Emergência hipertensiva
Emergência hipertensiva, anteriormente designada por hipertensão maligna, é uma emergência médica grave de aparecimento súbito geralmente associado a pressões sistólica superiores a 180 mm Hg e diastólicas superiores a 120 mm Hg causando comprometimento de outros órgãos. Frequentemente, compromete o sistema nervoso central, coração, pulmões e rins. [1] Não confundir com urgência hipertensiva, outro tipo de crise hipertensiva, mas que não gera comprometimento de outros órgãos e pode ser tratada em casa com medicação oral. CausasCerca de 26% da população adulta mundial é hipertensa. Destes, entre 1% e 2% dos pacientes com hipertensão arterial crônica desenvolvem, em algum momento, um quadro de urgência hipertensiva ou emergência hipertensiva. Estas condições afetam mais homens que mulheres. [2] Apesar de 71,6% dos hipertensos fazerem tratamento específico para a condição, apenas 46,5% mantêm a pressão arterial bem controlada. Sendo assim, a principal causa das crises hipertensivas é a suspensão brusca de medicamentos anti-hipertensivos como clonidina ou betabloqueadores (propanolol, atenolol, carvedilol...).[3] Outra causa é o uso de drogas vasoconstritoras como cocaína, metanfetaminas, anfetaminas e fenciclidina. Danos aos órgãos associados à emergência hipertensiva podem incluir[4][5]:
Sinais e sintomasNa maioria das vezes não há sintomas específicos da hipertensão. Entre os sinais e sintomas mais comuns estão[6]:
DiagnósticoEm pacientes com pressão sanguínea muito elevada é essencial diferenciar a emergência hipertensiva (que deve ser imediatamente tratada no hospital) da urgência hipertensiva (que pode ser tratada em casa). Deve-se fazer uma avaliação dos antecedentes relacionados à hipertensão, medicações usadas, doenças cardiovasculares conhecidas, consumo de drogas e dos sinais e sintomas que o acompanham.[7] O exame físico inicial deve incluir[8]:
Os exames complementares devem incluir[8]:
TratamentoDeve ser tratado no hospital para redução gradual da hipertensão durante as primeiras 12-24h desde o diagnóstico. Várias classes de agentes anti-hipertensivos podem ser usadas, com escolha dependendo da etiologia da crise hipertensiva, da gravidade da elevação da pressão arterial e da pressão arterial habitual do paciente antes da crise hipertensiva. Não se deve reduzir a hipertensão em mais de 25% durante a primeira hora, pois a queda súbita pode causar isquemia cerebral, cardíaco ou renal.[9] Na maioria dos casos, é recomendado a administração intravenosa de nitroprussiato de sódio (0,25 µg/kg/minuto) ou labetalol (20 a 80 mg a cada 10 minutos) para reduzir a pressão arterial em 10% por hora até alcançar valores menores a 160mmHg por 110mmHg. Nitroglicerina (5 a 20 μg/min) é a primeira opção em caso de insuficiência cardíaca. O ritmo deve ser controlado por uma bomba de infusão. [10] Além disso, uma cirurgia de emergência deve ser considerada nos casos de emergência hipertensão resistente devido à insuficiência renal em estágio terminal, nefrectomia ou embolização da artéria renal.[11] Referências
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