Casa de Orleães e Bragança
A Casa de Orleães e Bragança é uma dinastia francesa fundada em 1909, após um acordo de família que reconhecia os descendentes do Conde d'Eu com Isabel do Brasil como sendo pertencentes a um ramo lateral da Casa Real da França, a Casa de Orleães.[1] Após o casamento da Princesa Isabel, herdeira do trono brasileiro, com o príncipe francês Gastão de Orléans, Conde d'Eu, seus descendentes se tornaram um ramo da Casa de Orléans, a família real francesa, embora também descendente, por via materna, da Casa de Bragança, à qual pertencera afamília imperial brasileira. Os Orleães e Bragança nunca reinaram no Brasil, pois a monarquia foi derrubada durante o reinado de D. Pedro II, da Casa de Bragança. Desde então, seus descendentes reivindicam o trono imperial do Brasil, dividindo-se em dois ramos principais, o Ramo de Petrópolis e o Ramo de Vassouras, e ainda num terceiro ramo, o de Saxe-Coburgo e Bragança, descendente de sua segunda filha, a princesa Leopoldina. HistóriaOrigemOs dois filhos homens de Dom Pedro II morreram na infância. Assim, a princesa Isabel do Brasil tornou-se a herdeira de seu pai e, recebeu o título de Princesa Imperial do Brasil.[2] Desde o início dos anos 1860 a principal preocupação do imperador era encontrar maridos adequados para suas filhas. Seguindo o conselho de sua irmã, Francisca de Bragança, o imperador finalmente escolheu dois netos do rei Luís Filipe I de França, o príncipe Gastão de Orleães, Conde d'Eu e o príncipe Luís Augusto de Saxe-Coburgo-Gota, Duque de Saxe. Os dois pretendentes chegaram juntos ao Rio de Janeiro em 2 de setembro de 1864, e as duas princesas foram livres para escolher seus maridos. Gastão foi imediatamente promovido a marechal do Exército Imperial Brasileiro e Luís Augusto a almirante da Armada Imperial Brasileira. Gastão se casaria com a princesa Leopoldina do Brasil e Augusto com Isabel.[3] O casamento de Isabel com Gastão de Orleães foi celebrado em 15 de outubro de 1864, e assim nasceu o ramo brasileiro da Casa de Orleães, que passou a ser chamado Casa de Orleães-Bragança.[4] Príncipe francês por nascimento, Gastão renuncia aos seus direitos dinásticos franceses da linha orleanista. A continuidade da nova dinastia foi assegurada pelo nascimento em 1875 de um filho, Pedro de Alcântara de Orleães e Bragança, o primeiro filho do casal.[5] Queda da monarquiaA Casa de Orleães-Bragança nunca reinou sobre Brasil, pois Pedro II foi deposto em 15 de novembro de 1889, após 58 anos de reinado, através de um golpe militar, no que constituiu a Proclamação da República. A constituição brasileira de 1891 despiu a Casa de Orléans e Bragança e seus descendentes de todos os títulos nobiliárquicos, ordens honoríficas e distinções anteriormente válidas no país.[6] Questão dinasticaEm 30 de outubro de 1908, Pedro assinou um documento em que renunciava, por si e seus descendentes, a seus eventuais direitos dinásticos ao extinto trono brasileiro. Tal documento foi redigido por exigência de sua mãe, Isabel, por não aceitar que Pedro se casasse com Elisabeth de Dobrzenicz, a qual era de nobreza inferior, haja vista que seu pai teria sido o primeiro a ser titulado conde em sua família, e os seus antecedentes haviam sido até então barões. Para que os descendentes de Pedro não ficassem sem títulos e pudessem contrair casamentos com um membro de uma casa real sem serem considerados desiguais, o Conde d’Eu recorreu a sua casa de nascimento, a qual havia renunciado antes de seu casamento com Isabel. Ele pretendia restaurar seus direitos, para que seu filho e seus descendentes pertencessem a casa real francesa, já que ele havia renunciado a brasileira e portanto, não possuía mais títulos ou direitos ao extinto trono. Um acordo foi firmado com o Duque de Orleans, o qual previa que: os três filhos do Conde d’Eu seria reconhecidos como membros de uma casa distinta da Casa de Orleans, e teriam, à partir daí, o título de Príncipes de Orleans e Bragança com o estilo de Alteza Real, e viriam a estar na linha de sucessão francesa caso a linha júnior da casa estivesse extinta. Como prova do cumprimento do acordo, a filha mais velha de Pedro, Isabelle, viria a se casar com o herdeiro da casa de França, Henri, assim como outros descendentes também fizeram casamentos com membros de casas reais e foram considerados iguais: Maria Francisca com o Duque de Bragança; Maria da Glória com o Príncipe Herdeiro da Iugoslávia.[7] Após a morte de Pedro, seu filho mais velho, Pedro Gastão, começou à contestar a renúncia feita por seu pai, e reivindicou direitos ao extinto trono brasileiro. Contudo, após sua morte em 2007, seu filho mais velho Pedro Carlos se declarou publicamente republicano, e não deu continuidade as reivindicações de seu pai.[8] Genealogia
Ramo de VassourasO ramo de Vassouras é formado pelos descendentes do segundo filhos da princesa Isabel:
Ramo de Petrópolis
Ver tambémNotas
Referências
Bibliografia
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