Borba (Portugal)
Borba é uma cidade portuguesa no distrito de Évora, na região do Alentejo e na sub-região do Alentejo Central, com 3 571 habitantes (2021).[1] Esta cidade é sede do Município de Borba com 145,19 km² de área[2] e 6 428 habitantes (2021),[3] subdividido em 4 freguesias.[4] O Município é limitado a nordeste pelo município de Monforte, a leste por Elvas, a sueste por Vila Viçosa, a sudoeste pelo Redondo e a oeste por Estremoz. Borba compreende um conjunto de atividades económicas bastante diversificadas e ímpares na região e no Alentejo, como os mármores, vinhos, azeite, queijos e enchidos. Fruto das adversidades económicas vividas ao longo de décadas, a gastronomia foi sendo enriquecida com o recurso ao que a terra dava ao Homem, sendo hoje muito apreciada pelos seus aromas e paladares, rica em variedade e bem condimentada com o recurso a inúmeras ervas alimentares e aromáticas, cujas receitas foram aprimoradas de geração em geração. Evidencia-se ainda pelo vasto e rico património histórico que convidam à descoberta e ao reencontro com a história, apelando a uma visita mais atenta e demorada. A meia dúzia de quilómetros surge-nos da peneplanície alentejana a Serra d’Ossa, lugar aprazível e que merece também uma visita demorada, para a qual dão uma resposta de permanência, a qualidade de pernoita, numa série de residenciais e unidades de turismo rural, de aldeia ou habitação.[5] Descrição genéricaO principal motor de desenvolvimento é a extração e transformação de mármore. Esta atividade origina uma paisagem única, contrastando as crateras profundas de onde se extrai o denominado “ouro branco” com as enormes escombreiras onde são depositados os excedentes. O nome Borba está também associado à excelência dos vinhos produzidos no município pelas diversas unidades vitivinícolas, evidenciada nas medalhas obtidas nos concursos nacionais e internacionais do sector. Outro ponto forte são os queijos produzidos em Santiago de Rio de Moinhos, os enchidos e o tradicional pão de Borba, produzido com ensinamentos e saberes de longa data, que foram passando de geração em geração, perpetuando a sua genuinidade até aos dias de hoje. Contudo, diversas atividades se mantêm ainda vivas nesta região, temos o caso do artesanato, os trabalhos de cantaria artística, a pintura de mobiliário, os restauros, as antiguidades, e os cada vez mais conhecidos, trabalhos em cortiça. Fruto das dificuldades económicas verificadas em algumas alturas da sua história as populações foram forçadas a recorrer a novos produtos para garantirem a sua alimentação, tornando a gastronomia local bastante rica em plantas e ervas aromáticas que tornam o seu paladar bastante apreciado e procurado, aprimorada pelo azeite que se extrai dos vastos olivais que complementam a paisagem do município, em contraste com as pedreiras e vinhas. No decorrer destas "descobertas" na gastronomia, e com o objetivo de tornar uma velha tradição numa aliciante oferta turística que a região oferece, o Município de Borba propôs aos empresários de restauração locais, que explorem um velho ritual de Borba, o "Fazer as 11". Borba evidencia-se ainda pelo vasto e rico património histórico que convidam à descoberta e ao reencontro com a história, apelando a uma visita mais atenta e demorada. A meia dúzia de quilómetros surge-nos da peneplanície alentejana a Serra d’Ossa, lugar aprazível e que merece também uma visita demorada. Existem uma série de residenciais e unidades de turismo rural, de aldeia ou habitação. HistóriaA primitiva ocupação humana do sítio de Borba remonta a tribos galo-celtas, ocupada depois pelos romanos, godos e árabes até ser conquistada por D. Afonso II em 1217 e povoada pelo mesmo rei. Foi então que em 15 de junho de 1302, D. Dinis concedeu o primeiro foral, constituindo-se Borba como concelho. Em 1217, no reinado de D. Afonso II, é tomada aos Árabes, pela Ordem Militar de Avis. D. Dinis atribui-lhe Foral em 1302. A área do concelho (circunscrita no Foral) era bastante inferior aos atuais limites. Faltava-lhe quase toda a área correspondente à freguesia de Rio de Moinhos (pertença do concelho de Estremoz, à altura), contudo, possuía duas pequenas parcelas das freguesias de Terrugem (Elvas) e dos Arcos (Estremoz). O Barbo foi escolhido como distintivo do concelho, na altura de concessão do Foral. Foi também D. Dinis quem promoveu o amuramento acastelado da povoação. O castelo dispunha-se em planta quadrilateral e a sua construção obedeceu ao sistema corrente das fortificações similares da região. De grossa alvenaria, tinha amuramento espesso em altura normal, coroado por merlões góticos e de largo adarve que corria a muralha. O fosso, pouco