Campeonato Mundial de Atletismo de 2022 foi a 18ª edição do campeonato bienal do esporte, realizado entre 15 e 24 de julho no Estádio Hayward Field, em Eugene, Oregon, Estados Unidos.[1] Programado para ser realizado no verão de 2021, seguindo o período bienal entre os campeonatos anteriores, ele foi adiado para 2022 devido a pandemia de Covid-19, que provocou o cancelamento de todos os eventos de grande público de 2020.[2] Como os Jogos Olímpicos de Tóquio 2020 foram adiados para 2021 e o campeonato é sempre realizado nos anos anteriores e posteriores aos Jogos, ele foi remarcado para 2022. O campeonato seguinte, programado para Budapeste em 2023, foi mantido para o mesmo ano, sendo a primeira vez que o Campeonato Mundial se realizará em anos consecutivos.[3]
Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a World Athletics, entidade máxima do esporte, baniu os atletas russos e bielorrussos de participarem da competição.[4] Pela primeira vez no Campeonato, prêmios por equipe foram outorgados, às três primeiras, baseado numa contagem de pontos conquistados por atletas em cada evento.[5]
Como equipe, os Estado Unidos venceram a competição realizada em seu território, com o maior número de medalhas numa única edição do Campeonato, 33, sendo 13 de ouro. Os países lusófonos conquistaram um total de três, duas para o Brasil – uma de ouro e uma de bronze – e uma para Portugal, ouro. Um total de 29 países tiveram um campeão mundial, o maior número desde a primeira edição do Campeonato em Helsinque 1983. Assistido por cerca de 150 mil espectadores em seus dez dias de duração, o evento viu o estabelecimento de três recordes mundiais e mais dez recordes do Campeonato. A peruana Kimberly García León foi a maior vencedora em provas individuais, com duas medalhas de ouro, único atleta a conseguir o feito; suas medalhas também foram as primeiras do Peru num Campeonato Mundial de Atletismo[6]. A prova de marcha de 35 km, ganha por ela no feminino, fez sua estreia no Campeonato Mundial, substituindo a antiga distância de 50 km.[7] A NBC, emissora oficial do evento, registrou a maior audiência televisiva da história do Campeonato, mais de 15 milhões de espectadores nos Estados Unidos.[6]
Escolha da sede
A escolha de Eugene como cidade-sede foi anunciada pela World Athletics em Pequim, em abril de 2015. A cidade foi anunciada pelo comitê diretor da entidade sem passar pelo tradicional processo de seleção de sedes candidatas, numa decisão unusual, mas já havia antes concorrido para sediar o Campeonato em 2019, perdendo para Doha, no Qatar.[8] A escolha de uma sede sem um processo seletivo de concorrência já havia acontecido antes na escolha de Osaka, no Japão, para a edição de 2007, já que ela era a única candidata.[9]
Local
O evento foi realizado em Hayward Field, o estádio de atletismo da Universidade do Oregon, no noroeste dos Estados Unidos. Construído em 1919 como estádio para futebol americano e com apenas seis raias de atletismo adicionadas em 1921, quando se iniciaram as competições do esporte,[10] ele homenageia com seu nome a Bill Hayward, técnico de atletismo da Universidade do Oregon por 44 anos e técnico das equipes de atletismo americanas nos Jogos Olímpicos de Londres 1908 a Los Angeles 1932.[11] Renovado para o evento, o estádio tem a capacidade de 30.000 espectadores sentados. Completamente modernizado entre 2019 e 2020, com as antigas arquibancadas e tribunas demolidas e reconstruídas, ele foi o palco das seletivas norte-americanas de atletismo para os Jogos de Tóquio 2021.[12]
Prêmios
Esta edição do campeonato viu um aumento no valor dos prêmios individuais em dinheiro aos atletas, além do prêmio de US$100.000 dólares por um recorde mundial. O total em prêmios é de US$8.498.000, sendo dois milhões dele oriundos de multas pagas pela Federação Russa de Atletismo em violações por doping. [13] Os principais prêmios são:
(1) A marca de 12.06 da nigeriana Amusan foi a mais rápida da história para os 100 m com barreiras. Porém, como foi conseguida com a velocidade do vento de +2m/s a favor, não pode ser registrada como marca oficial nem como recorde, seja mundial ou do Campeonato Mundial, pelas regras da World Athletics. Na semifinal, ela já havia estabelecido nova marca mundial – 12.12 – com vento inferior ao máximo permitido, válida, e essa marca é o novo recorde mundial para a prova.[14]