Ruy Roque Gameiro
Ruy Roque Gameiro (Amadora, 27 de fevereiro de 1906 — Rio de Mouro, 18 de agosto de 1935) foi um escultor português. Apesar de ter morrido relativamente jovem, mereceu atenção crítica favorável na época (José de Figueiredo, etc.[1]), ocupando um lugar destacado entre os escultores da segunda geração de artistas modernistas portugueses.[2] BiografiaFilho do mestre aguarelista Roque Gameiro e discípulo de José Simões de Almeida (Sobrinho),[3] frequentou o curso de mecânico de automóveis na Escola Industrial Marquês de Pombal em Lisboa, ao tempo dirigido por Sanches de Castro.[1] Terminou o curso da Escola de Belas Artes de Lisboa em 1928, com uma escultura intitulada Abel e Caim. No ano seguinte expôs pela primeira vez, apresentando uma estilizada Salomé na Sociedade Nacional de Belas Artes. Participou no I e II Salões dos Independentes[4] (SNBA, 1930 e 1931).[5][6][7] Entre as suas obras mais importantes assinalem-se os monumentos aos mortos da Primeira Guerra Mundial, em Abrantes e Lourenço Marques (atual Maputo). Datada de 1930, a estátua de Abrantes (Monumento aos Mortos pela Pátria, 1914-1918) foi a primeira em Portugal a ser fundida em cimento.[5] A de Maputo, projetada em colaboração com o arquitecto Veloso Reis[1] foi primeiro prémio no concurso para o Monumento aos mortos da Primeira Guerra Mundial (1931), tendo sido exposta em 1934 na Avenida da Liberdade, Lisboa, e entregue à cidade moçambicana no ano seguinte. A invulgar dignidade formal destas obras, onde avulta a figura imponente da Mulher-Pátria, de vestes moldantes, destaca-as como das mais notáveis da produção escultórica nacional do seu tempo.[8] Ruy Roque Gameiro ganhou ainda o concurso para uma estátua a D. João II na Avenida da Índia, Lisboa (1930), e participou na Exposição Internacional de Paris de 1932. Foi premiado postumamente no primeiro concurso para o monumento ao Infante D. Henrique, Sagres, 1936 (em colaboração com os arquitetos Carlos e Guilherme Rebelo de Andrade); embora esse projeto vencedor não tenha sido construído, a escultura de Gameiro que o integrava foi apresentada nos pavilhões portugueses das Feiras Internacionais de Paris (1937) e Nova Iorque (1939).[9][10] Casou em 1933 com Maria Helena Castelo Branco, de 24 anos; ambos morreram dois anos mais tarde num desastre de viação ocorrido na estrada do Alto do Forte, em Rio de Mouro, em que a sua moto colidiu com um automóvel. A morte prematura, aos 29 anos de idade, "impediu-o de realizar uma obra que, a julgar pelo pequeno espólio que deixou, seria certamente determinante na sua geração".[11] Está sepultado junto da família no Cemitério dos Prazeres. Galeria
Referências
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