Álvaro de Castro

 Nota: Para outros significados de Álvaro de Castro, veja Álvaro de Castro (desambiguação).
Álvaro de Castro
Álvaro de Castro
Presidente do Ministério de Portugal
(1.ª vez)[1]
Período 20 de novembro de 1920
até 30 de novembro de 1920
Presidente António José de Almeida
Antecessor(a) António Granjo
Sucessor(a) Liberato Pinto
Presidente do Ministério de Portugal
(2.ª vez)[1]
Período 18 de dezembro de 1923
até 7 de julho de 1924
Presidente Manuel Teixeira Gomes
Antecessor(a) António Ginestal Machado
Sucessor(a) Alfredo Rodrigues Gaspar
Dados pessoais
Nome completo Álvaro Xavier de Castro
Nascimento 9 de novembro de 1878
Guarda
Morte 29 de junho de 1928 (49 anos)
Coimbra
Progenitores Pai: José de Castro
Partido Partido Reconstituinte
Serviço militar
Lealdade Portugal
Serviço/ramo Exército Português
Graduação Major

Álvaro Xavier de Castro GOTEComAComSEGCIC (Guarda, 9 de Novembro de 1878Coimbra, 29 de Junho de 1928) foi um major de Infantaria e político português da I República que fez parte da Junta Constitucional que governou Portugal após o derrube do governo de ditadura do general Pimenta de Castro, em 1915. Exerceu depois, entre outras funções, o cargo de Governador-geral de Moçambique (entre 1915 e 1918) e foi, por duas vezes, presidente do Ministério (actual cargo de primeiro-ministro).

Biografia

Frequentou o Colégio Militar.

Participou na sublevação anti-sidonista de Santarém de 11 de Janeiro de 1919 (ao lado de figuras históricas da República como Machado Santos), destinada a restaurar a pureza dos ideais da República proclamada em 5 de Outubro de 1910 e a restabelecer a Constituição de 1911 tal como fora aprovada (já que havia sido alterada durante o «consulado sidonista»); isto passava pela imediata queda do governo chefiado por João Tamagnini Barbosa e pela destituição do presidente João do Canto e Castro, considerado continuador das políticas sidonistas. No dia seguinte o presidente do Ministério ordenou o cerco dos revoltosos em Santarém, que acabaram por se render, sendo o movimento sufocado. A 28 de Fevereiro de 1919 foi feito Comendador da Ordem Militar de São Bento de Avis, a 13 de Março de 1919 foi feito Grande-Oficial da Antiga e Muito Nobre Ordem Militar da Torre e Espada, do Valor, Lealdade e Mérito e a 28 de Junho de 1919 foi feito Comendador da Antiga, Nobilíssima e Esclarecida Ordem Militar de Sant'Iago da Espada, do Mérito Científico, Literário e Artístico.[2]

Mais tarde, ajudou a fundar e viria a liderar o Partido Republicano da Reconstituição Nacional (ou Partido Reconstituinte, uma dissidência do Partido Liberal Republicano, resultante da aglutinação dos Partidos Republicano Evolucionista e do Unionista). Nessa condição deu o seu apoio ao primeiro governo do liberal António Granjo, de coligação, em 1920; contudo, viria a retirar-lhe o apoio e ele mesmo foi designado presidente do Ministério de Portugal, durante a I República, durante um curto lapso de tempo — de 20 de Novembro a 30 de Novembro de 1920 —, após o que foi substituído pelo tenente-coronel da G.N.R. Liberato Pinto.

Entretanto, acentuava-se a crise política em Portugal pelo que os partidos de direita (os Liberais, agora sem o seu carismático líder António Granjo que fora assassinado na Noite Sangrenta, os Reconstituintes de Álvaro de Castro, e os antigos sidonistas reconvertidos em Partido Nacional Republicano) uniram-se para fazer face à hegemonia do Partido Democrático, criando um novo partido, o Partido Republicano Nacionalista, do qual Álvaro de Castro viria a ser uma das proeminentes figuras. Nessa circunstância viria a ser uma segunda vez designado presidente do Ministério, entre 18 de Dezembro de 1923 a 6 de Julho de 1924.

Notícia do duelo Álvaro de Castro contra Capitão Ribeiro, Diário de Notícias.

Em 1924, há um conflito entre o governo e a aviação militar, por causa de um decreto de 30 de Maio sobre compressão das despesas.[3] Demite-se o comandante da aviação militar. Em seguida, a 3 de Junho de 1924, dá-se a chamada "Revolta dos Aviadores", na Amadora[4]. O deputado Lelo Portela, que era oficial-aviador, levantou a questão na Câmara dos Deputados, a 4 de Junho, um dia depois do início da sublevação.[5] A despeito de se terem rendido a 7 de Junho[3], o descontentamento dos aviadores leva a que o próprio Álvaro de Castro defronte um dos descontentes em duelo, o Capitão-aviador Ribeiro da Fonseca[6][7]. O duelo terminou com este último sofrendo ferimentos ligeiros no braço.

