Discurso do Pão da VidaO Discurso do Pão da Vida é um episódio da vida de Jesus que aparece no Evangelho de João (João 6:22–59)[1]. O título Pão da Vida para Jesus se baseia neste episódio, que acontece logo após a multiplicação dos cinco pães e dois peixes quando as multidões seguem Jesus até o outro lado do Lago de Genesaré (e após Jesus ter andado sobre as águas)[2]. Narrativa bíblicaNo Evangelho de João:
João não incluiu em seu evangelho um relato sobre a benção do pão durante a Última Ceia, como no Evangelho de Lucas (Lucas 22:19). Porém, este discurso comunica ideias que foram muito influentes na afirmação da doutrina da Eucaristia na tradição cristã[3]. No contexto cristológico, o uso do título "Pão da Vida" é similar ao "Luz do Mundo" quando Jesus afirma «Eu sou a luz do mundo; quem me segue, de modo nenhum andará nas trevas, pelo contrário terá a luz da vida.» (João 8:12)[4]. Estas afirmações expandem o tema cristológico iniciado em João 5:26, onde Jesus alega possuir a Vida, dada pelo Pai, e a capacidade de dá-la aos que o seguem[4][5]. Padres da IgrejaA Liturgia da Eucaristia, desde os primeiros dias, foi realizada a portas fechadas por medo de perseguição. Uma das primeiras explicações da Eucaristia em nome de um cristão para a comunidade contemporânea mais ampla é dada por São Justino Mártir:
Santo Inácio de Antioquia, escritor cristão do primeiro século, Patriarca de Antioquia e discípulo de João, o Apóstolo (autor do evangelho de João) explica o entendimento comum da Eucaristia como verdadeiramente o corpo e sangue de Jesus Cristo em uma carta escrita em cerca do ano 110
Este entendimento ortodoxo é ainda afirmado por Santo Irineu de Lyon em sua famosa obra "Contra as Heresias", onde ele pergunta retoricamente "Se o Senhor fosse de outro que não o Pai, como ele poderia tomar o pão, que é da mesma criação como nosso, e confessar que é o seu corpo e afirmar que a mistura no cálice é o seu sangue?” (Contra Heresias 4:32-33). São Cirilo de Jerusalém, um escritor cristão do século IV e bispo de Jerusalém durante a controvérsia ariana, explica que "o pão e o vinho da Eucaristia antes da santa invocação da adorável Trindade eram simples pão e vinho, mas tendo sido feita a invocação, o pão se torna o corpo de Cristo, e o vinho o sangue de Cristo" (Leituras Catequéticas 19:7). São João Crisóstomo na Homilia 47 sobre o Evangelho de João ensina que as palavras de Jesus não são um enigma ou uma parábola, mas devem ser interpretadas literalmente.[6] Referências
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