Clonidina

Estrutura química de Clonidina
Clonidina
Aviso médico
Nome IUPAC (sistemática)
N-(2,6-diclorofenil)-4,5-diidro-1H-imidazol-2-amina
Identificadores
CAS 4205-90-7
ATC C02AC01
PubChem 2803
DrugBank APRD00174
Informação química
Fórmula molecular C9H9N3Cl2 
Massa molar 230.093 g/mol
Farmacocinética
Biodisponibilidade 75-95%
Ligação a proteínas 20-40%
Metabolismo hepático a metabolitos inativos
Meia-vida 12-33 horas
Excreção Na urina (40-50%)
Considerações terapêuticas
Administração Oral ou transdérmica
DL50 ?

A clonidina é um agonista adrenérgico de ação direta do receptor adrenérgico α2, prescrito historicamente como agente anti-hipertensivo. Foram encontrados novos usos, incluindo o tratamento de alguns tipos de dor neuropática, desintoxicação por opioides, hiperidrose do sono e usos fora de indicação, para neutralizar os efeitos secundários dos medicamentos estimulantes como o metilfenidato ou as anfetaminas[carece de fontes?]. Se está convertendo num tratamento mais aceito para a insônia, assim como para aliviar os sintomas da menopausa[carece de fontes?]. A clonidina, está sendo cada vez mais utilizada em conjugação com estimulantes para tratar o déficit de atenção com hiperatividade (TDAH), em que é administrada na parte da tarde ou à noite para ajudar a dormir e também porque modera a condução impulsiva e opositiva associada ao TDAH e pode reduzir os tiques.[1] A clonidina também pode ser usada na Síndrome de Tourette.[2]

A guanfacina, uma medicação mais recente com perfil farmacodinâmico similar, também é utilizada no tratamento destas condições.[3][4][5][6]

Indicações

O uso principal deste medicamento é o tratamento da hipertensão. Atua estimulando certos receptores cerebrais (do tipo alfa-2 adrenérgico) que por sua vez relaxam os vasos sanguíneos de outras partes do corpo, promovendo a vasodilatação. Tem especificidade pelos receptores pré-sinápticos α2 no sistema vasomotor do SNC. Esta união inibe a produção de norepinefrina, diminuindo desse modo a atividade simpática, predominando a atividade parassimpática.

Usos aprovados pela FDA

Este medicamento também pode ser usado para aliviar os sintomas da síndrome de abstinência associado ao uso crônico de narcóticos, álcool e nicotina. Além disso, a clonidina também é usada para as dores de cabeça migratórias, sufocamentos associados à menopausa e transtorno do déficit de atenção e hiperatividade (TDAH).[7][8]

A clonidina é prescrita regularmente aos dependentes de opiáceos, para aliviar a síndrome de abstinência. É usada principalmente para combater a resposta do sistema nervoso central à abstinência de opiáceos, isto é, taquicardia e hipertensão nos primeiros dias de abstinência.[9] Ajuda também a eliminar o suor, sufocamento e inquietude geral. Possui também efeito sedante.[10]

Efeitos adversos

A clonidina pode causar tonturas, enjoo, boca seca, desmaios e constipação. Também pode provocar hipotensão. Pode também causar a inibição do orgasmo na mulher.[11]

Farmacodinâmica

A clonidina é um agonista dos receptores centrais α-adrenérgicos com maior afinidade por receptores α2 que por α1. estimula seletivamente os receptores cerebrais que atuam como sensores dos níveis sanguíneos de catecolamina. Estes receptores encerram um ciclo de feedback negativo, que começam com as ordens dos nervos simpáticos que descendem do cérebro e que controlam a produção de catecolaminas, epinefrina e norepinefrina na medula das supra-renais.

Interações

A clonidina por atuar sobre os receptores α2 na forma agonista, reduz a liberação endógena de insulina, aumentando os requerimentos no tratamento da diabetes tipo I.

Absorção e distribuição

A clonidina é bem absorvida após administração oral, e a sua biodisponibilidade atinge quase 100%. A concentração máxima no plasma e o efeito hipotensor máximo são observados em 1-3 h após uma dose oral. A meia-vida de eliminação varia de 6-24 h, com média de 12 h.[12]

Referências

  1. National Institute of Neurological Disorders and Stroke (2002). "Methylphenidate and Clonidine Help Children With ADHD and Tics".
  2. Schapiro NA. "Dude, you don't have Tourette's": Tourette's syndrome, beyond the tics. Pediatr Nurs. 2002 May-Jun;28(3):243-6, 249-53. PMID 12087644
  3. Gormley, Lyndsay; Turner, Amber; Freeland, Kathryn (janeiro de 2014). «Clonidine and guanfacine IR vs ER: Old drugs with "new" formulations». Mental Health Clinician (em inglês). 4 (1): 22–26. ISSN 2168-9709. doi:10.9740/mhc.n186955 
  4. Seedat, Y. K. (6 de abril de 1985). «Clonidine and guanfacine--comparison of their effects on haemodynamics in hypertension». South African Medical Journal = Suid-Afrikaanse Tydskrif Vir Geneeskunde. 67 (14): 557–559. ISSN 0256-9574. PMID 3887593 
  5. Physician, A. Board-Certified. «Is Clonidine a Good Medication for Treating ADHD?». Verywell Mind (em inglês). Consultado em 19 de outubro de 2019 
  6. «Medscape em português – Informações e recursos para médicos | Medscape em português». login.medscape.com. Consultado em 19 de outubro de 2019 
  7. «Clonidine Oral Uses». Web MD 
  8. «Clonidine». Drugs.com 
  9. . AJ Giannini. Drugs of Abuse--Second Edition. Los Angeles, Practice Management Information Corporation,1997.
  10. AJ Giannini, I. Extein,MS Gold, ALC Pottash, S. Castellani. Clonidine in mania. Drug Development Research. 3:101-105,1983.
  11. Hossmann V; Maling TJ, Hamilton CA, Reid JL, Dollery CT. (1980). «Sedative and cardiovascular effects of clonidine and nitrazepam». Clin Pharmacol Ther. 28 (2): 167–76. PMID 7398184 
  12. Goodman, Gilman (2012). As Bases Farmacológicas da terapêutica. Porto Alegre: AMGH Editora Ltda. p. 296