Eleições estaduais no Amazonas em 1986
As eleições estaduais no Amazonas em 1986 ocorreram em 15 de novembro, como parte das eleições no Distrito Federal, em 23 estados e nos territórios federais do Amapá e Roraima.[nota 1][1][2] Foram eleitos o governador Amazonino Mendes, o vice-governador Vivaldo Frota e os senadores Fábio Lucena e Carlos Alberto de Carli, além de oito deputados federais e vinte e quatro estaduais. Quatro nomes disputaram o pleito, mas a vitória foi de Amazonino Mendes, candidato apoiado pelo governador Gilberto Mestrinho.[3][nota 2] Nascido em Eirunepé, o advogado Amazonino Mendes graduou-se em Direito pela Universidade Federal do Amazonas em 1969 e trabalhou no escritório de Ary Franco.[4] Embora tenha participado do movimento estudantil, estabeleceu-se como empresário da construção civil antes de ingressar na vida pública.[4] Foi diretor-auxiliar do Departamento de Estradas de Rodagem durante o primeiro governo Gilberto Mestrinho, que em sua segunda passagem pelo Palácio Rio Negro o nomeou prefeito de Manaus em 1983, elegendo-se governador do Amazonas em 1986.[5] Nascido em Boca do Acre, o advogado Vivaldo Frota diplomou-se em 1953 na Universidade Federal do Amazonas. Professor, consultor jurídico na Comissão de Estradas de Rodagem do estado e funcionário do Departamento de Polícia, tornou-se delegado de Ordem Política e Social, chefe de polícia e exerceu os cargos de chefe da Casa Civil e secretário de Justiça no primeiro governo Gilberto Mestrinho.[6] Quando Plínio Coelho assumiu o cargo de governador pela segunda vez, Vivaldo Frota tornou-se auditor do Tribunal de Contas do Estado em 1963.[7] Presidente da seccional amazonense da Ordem dos Advogados do Brasil entre 1967 e 1969,[6] ingressou na ARENA e figurou na primeira suplência de deputado federal em 1974, elegendo-se para o cargo em 1978.[8][9] Quando o pluripartidarismo retornou, em 1980, escolheu o PDS foi reeleito em 1982.[10] Mesmo votando contra a Emenda Dante de Oliveira em 1984 e em Paulo Maluf no Colégio Eleitoral em 1985,[11][12] elegeu-se vice-governador do Amazonas via PFL em 1986,[13] e assumiu o poder quando Amazonino Mendes renunciou a fim de eleger-se senador em 1990.[14] Resultado das eleições para governadorO Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas contabiliza 499.027 votos nominais (88,28%), 46.237 votos em branco (8,18%) e 20.019 votos nulos (3,54%) resultando no comparecimento de 565.283 eleitores.
Eleito
Biografia dos senadores eleitosFábio LucenaNatural de Barcelos, o bancário e jornalista Fábio Lucena elegeu-se vereador em Manaus pelo MDB em 1972. Em virtude de sua postura enquanto parlamentar, respondeu a um processo baseado na Lei de Segurança Nacional[15][16] por críticas ao prefeito manauara, Franklin Lima, e ao governador amazonense, João Walter de Andrade. Absolvido em 15 de julho de 1975, reelegeu-se vereador em 1976 e foi candidato a senador numa sublegenda do MDB, mas perdeu, por estreita margem, para a chapa da ARENA liderada por João Bosco de Lima.[17][nota 3] Com a criação do PMDB em 1980, ingressou no partido, foi eleito senador em 1982 e votou em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985.[12] No pleito de 1986, a disputa pelas vagas na Câmara Alta do Parlamento ficou marcada por um casuísmo, visto que embora Fábio Lucena tivesse o mandato em curso por ter sido eleito em 1982, ele resolveu disputar um novo mandato ainda com o antigo em curso e foi "reeleito" de modo extemporâneo.[18] A ideia original seria que ele e seus suplentes renunciassem, ocasionando uma eleição suplementar na qual Gilberto Mestrinho seria ungido senador. Entretanto, Leopoldo Peres não renunciou, fazendo com que os planos de eleger Mestrinho dessem errado.[19] Em 1º de fevereiro de 1987, Fábio Lucena renunciou ao mandato obtido em 1982 em favor de Leopoldo Peres para, em questão de minutos, assumir o mandato conquistado em 1986.[nota 4] Entretanto, a morte do mesmo em 14 de junho de 1987, resultou na efetivação de Áureo Melo.[20] Carlos Alberto de CarliNascido em Campinas, o empresário Carlos Alberto de Carli, graduou-se em Administração de Empresas na Fundação Getúlio Vargas em 1961, exercendo sua atividade profissional no estado de São Paulo chegando, inclusive, a gerente de produção da Estrela.[21] Em 1973 iniciou o manejo sustentável de madeira na Região Amazônica, implantou a primeira destilaria de álcool e a primeira plantação extensiva de guaraná do Amazonas.[21] Sobrinho de Gileno de Carli e primo de João Carlos de Carli,[22][23] elegeu-se deputado federal pelo PMDB em 1982 e como tal votou em Tancredo Neves no Colégio Eleitoral em 1985.[24][12][nota 5] Nomeado secretário de Representação do Amazonas em São Paulo pelo governador Gilberto Mestrinho, deixou o cargo a tempo de eleger-se senador em 1986.[25] Assinou a Constituição de 1988 e afastou-se do mandato em favor de Gilberto Miranda para assumir o cargo de secretário para Promoção do Desenvolvimento por escolha do governador Vivaldo Frota, em 1990 e votou a favor do impeachment de Fernando Collor em 1992. Candidato a primeiro suplente de senador na chapa de Francisco Garcia em 1994, não obteve êxito. Resultado da eleição para senadorComo eram duas as vagas de senador em disputa o total de votos válidos corresponde ao dobro do verificado na eleição para governador, sendo que houve 175.484 votos em branco (15,52%) e 57.256 votos nulos (5,06%) calculados sobre o comparecimento de 1.130.566 eleitores com os 897.826 votos nominais assim distribuídos segundo o Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas.
Eleitos
Deputados federais eleitosSão relacionados os candidatos eleitos com informações complementares da Câmara dos Deputados.
Deputados estaduais eleitosRelação elaborada a partir dos arquivos do Tribunal Superior Eleitoral, segundo os quais a coligação "Aliança Democrática" conquistou 75% das vagas contra 25% da coligação "Muda Amazonas".[28]
Notas
Referências
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