A eleição municipal da cidade brasileira de Campina Grande ocorreu no dia 6 de outubro de 2024 (domingo), onde os 298.896 eleitores[1][nota 1] foram às urnas com o objetivo de eleger um prefeito, vice-prefeito e 23 vereadores para a administração campinense.
Como nenhum candidato atingiu metade dos votos (50%) mais um, uma nova eleição foi disputada no dia 27 de outubro (também um domingo). No primeiro turno, o prefeito titular e candidato à reeleição Bruno Cunha Lima (filiado ao União Brasil desde dezembro de 2023[2] e eleito pelo PSD em 2020), venceu o secretário de Saúde do estado da Paraíba, Jhony Bezerra (PSB), por 31.336 votos (110.807, contra 79.471 do candidato socialista)[3]. Inácio Falcão (PCdoB) ficou em terceiro lugar com 16.448 votos, seguido por Artur Bolinha (NOVO), que recebeu 16.282. André Ribeiro (PDT) e Nelson Júnior (PSOL) foram os candidatos com menor votação (5.386 e 1.403 votos).
No segundo turno, Bruno Cunha Lima conquistou 136.191 votos (57,94% dos votos válidos)[4], enquanto o candidato do PSB recebeu 98.852 (42,06%). Houve também 3.876 votos em branco, 9.718 nulos e 50.251 abstenções. Foi a primeira eleição definida em segundo turno em Campina Grande desde 2012, quando Romero Rodrigues, então filiado ao PSDB, foi eleito.
Entre os vereadores, União Brasil e PSB também foram os partidos que elegeram mais candidatos para o cargo (5 cada), seguidos por MDB, Republicanos e PODE, com 3 candidatos eleitos. PP, Avante e as federações Brasil da Esperança (representada pelo PCdoB) e PSDB Cidadania (representada pelo PSDB) conquistaram uma vaga.
Nas eleições de 2020, 6 candidaturas foram registradas para disputar a prefeitura municipal (Edmar Oliveira, do Patriota, teve sua candidatura impugnada em novembro depois de não ter encontrado um substituto para Wanderley Bezerra, até então seu vice na chapa, que havia renunciado um mês antes). Em sua quarta eleição (primeira como candidato a um cargo majoritário), Bruno Cunha Lima, na época filiado ao PSD, venceu no primeiro turno com 111.526 votos[5], contra 44.313 de Ana Cláudia Vital (PODE) e 33.415 do deputado estadual Inácio Falcão (PCdoB).
Calendário eleitoral
Calendário eleitoral divulgado pelo Tribunal Superior Eleitoral em 3 de janeiro de 2024[6]
Início
Fim
Atividades
Status
7 de março
5 de abril
Janela partidária para vereadores trocarem de partido visando concorrer às eleições sem perder o mandato.
Realizado
6 de abril
Data-limite para todas as legendas e federações partidárias obterem o registro dos estatutos no TSE e para todos os candidatos terem domicílio eleitoral na circunscrição em que desejam disputar as eleições com a filiação deferida pelo partido.
Realizado
15 de maio
Início da campanha de arrecadação prévia de recursos na modalidade de financiamento coletivo para pré-candidatos, sem realização de pedidos de voto e obedecendo a regras relativas à propaganda eleitoral na Internet.
Realizado
20 de julho
5 de agosto
Realização de convenções partidárias para deliberar sobre coligações e escolher candidatos às prefeituras e aos cargos de vereador. Os partidos têm até 15 de agosto para registrar os nomes na Justiça Eleitoral.
Realizado
16 de agosto
Início das campanhas eleitorais de forma igualitária, podendo qualquer publicidade ou manifestação com pedido explícito de voto antes da data ser considerada irregular e multada.
Realizado
30 de agosto
3 de outubro
Veiculação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão.
Realizado
6 de outubro
Realização do primeiro turno das eleições municipais.
Realizado
11 de outubro
25 de outubro
Veiculação da propaganda eleitoral gratuita no rádio e na televisão para o segundo turno.[7]
Realizado
27 de outubro
Realização de um eventual segundo turno nas cidades com mais de 200 mil eleitores em que o candidato a prefeito mais votado não tenha atingido a metade mais um dos votos válidos.
Presidente do diretório campinense do PT (2017–2019), Secretário municipal de Planejamento (2013–2016)
Apoio do PT à candidatura de Jhony Bezerra[29], posteriormente retirada em julho, quando o partido voltaria a apoiar a candidatura de Inácio Falcão[30]
Deputado federal (2011–2012 e desde 2023); Prefeito de Campina Grande (2013–2020); Deputado estadual pela Paraíba (2007–2011); Vereador de Campina Grande (1993–2006)
Retirou sua pré-candidatura alegando motivos pessoais em 31 de julho de 2024. Em 5 de agosto, o PODE aderiu à candidatura de Bruno Cunha Lima à reeleição
Secretário de Juventude, Esporte e Lazer do Governo da Paraíba (2016); Secretário de Desenvolvimento da Agropecuária e Pesca (2010)
Apoio do PL à candidatura de Bruno Cunha Lima à reeleição[33], posteriormente retirada em julho, quando o partido decidiu apoiar a candidatura de Artur Bolinha[34]
Secretária de Turismo e Desenvolvimento Econômico do Governo da Paraíba (2019–)
Apoio do PSD à candidatura de Jhony Bezerra[35][36][37]
Candidaturas a vereança
Conforme dados informados ao TSE, foram registradas 357 candidaturas a vereador em Campina Grande[38], número que caiu para 335 após 22 candidatos renunciarem ou tiveram suas candidaturas indeferidas pela Justiça Eleitoral. A coligação "Unidos por Amor a Campina" foi a que teve o maior número de candidatos (133), seguida pela coligação "Por uma Campina Campeã" (120). Entre os partidos, o Podemos foi o que lançou mais mais representantes na disputa por vagas na Câmara Municipal (25), seguido por Agir, Republicanos, PSD e PP, além da Federação Brasil da Esperança (24), enquanto o MOBILIZA lançou apenas duas candidaturas a vereador, mas que foram consideradas inaptas por "ausência de condição de elegibilidade". O PRD e o Cidadania (que integra a federação com o PSDB) não registraram nenhuma candidatura ao cargo.