profundo, desapareceu com a construção do casario que se foi desenvolvendo na face exterior. Pelos inícios do Séc. XVIII, o governo militar da província determinou envolver a vila por um campo entrincheirado, com fossos, estacaria e estradas cobertas, obra que foi apenas esboçada e de que ainda existiam vestígios em 1766. Do castelo, edificado ou remodelado do Séc. XIII conserva-se a torre de menagem e duas portas, a de Estremoz e a do Celeiro. Pouco se sabe de Borba, do período que medeia a concessão de Foral (reinado de D. Dinis) ao final do reinado de D. Fernando. A principal causa desta lacuna parece ser a destruição do cartório da Câmara, por ordem de D. João de Áustria, quando tomou o Castelo, durante a Guerra da Restauração. Ora, foram tempos difíceis para o concelho, os anos da crise de 1383 – 1385, a vila sofreu forte ruína com a passagem das tropas inglesas do Duque de Lencaster, que acolhido como aliado e amigo, procedeu como em país conquistado, ultrajando, espoliando e roubando os alentejanos. Finda a crise, Borba é doada (com outras terras alentejanas) a D. Nuno Álvares Pereira. O século XV corresponde a grande período de expansão. Tal como sucedeu por todo o país, com os Descobrimentos Portugueses, Borba viu a sua população prosperar, em número e riqueza. No reinado de D. Manuel, em 1512, é-lhe atribuído novo Foral (a 1 de Junho). Com domínio Filipino, a Guerra da Restauração e as sistemáticas incursões das tropas castelhanas, comandadas por D. João de Áustria, o concelho arruinou-se e perdeu população. Desta altura fica a memória de um acontecimento notável da história Borbense, o enforcamento do governador do Castelo, Rodrigo da Cunha Ferreira, e de mais dois capitães portugueses da guarnição, no verão de 1662, após a invasão vitoriosa do exército de D. João da Áustria. Este terá mandado cometer o atroz ato como vingança pela morte de três capitães, um sargento e 20 soldados das suas forças, além de 50 feridos. A memória dos povos guardou a efeméride na tradição toponímica, com a “Rua dos Enforcados”, que passou depois a chamar-se Rua Direita. Não contente com a sua represália, D. João da Áustria mandou ainda incendiar os Paços do Concelho e o Cartório Municipal, perdendo-se todos os manuscritos antigos da história de Borba. Em 1665, Borba esteve ocupada por três infantarias e um terço de cavalaria, e a população sofreu novamente o pânico da terrível invasão, que desmoronou no campo de Montes Claros, com a derrota dos exércitos de Filipe IV. A Batalha de Montes Claros (a 17 de Junho de 1665), travada em solo borbense, marca a derrota dos castelhanos nas Guerras da Restauração. Pela Vila e concelho são inúmeros os elementos alusivos à Batalha e ao comandante das tropas portuguesas, o Marquês de Marialva. Assinada a paz, o concelho de Borba prosperou. Ativou-se a cultura dos cereais, aumentou-se a área de olival e multiplicaram-se os vinhedos, afirmando-se mais no país a já antiga fama dos seus vinhos. Desta época, salientam-se as construções da Fonte das Bicas, os Paços do Concelho e vários Palácios. O princípio do século XIX marca, para Borba, uma fase de infortúnios com a Primeira Invasão Francesa. Durante a Guerra Peninsular levantou-se em Borba um grupo de milicianos que figurou na defesa de Évora, em 29 de Junho de 1808. Pouco depois, entre 1809 e 1811, na vila, alojou-se uma brigada escocesa do exército anglo-luso de Beresford. Pela Reforma Administrativa de 1834, os limites concelhios foram alterados com a anexação da freguesia de Rio de Moinhos e perda de pequenas áreas das localidades de Arcos e Terrugem. Em 1895, o concelho foi extinto e anexado a Vila Viçosa, no entanto, é restaurado três anos mais tarde, pelo Decreto de 13 de Janeiro de 1898. A partir do início do século XX, o sector dos mármores começa a ganhar peso na economia local, com destaque para o período que vai de 1910 a 1926. Já na segunda metade do século XX, o vinho surgiu como produto de grande importância, sendo, ainda hoje, a par do mármore, o principal pilar da economia do concelho.[6] ToponímiaO topónimo Borba também dá nome a outras freguesias no norte de Portugal e a duas ribeiras. Também existem muitos topónimos derivados de Borba em Portugal e Espanha. Pensa-se que Borba tenha origem celta e significado "nascente" relacionado com a divindade Borvo[7] Relações InternacionaisO município de Borba é geminado com as seguintes cidades:[8] Educação
CulturaPatrimónio
Museus
Evolução da população do municípioDe acordo com os dados do INE o distrito de Évora registou em 2021 um decréscimo populacional na ordem dos 8.5% relativamente aos resultados do censo de 2011. No concelho de Borba esse decréscimo rondou os 12.3%.
