Simão da Veiga
Simão Luís da Veiga, Jr. OC (Montemor-o-Novo, Lavre, 22 de Maio/Junho de 1903 — Caldas da Rainha, 19 de Agosto de 1959[1]) foi um célebre cavaleiro tauromáquico e lavrador português.[2][3] BiografiaFez o Curso Comercial na Escola Académica de Lisboa e desde muito jovem se dedicou à Tauromaquia, seguindo as pisadas de seu pai, o pintor naturalista e toureiro Simão Luís da Veiga.[2] Estreou-se em público com apenas 12 anos, na Praça de Touros de Montemor-o-Novo, em 1915, e tomou a alternativa de Cavaleiro Tauromáquico a 4 de Junho de 1922, na Monumental do Campo Pequeno, tendo como Padrinho o seu pai, Simão Luís da Veiga.[1][2] Desde então, toureou em todas as praças de Portugal continental, nos Açores e na Madeira, Angola e Moçambique, bem como em muitas praças de Espanha, França, Venezuela e México.[2] No último desses países, debutou na Plaza México, a maior praça de touros do mundo, em 1938. Na temporada de 1927 foi o cavaleiro português que mais atuou em Espanha e foi, de resto, o primeiro a quem foi concedida uma orelha em Las Ventas.[4] Ainda em Espanha, e acompanhado pelo seu pai, tomou parte na Corrida Régia de Barcelona, na Praça de Touros Monumental, organizada e oferecida pelo Rei D. Afonso XIII de Espanha ao Rei Vítor Manuel III da Itália, que os brindou com cigarreiras enriquecidas com as Armas da Coroa Italiana.[2] Casou primeira vez em Lisboa, a 1 de Dezembro de 1927, com Maria Helena de Sant'Ana Soares Ventura (Lisboa, Santos-o-Velho, 21 de Maio de 1910 - Lisboa, 23 de Julho de 2001), única filha de Henrique Soares Ventura (Montijo, Montijo, 28 de Fevereiro de 1862 - Lisboa, 4 de Outubro de 1934) e de sua segunda mulher Cristina de Jesus de Sant'Ana, da qual se divorciou, sem geração. Considerado dos Cavaleiros Portugueses de maior cartel, também toureou a pé[2], mas fica na história do toureio a cavalo por ter iniciado a sua carreira na época dos toiros corridos e fazer com João Branco Núncio a passagem para a lide do toiro puro, possibilitando a execução de sortes frontais, nomeadamente a partir de finais da década de 1930.[1] Granjeou muitos sucessos, rivalizou com os principais cavaleiros e rejoneadores do seu tempo, além de João Branco Núncio, os Espanhóis António Cañero e Álvaro Domecq Díez, e cultivou muitos admiradores, entre os quais o Nobel da Literatura Ernest Hemingway que, ao recordar as touradas que o empolgavam nos anos de juventude em Espanha, lhe dedica uma passagem em Os Contos de Nick Adams.[5] Casou segunda vez civilmente com Ausenda Coelho Guião (Redondo, Redondo, 30 de Março de 1916 - ?), filha de Manuel Coelho Guião e de sua mulher Deolinda de Vasconcelos, sem geração. Era Cidadão Honorário de Lourenço Marques e foi agraciado com as Medalhas de Italo Balbo e do Presidente do México Manuel Ávila Camacho e como Oficial da Ordem Militar de Nosso Senhor Jesus Cristo, a 12 de Março de 1947.[2][6] Manuel Conde tomou a alternativa de cavaleiro tauromáquico em Lisboa, na Praça de Touros do Campo Pequeno, a 18 de Maio de 1947, tendo como padrinho Simão da Veiga. Também os irmãos Luís Miguel e José Athayde receberam o ferro da alternativa das mãos de Simão da Veiga, na mesma praça lisboeta[7]. Simão da Veiga atuou pela última vez na tradicional corrida de 15 de Agosto, na Praça de Touros das Caldas da Rainha, em 1959, sofrendo, durante a lide, um enfarte agudo do miocárdio que o levaria à morte quatro dias depois. Era tio paterno de Luís Miguel da Veiga e tio-avô de Mafalda Veiga. Referências
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