DC, PRTB (que disputavam eleições desde 2000), PMB (participou das eleições de 2016) e PCO (que lançou uma candidatura a vereador em 2020) não fizeram convenções para lançar candidaturas ou apoiar algum candidato a prefeito.
O candidato a vereador mais velho registrado no TSE foi Dedé Ferreira, do PP, aos 77 anos, e a mais nova foi Mariana de Azevedo, do PCdoB, aos 18 anos.
De acordo com as regras eleitorais, as emissoras só poderão convocar para o debate os candidatos que obtiverem a concordância de pelo menos dois terços de candidatas e candidatos, no caso de eleição majoritária (cargo de prefeito), e de pelo menos dois terços dos partidos ou das federações com candidatas e candidatos, no caso de eleição proporcional (cargo de vereador). Caso não seja possível um acordo, as emissoras de rádio e televisão podem apresentar debates em conjunto para o cargo de prefeito, estando presentes todas as candidatas e todos os candidatos, ou em grupos, com a presença de, no mínimo, três pessoas.[48][49]
Após a confirmação do segundo turno entre Bruno Cunha Lima e Jhony Bezerra, os candidatos derrotados, demais políticos e partidos políticos posicionaram-se. Nesta seção há uma relação dos endossos declarados após o primeiro turno:
Em 30 de julho de 2024, uma reunião promovida pela Justiça Eleitoral com diretores das emissoras de rádio e televisão de Campina Grande definiu a ordem das geradoras do guia eleitoral no primeiro turno[59]. As TVs Borborema, Paraíba e Maior e a Rede ITA transmitiram o horário eleitoral na televisão, enquanto as rádios Mix FM Campina Grande, Panorâmica FM, Correio FM e Campina FM foram as geradoras do horário eleitoral radiofônico.
No segundo turno, a Rede ITA e a 101 FM / Cariri FM foram as emissoras responsáveis pela exibição do guia eleitoral.
↑A candidatura de Socorro Bezerra foi considerada inapta por "ausência de condição de elegibilidade".
↑O Cidadania não lançou candidaturas a vereador. Dudu Lima, que tentava uma vaga pelo PSDB, deixou a disputa após o registro de sua candidatura ser impugnado[39], e Renato Emanuel teve a candidatura negada por "ausência de condição de elegibilidade".
↑Martins da Cachoeira teve sua candidatura negada por "ausência de condição de elegibilidade" e Morena Martins foi impedida de concorrer por "inelegibilidade infraconstitucional".
↑Embora o Podemos faça parte da coligação de Bruno Cunha Lima, os candidatos a vereador Márcio Melo, Dra. Carla (que tentam a reeleição), Rostand Ramalho (vice-presidente estadual do partido) e Sivaldo Soares[40] anunciaram apoio a Jhony Bezerra[41][42], enquanto as candidaturas de Buchada e Wilton Maia Velez foram retiradas da disputa eleitoral.
↑A candidatura de Matheus Ramos a vereador foi considerada inapta, enquanto Gabriel Batista desistiu da campanha.
↑Ivan de Campina e Marli Sorrel retiraram suas candidaturas a vereador.
↑As candidaturas de Cícera Santos e Isac Dimitri foram indeferidas por "ausência de condição de elegibilidade".
↑Sergio Rafael retirou-se da campanha para vereador[43], fazendo com que o PSD passasse a ter 23 candidatos ao cargo.
↑O PSOL lançou 6 candidatos a vereador e a REDE registrou 16 nomes para a disputa, mas a candidatura do ex-vereador Joia Germano foi recusada pela Justiça Eleitoral em agosto de 2024, com base na Lei da Ficha Limpa[44], cabendo recurso da decisão. Em 24 de setembro, um recurso do ex-vereador foi negado pelo TRE[45]. Luci Nutricionista retirou sua candidatura a vereadora pelo PSOL, que passou a ter 5 representantes na disputa.
↑Em 8 de agosto de 2024, Breno Nogueira, Carminha, Itamar de São José da Mata, Jejé das Malvinas, João dos Fogos, Kauanny Neiva, Marquinho do Pedregal, Mércio Franklin (desistiram antes da convenção), Petronília Barros, Rodolfo Emanuel e Tia Mila retiraram suas candidaturas a vereador pelo PL[46]. Para substituí-los, o partido escolheu Canêjo Neto, Galega da Xerox, Gilvan Lucena, Neto Gás, Professora Yêda e Tenente Inês como substitutos[47], enquanto Elisangela Gonzaga e Washington Gás tiveram suas candidaturas indeferidas.
↑Jairo Silva retirou sua candidatura, fazendo com que o NOVO passasse a ter 15 candidatos a vereador.
↑O PT registrou 10 candidaturas a vereador, o PCdoB lançou 8 (número que caiu para 7 após Joelma Barros ser impedida de concorrer por "ausência de condição de elegibilidade") e o PV 6 candidatos, mas a candidatura de Edson Paredão por este último foi retirada.
↑A candidatura de Rosângela Maria foi indeferida por "ausência de condição de elegibilidade".