Tania Achot-Haroutounian
Tania Achot-Haroutounian (Teerão, 3 de Janeiro de 1937 - Lisboa, 6 de Janeiro de 2022)[1] mais conhecida por Tania Achot, foi uma pianista e pedagoga nascida no Irão.[2][3][4] Reconhecida internacionalmente com múltiplos prémios, foi em Portugal que desenvolveu uma boa parte da sua atividade, tendo tido uma influência notável no desenvolvimento da formação musical especializada no país.[4][5] BiografiaFilha de pai arménio e mãe russa, nasceu em Teerão em 1937 e foi criada, sobretudo pelos seus avós.[2] A sua família emigrara para a cidade persa no final da Década de 1920, no rescaldo da Revolução Russa.[2] Pelas suas ligações culturais e afectivas, considerava-se russa.[2][3] Iniciou os estudos de piano com apenas 8 anos.[1] Com 14 anos, foi com a sua mãe para Paris de modo a desenvolver a sua formação musical, tendo estudado no Conservatório de Paris.[1][2] Casou-se com o pianista português Sequeira Costa, acabando por radicar-se em Portugal na década de 1960.[4] Teve duas filhas.[5] PercursoEm 1955, participou na quinta edição do Concurso Internacional de Piano Frédéric Chopin. Nessa ocasião, toma contacto com a escola de piano russa, apaixona-se e pede o visto para Moscovo, que só chegará dois anos depois.[2] Na Rússia, teve formação com Lev Oborine no Conservatório Tchaikovsky.[4] Foi acolhida por Vladimir Ashkenazy (e a sua família), que conhecera em Varsóvia.[2] Em 1956, alcançou uma menção honrosa na ARD International Music Competition em Munique, na Alemanha. Em 1958, competiu na Music Performance Competition em Genebra, onde chegou às meias-finais e, no ano seguinte, classificou-se em sexto lugar na Marguerite Long-Thibaud Competition, em Paris.[4] Em 1960, regressou a Varsóvia, onde alcançou o terceiro lugar da sexta edição do Concurso Internacional de Piano Frédéric Chopin, o que seria o ponto alto da sua carreira internacional.[1][2][3][4] Já em Portugal, criticou fortemente o ensino que se praticava no Conservatório Nacional, tornando-se professora na Escola Superior de Música de Lisboa e deu também aulas particulares.[4][5] Destacou-se na interpretação de obras do movimento romântico, nomeadamente de compositores como Rachmaninoff, Shostakovitch e Prokofiev. Na sequência da sua participação no concurso de piano polaco, gravou várias obras de Chopin, para a Deutsche Grammophon.[4] Trabalhou em colaboração com Sequeira Costa durante vários anos, tanto na interpretação como no ensino.[4][5] Tocou em nome próprio em inúmeras salas e recitais um pouco por todo o mundo. Em Portugal, passou pelo Grande Auditório da Fundação Calouste Gulbenkian, pela Festa da Música no CCB, pela Casa da Música no Porto, entre muitas outras salas.[1][3][4][5] LegadoO pianista português Nuno Vieira de Almeida considera que Achot foi "uma das pessoas que mais contribuiu para a renovação do ensino do piano em Portugal nos anos 80 e 90", já que foi ela a responsável por trazer para o sistema português uma série de obras de piano que não eram leccionadas até então.[5][4][6] Além de Vieira de Almeida, Achot foi professora de vários pianistas portugueses de relevo, tais como Paulo Oliveira, António Toscano, Paulo Santiago, Joana Gama, Carla Seixas, entre muitos outros.[1][4] Em 2007, foi homenageada em concerto, pela Orquestra Sinfónica Juvenil, no Teatro Nacional de São Carlos.[7] Referências
Ligações Externas
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