Rutilismo é uma característica genética responsável pela ocorrência de pelos e cabelos ruivos, ou seja, de coloração avermelhada, laranja avermelhado ou vermelho acobreado. Seu gentílico é ruivo ou ruiva.[1]
A presença de cabelos ruivos ocorre em aproximadamente 2% da população humana.[2] Ocorre mais frequentemente (2–6%) em pessoas cujos ancestrais são oriundos do norte ou noroesteeuropeu e menos frequentemente noutras populações.
Características
O rutilismo é caracterizado por cabelos laranja-avermelhados, além de cabelos dourados. Os ruivos costumam ter pele clara e delicada e geralmente sardenta.[3] Apesar de ser muito comum entre pessoas de pele clara, não é uma exclusividade de pessoas brancas. Existem não só negros ruivos como também ruivos de diversas outras etnias. A[4]s cores de cabelo descritas como ruivas variam do vermelho profundo, passando pelos tons laranja e cobre, até o dourado misturado com loiro e terminando em ruivo. O fenômeno da vermelhidão resulta de altas concentrações do pigmento avermelhado feomelanina e baixas concentrações do pigmento escuro eumelanina. A pele dos ruivos costuma ser mais sensível à radiação ultravioleta.[3]
Em 1997 descobriu-se a bioquímica dos cabelos ruivos, demonstrando-se que estes se associam ao receptor da melanocortina-1 e componentes de ferro. Acredita-se que o generecessivo associado teria uma antiguidade. Todos os ruivos apresentam variantes na região MC1R do cromossomo 16.[5]
O lugar do mundo com o maior número percentual de ruivos é o Reino Unido, especialmente a Escócia. Calcula-se que de 10 a 13% da população escocesa tenha cabelos avermelhados.
Em meados do século XVII, no final do reino da rainha Elizabeth I, a crença nas fadas chegou ao sudeste da Inglaterra. Desde aqueles tempos, elas são frequentemente imaginadas e representadas como lindas mulheres de cabelos ruivos.
O gene para cabelos avermelhados é recessivo. Ruivos podem nascer depois de gerações de morenos ou loiros na família.
Estudos indicam que, provavelmente, alguns neandertais eram ruivos.[7]
Segundo Diodoro da Sicília, os cabelos ruivos eram "comuns entre os [antigos] gregos". [9]
Portugal
A presença de ruivos em Portugal ocorre ocasionalmente de norte a sul do país. Curiosamente, a povoação chamada A-dos-Ruivos teve o seu nome devido à presença de um grande número de ruivos no local.[10]
De acordo com o antropólogo e médico Eusebio Tamagnini, numa pesquisa realizada sobre pigmentação de cabelo, publicado em 1936 pela Universidade de Coimbra, a média de ruivos em Portugal é de 0,17%.[11]
↑Aulete, Caldas; Geiger, Paulo (2011). «Ruivo». Novíssimo Aulete: dicionário contemporâneo da língua portuguesa. Col: Obras de referência. Rio de Janeiro: Lexikon. p. 1223. ISBN978-85-86368-75-2. OCLC843013718. 1. Que tem cor avermelhada; louro-avermelhado (cabelos ruivos). 2. Diz-se de quem tem os cabelos dessa cor (moça ruiva). 3. Aquele ou aquilo que tem cor avermelhada, ou os cabelos ruivos.
↑Tamagnini, Eusébio (1936). Contribuições para o Estudo da Antropologia Portuguesa III - A Pigmentação dos Portugueses. [S.l.]: Tipografia da Atlântida. pp. –