Eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1964
As eleições estaduais no Rio de Janeiro em 1964 ocorreram em 3 de maio como resultado da cassação do governador Badger da Silveira e do vice-governador João Batista da Costa no contexto político do Regime Militar de 1964.[1] Abrupta, a troca do governo fluminense ocorreu em questão de horas, pois no dia anterior os deputados estaduais aprovaram o impeachment do governador, o qual teve os direitos políticos suspensos logo depois pelo Ato Institucional Número Um.[2] A conjuntura política de então impediu a posse do vice-governador, motivo pelo qual o deputado Cordolino Ambrósio, presidente da Assembleia Legislativa, assumiu o poder até a escolha de novos titulares para o Palácio do Ingá. Fluminense de Cantagalo, Paulo Torres sentou praça na Escola Militar do Realengo em 1921, matriculando-se no curso de Infantaria. Preso e expulso da referida escola por sua participação no Tenentismo, foi reintegrado à vida militar graças ao triunfo da Revolução de 1930, cursou a Escola de Aperfeiçoamento de Oficiais e formou-se em Ciências Jurídicas e Sociais pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. Com a instauração do Estado Novo, foi nomeado prefeito de Teresópolis em 1938 pelo interventor Amaral Peixoto, mas deixou o cargo após um ano.[3][4] Aluno da Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, integrou a Força Expedicionária Brasileira durante a campanha na Itália durante a Segunda Guerra Mundial, retornando à ECEME com o fim do conflito. Especialista em paraquedismo, foi comandante do 3º Regimento de Infantaria em Niterói em 1952.[5] Chefe do Departamento Federal de Segurança Pública (DFSP) durante a crise aberta com o Atentado da Rua Tonelero e encerrada em menos de vinte dias com o suicídio do presidente Getúlio Vargas em 1954, foi nomeado governador do então território federal do Acre pelo presidente Café Filho no ano seguinte,[nota 1] mantendo o posto até ser exonerado por Juscelino Kubitschek em 1956. Tornou-se general de brigada, assumindo o comando do Núcleo da Divisão Aeroterrestre de paraquedistas militares em 1960, ano onde assumiu também a presidência do Clube Militar, cursando a Escola Superior de Guerra em 1962.[5] Transferido para Manaus em outubro do mesmo ano, assumiu o comando do Grupamento de Elementos de Fronteira e depois o Comando Militar da Amazônia, o qual deixou em setembro de 1963. Nomeado chefe do estado-maior do I Exército após a instauração do Regime Militar de 1964, no entanto foi exonerado após eleger-se governador do Rio de Janeiro por via indireta em 3 de maio de 1964, assumindo o cargo três dias depois. Para vice-governador foi eleito Simão Mansur, o qual antes fora vitorioso para deputado estadual via UDN em 1950, 1954, 1958 e 1962, acumulando este último mandato com o seu cargo no Poder Executivo. Em 15 de junho de 1964, no entanto, ele teve o mandato cassado e o cargo de vice-governador ficou vago até a eleição de Teotônio Araújo no ano seguinte.[6][nota 2] Resultado da eleição para governadorConvocando sessões extraordinárias de forma sucessiva, os deputados alteraram o regimento interno da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro e assim elegeram indiretamente os titulares dos cargos vacantes. Houve 52 votos a favor da chapa vitoriosa, além de um voto contrário e uma abstenção.
Eleito
Resultado da eleição para vice-governadorAdvogado formado pela Universidade Federal Fluminense em 1939, Teotônio Araújo nasceu em Campos dos Goytacazes. Sua estreia na política ocorreu pela UDN ao eleger-se deputado estadual em 1947 e 1950. Após migrar para o PDC, renovou o mandato em 1954, 1958 e 1962.[7] Eleito vice-governador pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro em 8 de abril de 1965, tomou posse no mesmo dia ao obter 44 votos nominais, sendo registrados dois votos em branco.
Eleito
Notas
Referências
|
Portal di Ensiklopedia Dunia