★ Número de habitantes "residentes", ou seja, que tinham a residência oficial neste município à data em que os censos se realizaram
★★ De 1900 a 1950 os dados referem-se à população "de facto", ou seja, que estava presente no município à data em que os censos se realizaram. Daí que se registem algumas diferenças relativamente à designada população residente PolíticaEleições autárquicas [11]
Eleições legislativas
AdministraçãoFreguesiasO município de Borba está dividido em 4 freguesias:
Festas e RomariasFestas em Honra de Nosso Senhor dos AflitosBorba celebra todos os anos a partir do segundo fim de semana de Agosto as festas em Louvor do Senhor Jesus dos Aflitos, padroeiro da cidade, que reúnem habitualmente, milhares de visitantes e devotos. As cerimónias religiosas mantêm-se com a sempre comovente Soleníssima Procissão, ponto alto desta festa, pelas ruas da cidade, com as imagens do Senhor Jesus dos Aflitos, Nossa Senhora das Neves do Sobral e Beato Domingos Fernandes de Borba, acompanhada pela Banda Filarmónica do Centro Cultural de Borba e outra Banda (a definir). Do programa das festas além das cerimónias religiosas, em Honra do Senhor Jesus dos Aflitos, existem também espetáculos musicais, atividades desportivas, culturais, e torneios de jogos tradicionais - como a Corrida Noturna, Passeio BTT Noturno, Convívio Piscatório, como a Sueca, Dominó, Snooker, Malha, Garraiadas Noturnas. Os principais espetáculos vão decorrem tradicionalmente no Largo da Fonte das Bicas e durante a madrugada há discoteca (DJ´s) ao ar livre para animar as noites de festa. A Festa em Honra do Senhor Jesus dos Aflitos é organizada pela Câmara Municipal de Borba, Paróquias de Borba e Irmandade do Senhor Jesus dos Aflitos, Junta de Freguesia da Matriz, Junta de Freguesia de São Bartolomeu e Associações do Concelho de Borba. Festa da Vinha e do VinhoEm época de vindimas, o Alentejo não para e, em novembro, pelo São Martinho, Borba é a capital dos Vinhos do Alentejo! Borba cresceu com o vinho e este deu o mote para o momento mais alto de Festa no Concelho. Há mais de 25 anos que se celebra a Festa da Vinha e do Vinho, de Borba, trazendo à cidade centenas de visitantes durante os vários dias do certame. Promove-se o Vinho e a Viticultura nos mais diversos misteres e saberes, desde logo:
Durante os vários dias da Festa está garantida muita animação (desde os espetáculos musicais em palco à animação de rua e às provas desportivas), tasquinhas e excelente gastronomia, produtos regionais certificados (azeite, queijos, enchidos, entre outros), artesanato e provas de vinhos. A Festa é organizada pelo Município de Borba, em conjunto com a Entidade Regional de Turismo do Alentejo, a CVRA – Comissão Vitivinícola Regional Alentejana e a ATEVA – Associação dos Técnicos dos Viticultores do Alentejo. Este é um Evento com enorme história em Borba e no Alentejo. GastronomiaAs entradas passam por azeitonas, pão, queijos, enchidos, omelete com espargos, presunto, pézinhos de coentrada, salada de feijão frade com atum e ainda pimentos assados. Já as sopas ao estilo alentejano vão desde sopa de cação, sopa da panela, sopa de tomate, sopa de beldroegas, açorda, gaspacho, caldo verde, grãos com cardos, feijão com alabaças, sopa de hortelã, até grão com arrabaças. Entre os pratos principais está o ensopado de borrego, borrego assado no forno, cozido de grão à Alentejana, feijão branco com cabeça ou orelha de porco, burras assadas, migas com carne de porco à Alentejana e coelho assado no barro. Na doçaria destaca-se o Doce regional de Borba, sericaia, sopa dourada, pão de rala, encharcada, azevias, nógados, bolo de mel. Fazer as 11O Município de Borba, em parceria com vários agentes locais, lança a iniciativa "vamos fazer as Onze", que é já um novo produto turístico baseado numa tradição ímpar do concelho. Trata-se de um ritual a que os mais velhos chamam "Fazer as Onze", ao qual os mais novos têm vindo a dar continuidade. É um tradição muito antiga desta localidade que é apenas frequentada por homens onde todos obrigatoriamente bebem um pequeno copo de vinho e comem um petisco, trocando conversas sobre os temas que vão marcando os dias pela cidade, muitas vezes acompanhadas de um "fado ou uma cantiga tradicional" improvisada no momento. Este ritual começa no “Alto da Praça” perto das 11 da manhã no centro da cidade onde amigos e conhecidos se juntam seguindo uma “visita” às tabernas onde se bebe um copinho de vinho e se faz acompanhar um petisco e dois dedos de conversa. Dança
Turismo Rural, residenciais e hospedarias
Ver tambémReferências
Ligações externas
Ficha do Igespar sobre o Castelo de Borba
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