Sedimentologia
Sedimentologia é a disciplina que estuda as partículas de sedimentos derivados da erosão de rochas ou de materiais biológicos que podem ser transportados por um fluido, levando em conta os processo hidroclimatológicos, com ênfase à relação água-sedimento, ou outros aspéctos geológicos. A sedimentologia envolve o estudo de sedimentos modernos, como areia,[1] silte e argila,[2] assim como os processos que levam à sua formação (erosão e intemperismo), transporte, deposição e diagênese.[3] Os sedimentologistas utilizam seu conhecimento sobre os processos modernos para interpretar a história geológica através da observação de rochas sedimentares e suas estruturas.[4] As rochas sedimentares cobrem até 75% da superfície da Terra, registram uma grande parte da história da Terra e contêm o registro fóssil. A sedimentologia está estreitamente relacionada à estratigrafia, que analisa as relações físicas e temporais entre diferentes camadas ou estratos rochosos. A premissa de que os processos que influenciam a Terra atualmente são os mesmos que ocorreram no passado fundamenta a determinação de como as características sedimentares no registro rochoso se formaram. Ao comparar características sedimentares atuais com aquelas no registro rochoso — como a análise de dunas de areia modernas em relação a dunas preservadas em arenitos eólicos antigos — os geólogos conseguem reconstruir ambientes passados. Rochas sedimentaresExistem quatro tipos principais de rochas sedimentares: clásticas, carbonáticas, evaporíticas e químicas.
Importância das rochas sedimentaresAs rochas sedimentares fornecem uma infinidade de produtos que a sociedade moderna e antiga passou a utilizar.
MetodologiaOs métodos utilizados por sedimentologistas para coletar dados e evidências sobre as características e condições deposicionais das rochas sedimentares incluem:
Desenvolvimentos recentesA compreensão de longa data de como alguns lamitos se formam foi desafiada por geólogos da Universidade de Indiana (Bloomington) e do Instituto de Tecnologia de Massachusetts. A pesquisa, que aparece na edição de 14 de dezembro de 2007 da Science, contraria a visão predominante dos geólogos de que a lama só se deposita quando a água está em movimento lento ou parada, mostrando, em vez disso, que "as lamas se acumulam mesmo quando as correntes se movem rapidamente". A pesquisa mostra que alguns siltitos podem ter se formado em águas de movimento rápido: "Os siltitos podem ser depositados sob condições mais energéticas do que amplamente assumido, exigindo uma reavaliação de muitos registros geológicos". Macquaker e Bohacs, ao rever a pesquisa de Schieber et al., afirmam que "esses resultados exigem uma reavaliação crítica de todos os siltitos anteriormente interpretados como tendo sido continuamente depositados sob águas paradas. Essas rochas são amplamente utilizadas para inferir climas passados, condições oceânicas e variações orbitais." Uma pesquisa recente considerável sobre lamitos foi motivada pelo esforço recente para produzir comercialmente hidrocarbonetos a partir deles como reservatórios não convencionais, tanto no gás de xisto quanto no petróleo compacto (ou óleo compacto leve). Uma pesquisa recente de uma sedimentologista australiana, Dutkiewicz, descreveu como a geocirculação está relacionada às temperaturas globais e às mudanças climáticas. A pesquisa descreveu a circulação de carbono e água, e os impactos do calor na capacidade atual e futura de captura de carbono pelo oceano.[6] Importância no mundoUm dos principais motivos de sua importância, é devido ao fato dos sedimentos serem prejudiciais a projetos e operações de obras hidráulicas, bem como conservação das terras e recursos hídricos. Um dos pioneiros no estudo da sedimentologia foi o engenheiro hidráulico Hans Albert Einstein, filho do famoso físico Albert Einstein. Sua tese foi sobre o estudo dos fenômenos de transporte de materiais sólidos (sedimentos) nos rios que resultou num modelo matemático conhecido como Método de Einstein para cálculo de transporte sólido nos rios, muito utilizado em Hidrologia e em Sedimentologia , posteriormente modificado por outros hidráulicos e hidrólogos, entre os quais o russso Kalinsky e o português Veiga da Cunha do LNEC, em Lisboa. Sobre o relacionamento com o pai, Albert Einstein, ele declarou ao New York Times em 1973: "Provavelmente o único projeto do qual ele desistiu fui eu. Ele tentou me dar conselhos, mas logo descobriu que eu era cabeça-dura demais e que ele estava apenas perdendo tempo." Um dos conselhos do pai foi para que ele desistisse de estudar os fenômenos de transporte sólido nos rios e se dedicasse a física quântica, "pois este era assunto menos complicado do que a sedimentologia dos rios". Alguns hidráulicos brasileiros trabalharam com modelos físicos de sedimentologia em Laboratórios de Hidráulica Fluvial, entre os quais Díocles Rondon, Jorge Rios e Alfredo Ribeiro da Costa. Importância no BrasilNo Brasil o seu estudo tem grande importância por causa de interferências antrópicas, como por exemplo, mau uso do solo, causando diversos problemas pela erosão, transporte de sedimentos nos rios, depósitos em locais indesejáveis e assoreamento. A deposição de sedimentos em reservatórios é um grande problema no país, pois a maioria da energia consumida vem de usinas hidroelétricas. No caso da Usina hidrelétrica de Tucuruí, por exemplo, foi calculado em 400 anos o tempo necessário para o assoreamento total do reservatório da barragem. Bibliografia
Referências
Ver também
Ligações externas
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