade muito desenvolvida em seu comércio e nas indústrias. Luxemburgo é uma das cidades mais ricas da Europa e tornou-se um importante centro financeiro e administrativo. A cidade do Luxemburgo contém várias instituições da União Europeia, incluindo o Tribunal de Justiça Europeu, o Tribunal de Contas e o Banco Europeu de Investimento. O festival em si realizou-se no Grand Théâtre de Luxembourg, inaugurado em 1964 como Théâtre Municipal de la Ville de Luxembourg, é uma das maiores salas de espetáculos do país para teatro, ópera e ballet.[2][3] Passou por obras de renovação em 2002–2003, resultando em melhorias substanciais nas instalações de tecnologia de palco, acústica e iluminação. FormatoA regra que obrigava os países a participar com canções interpretadas na sua língua oficial foi abandonada, daí que alguns países como a Suécia tenham escolhido cantar em inglês e não na sua língua materna. Pela primeira vez, foi permitido que fosse utilizado playback instrumental, desde que os instrumentos também estivessem a ser tocados em palco. Isso foi levantado por Cliff Richard, representando o Reino Unido, que queria que playback instrumental fosse utilizado para que os seus músicos não precisassem de atuar, o que causou alguma controvérsia.[4] Monique Dominique tornou-se a primeira mulher a dirigir a orquestra, pela Suécia. Nurit Hirsch, de Israel, tornar-se-ia alguns mnuitos depois a segunda mulher a dirigir a orquestra.[5] VisualO vídeo introdutório mostrava os pontos turísticos do Luxemburgo, seguidos de um resumo dos preparativos para a competição. A orquestra tocou a partitura de "Après Toi", a música vencedora do ano anterior. A câmera terminou com uma foto de Vicky Leandros, vencedora da edição de 1972, sentada na sala ao lado de seu pai, Leo Leandros. A apresentadora foi Helga Guitton, que falou aos espectadores em francês, inglês e alemão, acrescentando duas saudações em luxemburguês.[5] A orquestra foi conduzida por Pierre Cao.[5] O palco tinha uma cor cinza uniforme. A orquestra estava na arquibancada, colocada na parte de trás do palco, atrás dos artistas. Estes últimos faziam a sua entrada por um pórtico, decorado com um medalhão representado pelo leão luxemburguês. O conjunto consistia em dois pódios circulares, sendo o da esquerda reservado para os coristas, o da direita para os maestros. O lado esquerdo do palco foi decorado com seis colunas de vidro contendo buquês de flores. Durante as apresentações, o pórtico foi iluminado por peças de luz. Como no ano anterior, não havia cartões postais. A câmera mostrou apenas uma foto dos artistas tiradas durante os ensaios. O intervalo foi ocupado pelo palhaço Charlie Rivel.[6] Foi anunciado por Helga Guitton como "a grande diva Carlotta Rivelo". Disfarçado de cantora de ópera, vestido com um vestido de paetês vermelho e um gigantesco chapéu, Charlie Rivel parodiou um recital de diva caprichosa. Seu pianista começou a dar à diva uma rosa que ela não podia sentir o cheiro. Ela então recebeu a tampa do piano em sua mão direita e começou a chorar. Depois veio uma discussão com o pianista e um concerto de trompa, emitido pelo opulento peito da diva. Parecia então que ela, não tendo colocado óculos, não conseguia decifrar sua pontuação. O recital finalmente começou, brevemente interrompido por uma queda do pianista, assustado por um grito da diva, depois pela perda da partitura, jogado no chão num momento de emoção e depois lido para trás. A diva acaba se perdendo em suas anotações e um de seus seios, estourando, concluindo o intervalo. Controvérsias e incidentesO evento foi assinalado por um escândalo, com a canção da Espanha "Eres tú" ser acusada de plágio, sugeriu-se que essa canção não era mais que uma cópia da canção que representara a Jugoslávia em 1966 ("Brez besed" interpretado por Berta Ambrož. Apesar das acusações, o certo é que a canção não foi desqualificada. Tem-se referido que a sua não desqualificação deveu-se a razões políticas, por a Espanha de Franco ter mais poder do que a Jugoslávia de Josip Broz Tito. A canção terminou em segundo lugar e tornou-se um enorme sucesso internacional. Curiosamente a censura evitou que na Espanha se tivesse conhecimento destes factos. A letra da canção de Portugal "Tourada" era uma crítica implícita à decadente ditadura que então vigorava no país. Ainda hoje não se sabe como é que os censores, tão zelosos quase sempre, não compreenderam a mensagem da canção. Depois do sucedido no ano anterior nos Jogos Olímpicos de Munique, o festival de 1973 foi marcado pela tónica da segurança, devido a ameaças terroristas por parte de grupos palestinos. O motivo para essa segurança relacionou-se com Israel, o primeiro país não europeu a participar, participar pela primeira vez no Festival Eurovisão da Canção. A Irlanda também esteve em destaque nesta edição. A cantora, Maxi, teve um grande desentendimento com o maestro, pois a orquestra estava a tocar muito rapidamente. Por essa razão, chegou a temer-se que a cantora desistisse. Por isso, a RTÉ chamou ao Luxemburgo a cantora Tina Reynolds, para a substituir. Contudo, chegou-se a acordo e Maxi representou a Irlanda, não sendo preciso a presença de Tina Reynolds.[4] VotaçãoCada país enviou dois membros do júri, um com mais de 25 anos e o outro com menos de 25 anos (com pelo menos dez anos de diferença entre as idades), com ambos a pontuar cada país (exceto o seu próprio) com uma pontuação entre 1 e 5 pontos. O júri ficou instalado nos estúdios da Villa Louvigny. O supervisor no local delegado pela EBU foi Clifford Brown, que repetia cada vez em francês o número de votos e o total de votos para cada país. Durante a votação, a câmera fez vários close-ups dos artistas. Em particular, Anne-Marie David e Mocedades apareceram. A votação ficou marcada pelo jurado sénior da Suíça, com os seus gestos a fazerem rir os seus colegas.[7] Participações individuaisPredefinição:Participações Individuais ESC1973 ParticipaçõesMalta esteve para participar, tendo inclusive sido colocada como o 6º país a atuar. Contudo, desistiu devido aos fracos resultados dos anos anteriores.[8] Festival
ResultadosOs países votaram em blocos de 3 (Finlândia, Bélgica e Portugal; Alemanha, Noruega e Mónaco...). Assim, ordem de votação no Festival Eurovisão da Canção 1973, foi a seguinte:[9]
Resultados por blocos
Resultados acumulados
10 pontosOs países que receberam a pontuação perfeita de 10 pontos foram os seguintes:
MaestrosEm baixo encontra-se a lista de maestros que conduziram a orquestra, na respectiva actuação de cada país concorrente. Monica Dominique e Nurit Hirsh foram as primeiras mulheres a dirigirem a orquestra na história da Eurovisão. Artistas repetentesEm 1973, os repetentes foram:
Transmissão do FestivalPaíses participantesPaíses não participantes
Referências
Notas
Ligações externas |