Alecrim
Nota: Para outros significados, veja Alecrim (desambiguação).
O vegetal Rosmarinus officinalis, popularmente conhecido como alecrim[1], é uma erva aromática comum na região Mediterrânea, ocorrendo dos 0 a 1500 metros de altitude, preferencialmente em solos de origem calcária. Devido ao seu aroma, o qual apresenta frescor característico, os romanos designavam-no como rosmarinus, que em latim significa orvalho do mar. Por vezes, o uso do nome alecrim pode levar à confusão com outras espécies, nomeadamente o rosmaninho, Lavandula stoechas, termo usado sobretudo no centro e sul de Portugal, que corresponde à alfazema, em outras regiões.[2] No entanto, estas espécies de plantas, alecrim e rosmaninho, ou alfazema, pertencem a dois géneros distintos, Rosmarinus e Lavandula, respectivamente. Ao analisar as suas caractéristicas, percebem-se significativas diferenças entre as duas espécies, incluindo o aroma, formato das folhas, coloração e inserção da flor. DescriçãoO Alecrim consiste em um arbusto perene que alcança altura média de 1,2 metros. Apresenta estrutura muito ramificada, sempre verde, com hastes lenhosas, folhas pequenas e finas, opostas, lanceoladas.[3] A parte inferior de suas folhas é de cor verde-acinzentada enquanto a superior é verde brilhante. As flores reúnem-se em espiguilhas terminais e são de cor azul ou esbranquiçada. O fruto é um aquênio. Floresce quase todo o ano e não necessita de cuidados especiais nos jardins. Toda a planta exala um aroma forte e agradável. Utilizada com fins culinários, medicinais e religiosos, seu óleo essencial também é utilizado em perfumaria, como por exemplo, na produção da água-de-colônia, pois contém tanino, pineno, cânfora e outros princípios ativos que lhe conferem propriedades excitantes, tônicas e estimulantes. A sua flor é muito apreciada pelas abelhas produzindo assim um mel de extrema qualidade. Há quem plante alecrim perto de apiários, para influenciar o sabor do mel.[4] CultivoDevido à sua atratividade estética e razoável tolerância à seca, é utilizado em arquitectura paisagista, especialmente em áreas com clima mediterrânico. É considerada fácil de cultivar para jardineiros principiantes, tendo uma boa tolerância a pragas. O alecrim é facilmente podado em diferentes formas e tem sido utilizado em topiária. Quando cultivado em vasos, deverá ser mantido de preferência aparado, de forma a evitar o crescimento excessivo e a perda de folhas nos seus ramos interiores e inferiores, o que poderá torná-lo um arbusto sem forma e rebelde. Apesar disso, quando cultivado em jardim, o alecrim pode crescer até um tamanho considerável e continuar uma planta atraente. Pode ser propagado a partir de uma planta já existente, através do corte de um ramo novo com cerca de 10–15 cm, retirando algumas folhas da base e plantando directamente no solo. Várias variedades cultivares foram seleccionadas para uso em jardim. As seguintes são frequentes:
PlantioDeve ser plantado, preferencialmente, na primavera ou no verão o ideal é por meio de mudas, mas pode ser plantado através de sementes neste caso a planta demora bastante tempo para se desenvolver, deve se irrigar a planta levemente apenas quando o solo estiver seco a mais de 2 cm de profundidade.[5] Utilização culináriaFresco (preferencialmente) ou seco, é apreciado na preparação de aves, caça, carne de porco, salsichas, linguiças e batatas assadas. Na Itália é amplamente utilizado em assados de carneiro, cabrito e vitela. Em churrascos, recomenda-se espalhar um bom punhado sobre as brasas do carvão aceso, perfumando a carne e difundindo um agradável odor no ambiente. Pode ser utilizado ainda em sopas e molhos. O alecrim é também usado em pães [6] e tortas salgadas. A focaccia é um pão tradicional italiano que é coberto com alecrim e azeite. Devido à estética apresentada por suas folhas, o alecrim também é frequentemente pode ser utilizado na decoração de pratos, tais como risotos, pizzas, saladas e tábuas de frios Aplicações medicinaisA medicina popular recomenda o alecrim como um estimulante às pessoas atacadas de debilidade[carece de fontes], sendo empregado também para combater as febres intermitentes[carece de fontes] e a febre tifóide[carece de fontes]. Uma tosse pertinaz desaparecerá com infusões de alecrim,[carece de fontes] que também se recomendam a todas as pessoas cujo estômago seja preguiçoso para digerir.[carece de fontes] Também apresenta propriedades carminativas, emenagogas, desinfetantes e aromáticas.[carece de fontes] É ainda relaxante muscular, ativador da memória e fortalece os músculos do coração. Cientistas[quem?] dizem que ramos de alecrim deveriam ser dependurados em oficinas e áreas onde crianças fazem tarefas escolares para um melhor funcionamento da memória.[carece de fontes] Uma infusão de alecrim faz-se com quatro gramas de folhas por uma chávena de água a ferver. Toma-se depois das refeições. Possui grande quantidade de hesperidina, um bioflavanóide com efeitos antinociceptivos comprovados contra gota (Integrative Medicine, pp. 612–3).[carece de fontes] O alecrim também é útil para tratar problemas de cabelo, rivalizando com o conhecido Minoxidil (inclusive a queda).[7] Resultados, feitos em ratos, sugerem que o extrato da folha de Alecrim inibe a ligação da DHT aos receptores andrógenos quando aplicada nas áreas capilares.[8] Muitos xampus antiqueda costumam incluir o extrato de alecrim em suas fórmulas. UtilizaçãoEm templos e igrejas, o alecrim é queimado como incenso desde a antiguidade. Na Igreja Ortodoxa grega, o seu óleo é utilizado até aos nossos dias, para unção. Nos cultos de religiões afro, como umbanda e candomblé, é utilizado em banhos e como incenso.[carece de fontes] É muito popular na região norte do Brasil; além de comercializada na maior feira da América Latina, [9][10][11] na banca de cheiro das erveiras do Mercado do Ver-o-peso (na cidade de Belém do Pará), é o principal ingrediente do Banho de Cheiro encantado, usado na comemoração da festa junina e do reveion no estado do Pará.[12] Prática ritualística que ocorre desde o século XIX, ao qual se atribui o poder de atrair a felicidade, reatar amores e, abrir as portas da prosperidade ao bebedor.[13] Também presente no Cheiro de Papel, produzido com a infusão de essências vegetais, comercializado no cesto de palha da Vendedora de cheiro, usados para aromatizar roupas guardadas em gavetas e armários.[13] Uma combinação de raízes e paus aromáticos ralados; os ingredientes mais conhecidos são: arruda, cipó-catinga, patchuli, japana, cumaru, alecrim, baunilha, manjerona, açucena, casca preciosa, louro amarelo, jasmim, alfazema e, priprioca.[13] Ver tambémNotas e referências
Ligações externas
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