A 14 de Julho de 1932 foi agraciado a título póstumo com a Grã-Cruz da Ordem do Império Colonial.[2]

O seu nome perdura na toponímia portuguesa, em nomes de arruamentos, e também consta da lista de colaboradores do jornal A republica portugueza [8] (1910-1911) e da Revista nova [9] (1901-1902).

Referências

  1. a b «Governo de Portugal». www.portugal.gov.pt. Consultado em 10 de novembro de 2022 
  2. a b «Cidadãos Nacionais Agraciados com Ordens Portuguesas». Resultado da busca de "Álvaro Xavier de Castro". Presidência da República Portuguesa. Consultado em 22 de fevereiro de 2015 
  3. a b «New Page 0». maltez.info. Consultado em 7 de agosto de 2023 
  4. «Fundação Mário Soares». fmsoaresbarroso.pt. Consultado em 7 de agosto de 2023 
  5. «Debates Parlamentares - Diário 096, p. 1 (1924-06-04)». debates.parlamento.pt. Consultado em 7 de agosto de 2023 
  6. Portela, Artur. Os Grandes Duelos em Portugal. Lisboa: Livraria Popular de Francisco Franco 
  7. «The Montreal Gazette - Google News Archive Search». news.google.com. Consultado em 7 de agosto de 2023 
  8. Pedro Mesquita (21 de Junho de 2012). «Ficha histórica:A republica portugueza : diario republicano radical da manhan (1910-1911)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 8 de janeiro de 2015 
  9. Pedro Mesquita (25 de Junho de 2013). «Ficha histórica: Revista nova(1901-1902)» (pdf). Hemeroteca Municipal de Lisboa. Consultado em 15 de setembro de 2015 

Precedido por
Francisco Correia de Lemos
Ministro da Justiça
19131914
(V Governo Republicano)
Sucedido por
Manuel Monteiro
Precedido por
Tomás Cabreira
Ministro das Finanças
19141915
(VIII Governo Republicano)
Sucedido por
Joaquim Pimenta de Castro
(interino)
Herculano Galhardo
(de facto)
Precedido por
Alfredo Baptista Coelho
Governador-geral de Moçambique
19151918
Sucedido por
Pedro Francisco Massano de Amorim
Precedido por
Alfredo Rodrigues Gaspar
(de facto)
Alfredo de Sá Cardoso
(interino)
Ministro das Colónias
(1.ª vez)
1920
(XXI Governo Republicano)
Sucedido por
José Barbosa
(não empossado)
Jorge de Vasconcelos Nunes
(interino; não empossado)
Álvaro de Castro
(reconduzido)
Precedido por
Álvaro de Castro
(de facto)
José Barbosa
(não empossado)
Jorge de Vasconcelos Nunes
(interino; não empossado)
Ministro das Colónias
(1.ª vez; reconduzido)
1920
(XXI Governo Republicano)
Sucedido por
Celestino de Almeida
(interino)
José Barbosa
(de facto)
Precedido por
António Granjo
Presidente do Ministério de Portugal
(1.ª vez)
1920
(XXVII Governo Republicano)
Sucedido por
Liberato Pinto
Precedido por
Felisberto Pedrosa
Ministro do Interior
1920
(XXVII Governo Republicano)
Sucedido por
Liberato Pinto
Precedido por
Hélder Ribeiro
Ministro da Guerra
(inicialmente interino)
19201921
(XXVII, XXVIII e XXIX Governo Republicano)
Sucedido por
Alberto da Silveira
Precedido por
António Ginestal Machado
Presidente do Ministério de Portugal
(2.ª vez)
19231924
(XXXIX Governo Republicano)
Sucedido por
Alfredo Rodrigues Gaspar
Precedido por
António Vicente Ferreira
Ministro das Colónias
(2.ª vez)
1923
(XXXIX Governo Republicano)
Sucedido por
Mariano Martins
Precedido por
Francisco Cunha Leal
Ministro das Finanças
(inicialmente interino)
(2.ª vez)
19231924
(XXXIX Governo Republicano)
Sucedido por
Daniel Rodrigues
Precedido por
António Ribeiro de Carvalho
Ministro da Guerra
(interino)
1924
(XXXIX Governo Republicano)
Sucedido por
Olavo Correia de Azevedo