Willy Sanvitto
Willy Sanvitto (Caxias do Sul, 12 de fevereiro de 1932 — 12 de maio de 2010) foi um empresário brasileiro e um dos principais dirigentes da história do Esporte Clube Juventude. BiografiaFilho do empresário Guerino Sanvitto e sua esposa Therezinha Pauletti, teve como irmãos Lorita, Luiz Carlos e Lorena.[1] Quando jovem aprendeu violino e piano e se apresentou em recitais privados e em concertos com a Orquestra Sinfônica de Caxias do Sul.[2] Estudou Contabilidade na Escola Técnica de Comércio de Caxias[3] e Ciências Jurídicas e Sociais na UFRGS, em Porto Alegre.[4] Voltando a Caxias, iniciou sua carreira profissional gerenciando a empresa do pai, um comércio variado que incluía secos e molhados e materiais de construção, e cuidando da plantação de eucaliptos e da chácara vinícola da família,[5] mas depois atuaria principalmente como advogado e empreendedor imobiliário. Sua família possuía uma grande área de terra na entrada oeste da cidade, que ele se encarregou de urbanizar, e que hoje leva o nome de Bairro Sanvitto. Ao mesmo tempo, junto com seus irmãos, doou ao município uma área de 15 hectares de mata nativa.[4] Foi também diretor financeiro da Central de Automação em Análises Clínicas,[6] colaborador da Diretoria da Caderneta de Poupança Habitação,[7] um dos diretores gerais do Banrisul,[8] e participou ativamente na vida política de Caxias,[4] sendo um dos diretores[9] e presidente do Diretório da ARENA, mas nunca concorreu a cargos eletivos e sua permanência na política foi relativamente breve.[5] Deixou relevante contribuição no Esporte Clube Juventude, ocupando vários cargos na Diretoria: conselheiro jurídico, conselheiro fiscal,[10] conselheiro deliberativo e presidente deste Conselho em 1977, 1993, 1994 e 1995,[11][12][13][14] conselheiro consultivo,[15] vice-presidente de Futebol,[16] presidente do clube seis vezes (1965, 1966, 1972, 1973, 1974, 1975), o segundo nome com mais mandatos, perdendo apenas para Marcos Cunha Lima, com sete,[17] e Presidente de Honra em 1978, 1982-1984, 1997-2002.[18][19][20][21][22][23][24][25][26][27] A partir de 1993 foi co-patrono do Departamento de Bocha, junto com Carlito Chies,[28] e a partir de 2002 foi o patrono do clube.[4] Sob sua presidência o clube conquistou seu primeiro vice-campeonato estadual em 1965, e na década de 1970 foi o principal motor da dissolução da desastrada fusão com o Flamengo, da construção da sede campestre e da reconstrução do Estádio Alfredo Jaconi, considerado um dos melhores do interior do Brasil, inaugurado em 23 de março de 1975, além de sanear grande parte das dívidas do clube.[4][29][30][31] Ainda em 1975 o clube venceu a Copa Governador do Estado do Rio Grande do Sul.[32] Em 1993, sendo presidente do Conselho Deliberativo, foi um dos responsáveis pela parceria com a Parmalat, que durou até 2000, que propiciou condições econômicas de montar um time forte que conquistou a Série B em 1994, o Campeonato Gaúcho em 1998 e a Copa do Brasil em 1999.[4][29][25] Ainda em vida consagrado como uma das lendas e ícones do clube,[33][34][35][36] ao falecer em 2010 recebeu elogiosos obituários. Carlito Chies, presidente do Conselho Deliberativo, disse que "todos aprendemos muito com ele; sempre foi um homem sério, de visão e que com sua liderança construiu um novo Juventude".[37] o presidente Milton Scola assim lamentou a passagem: "Willy Sanvitto foi um grande comandante, um empreendedor que transformou o Juventude em um clube dos tempos modernos. Foi presidente da Diretoria Executiva, do Conselho Deliberativo, nosso Patrono nos últimos anos e deixou um legado que ficará registrado na história do clube. Nos momentos mais difíceis da trajetória do Juventude, ele mostrou toda sua coragem, e comandou o clube com muita inteligência e responsabilidade".[11] Francisco Michielin, principal historiador do Juventude, assim se referiu a ele: "Muitas e muitas palavras já foram ditas e escritas, nestes últimos amargos dias, sobre a figura de Willy Sanvitto. Todas elas, enaltecendo sua figura proeminente, a liderança que sempre exerceu, sua competência e coragem. [...] Sem Willy, tenho certeza, o Ju não teria chegado ao seu estágio de grandeza atual. Por isso, disse e repito: o Juventude antes e depois dele! Perdemos um grande companheiro, um líder excepcional e um juventudista que deixou um enorme legado, como salientou o nosso presidente, Milton Scola".[38] Geralmente é reconhecido como um dos principais dirigentes da história do clube,[39][40][41][16] e segundo João Garavaglia, para alguns ele é o maior de todos.[42] Em 1973 e 1974 foi escolhido Destaque em Esporte pela Rádio São Francisco,[43][44] e em 1975 foi um dos Destaques do Interior da Folha da Manhã de Porto Alegre.[45] Em 1999, através de um questionário enviado a 100 líderes comunitários de variadas áreas de atuação, um projeto do Curso de Jornalismo da UCS identificou as 30 personalidades mais marcantes de Caxias no século XX, sendo o mais votado dos cinco eleitos na categoria Desportistas.[46][5] Em 2005 recebeu do clube a Comenda Dante Baptista Andreis, criada para destacar figuras principais da história da agremiação.[41] Pelas suas grandes contribuições à cidade a Câmara Municipal batizou uma praça com seu nome.[4] Seu nome também batizou a 10ª edição da Copa Federação Gaúcha de Futebol em 2013.[29] O palacete onde nasceu e onde manteve seu escritório, projetado pelo arquiteto Vitorino Zani, um dos marcos arquitetônicos da Avenida Júlio de Castilhos, foi restaurado e hoje abriga um centro de negócios.[1] Referências
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