Está situada a 17 km a oeste de Penamacor, entre as serras de Santa Marta e da Opa e na margem esquerda da ribeira da Meimoa. Da freguesia faz ainda parte a localidade de Quintas do Anascer.
História
Teve a sua origem entre 1321 e 1607 e resultou da união de diversos povoados e quintas. Entre eles destacam-se o povoado de Santa Maria da Quebrada, o povoado do Forte Guilherme, o povoado do Simão e o povoado da Boa Rapariga. Somente existe registo do povoado de Santa Maria da Quebrada. A junção de todos estes povoados formou o que é hoje a freguesia da Benquerença. Dizem que a origem do seu nome, deve-se ao facto de os seus habitantes se darem muito bem.
Neste local existiu um povoamento romano, assim como em toda a região envolvente. Apesar da acentuada despovoação após a invasões árabes, Benquerença foi repovoada através da carta de aforamento a Penamacor, em 1189. Provavelmente o topónimo em "bem", advérbio, desta freguesia data desta época. Benquerença manteve-se sempre foreira à coroa e a Penamacor, conseguindo manter-se livre da influência de algumas famílias nobres que se haviam apoderado de outras freguesias do concelho.
A nível eclesiástico, a instituição da paróquia de Benquerença remonta ao século XIII / XIV pela Sé egitaniense. O arrolamento paroquial mandado realizar em todo o País por D. Dinis, comprova que já existia em 1320, pois o monarca estipulou para a paróquia de Nossa Senhora da Quebrada de Benquerença a taxa a ser paga no montante de 40 libras. O cabido da Guarda apresentava o seu prior, que tinha de rendimento anual cento e vinte mil réis (quantia elevada para a época)
Capela de Santa Marta - localizada no cume da serra com o mesmo nome. É uma pequena ermida (mais parece um nicho), que segundo a lenda, foi construída pelo povo por ali ter aparecido uma pequena imagem de Nossa Senhora.
Cruzeiro de Benquerença - tem uma data inscrita (1843) que, segundo lenda, em tempos idos, todas as freguesias que ficassem a menos de duas léguas da sede de concelho, no dia do Corpo de Deus, eram obrigadas a fazerem-se representar na procissão que ali se realizava. Como o caminho era difícil e penoso, um ano a Benquerença faltou e foi processada. O tribunal mandou medir a distância e como a freguesia ainda não chegava onde hoje chega, foi absolvida porque as duas léguas foram marcadas fora do perímetro da freguesia. Esta, em sinal de alegria e por se ver desobrigada daquele compromisso, construiu no local limite das duas léguas um cruzeiro, assinalando-o. A data deste acontecimento provavelmente terá sido a de 1843, que ainda está marcada na base do cruzeiro primitivo, tendo havido o cuidado de a preservar em posterior restauro (1959).[5]
Bebedouros em granito (sobretudo para os animais beberem água)
Chafarizes em granito
Fontes de mergulho
Brasão de Armas e Bandeira
Brasão: Escudo de prata, charrua de negro realçada do campo, entre um ramo de oliveira de verde, frutado de negro, posto em faixa, em chefe e campanha diminuta ondada de azul e prata de três burelas. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com legenda a negro: "BENQUERENÇA".
Bandeira: Verde. Cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Artesanato e Gastronomia
Pratos típicos: Chanfana de ovelha; Fritada de porco; Sopas de couves; Sopas de grão; Enchidos; Pão caseiro.
Artesanato típico: Candeeiros em madeira; Arranjos florais com flores silvestres; Latoaria; Molduras para quadros; Rendas e bordados; Trabalhos em linho com teares manuais; Trabalhos em madeira.
Curiosidade: Na altura do Carnaval é tradição comer partes do porco, tais como os pés, as orelhas e parte do enchido. Mais interessante é o facto de as famílias andarem de casa em casa, cumprindo esta tradição. Outra tradição e a do Santoro, aquando do falecimento de um residente, e costume a família mandar fazer uma fornada de pao e distribuir um pao por cada casa em memória do falecido.