Rogéria Nota: Para outros significados, veja Rogéria (desambiguação).
Rogéria, de nome completo Astolfo Barroso Pinto, (Cantagalo, 25 de maio de 1943 — Rio de Janeiro, 4 de setembro de 2017)[1] foi uma atriz, cantora, maquiadora e transformista brasileira. Iniciou-se na carreira artística como maquiadora das celebridades na extinta TV Rio. Morou por cinco anos em Paris, onde apresentou diversos shows. Sabia cantar e falar fluentemente em francês. Em 1979, recebeu o Troféu Mambembe, pelo espetáculo O Desembestado, que fez ao lado de Grande Otelo.[2] Se autodefinia jocosamente como "a travesti da família brasileira".[3] BiografiaRogéria nasceu em Cantagalo, no interior fluminense, a mesma cidade de outra figura célebre - como declarou, “Em Cantagalo, nasceu a maior bicha do Brasil – no caso, eu – e o maior macho do Brasil, Euclides da Cunha”.[4] Desde sua infância tinha consciência de sua homossexualidade. Não sendo aceita por sua família conservadora e tradicional, saiu de casa em sua adolescência, passando a trabalhar como transformista em boates e maquiadora de celebridades. Antes disso, conseguiu emprego como jurada, no auditório da Rádio Nacional,[5] particularmente nos programas estrelados pela cantora Emilinha Borba e de quem era fã incondicional.[6] Ao vencer um concurso de fantasias no carnaval de 1964, tentaram renomeá-la de Astolfo, "que fazia demais a ‘linha executivo’", para Rogério, que levou o público aos gritos de "Rogéria", inspirando seu nome artístico.[7] Vida PessoalSendo uma transformista e devido ao seu carisma e bom humor, era sempre ovacionada pelo público, tendo sido pioneira na televisão brasileira, abrindo portas para profissionais homossexuais. Ela optou por não realizar a cirurgia de redesignação sexual e também não alterou seu nome de batismo nos seus documentos. Vivia sozinha no Rio de Janeiro desde os anos 60. Era eventualmente vista pela mídia acompanhada de homens anônimos e famosos, mas por ser discreta, não assumiu nenhum relacionamento sério.[3] CarreiraRogéria começou sua carreira como maquiadora da TV Rio, e ao conviver com inúmeros atores célebres teve o que descreveu como equivalente de uma estadia no Actors Studio, sendo estimulada a interpretar. Sua estreia ocorreu em 29 de maio de 1964, em um notório reduto gay de Copacabana, a Galeria Alaska.[7] Figura frequente no cinema brasileiro, participou também como jurada em vários programas de auditório nas últimas décadas,[3] de Chacrinha a Gilberto Barros e também Luciano Huck. Rogéria foi coreógrafa da comissão de frente da Escola de Samba São Clemente, representando Maria, a louca, num enredo que tratava dos 200 anos da vinda da família real ao Brasil. Em sua passagem, foi recebida com carinho pelo público.[8] Em 2016, lançou sua biografia Rogéria – Uma mulher e mais um pouco, de Marcio Paschoal.[9] MorteEm 13 de julho de 2017, a atriz foi internada devido a uma infecção generalizada, permanecendo por duas semanas em uma clínica em Laranjeiras, na zona sul do Rio. Em 8 de agosto, Rogéria foi novamente internada no Hospital Unimed Barra, na Zona Oeste do Rio, devido a um quadro de infecção urinária e em 25 de agosto foi transferida da Unidade de Tratamento Intensivo do hospital para o quarto. No entanto, seu quadro clínico se agravou após uma crise convulsiva, seguida de um choque séptico, causa de sua morte em 4 de setembro de 2017, aos 74 anos.[10] FilmografiaTelevisão
Cinema
(2018) Rogeria - Senhor Astolfo Barroso Pinto TeatroForam muitas as incursões de Rogéria nos palcos do Brasil e do mundo. Foi vedete de Carlos Machado e em 1979 ganhou o Troféu Mambembe por uma peça que fazia com Grande Otelo.[7] Em fevereiro de 1976, participou de um espetáculo chamado Alta Rotatividade – comédia na qual contracenava com a atriz Leila Cravo e os atores Agildo Ribeiro e Ary Fontoura.[18] No ano de 2007, estreou o espetáculo 7 - O Musical, sob a direção de Charles Möeller e Cláudio Botelho. No espetáculo, atua ao lado de Zezé Motta, Eliana Pittman, Alessandra Maestrini, Ida Gomes, Jarbas Homem de Mello e outros. O espetáculo estreou em São Paulo no ano de 2009.[19] Desde 2004 ao lado da atriz Camille K, faz uma peça com outros notórios transformistas no Teatro Rival do Rio, Divinas Divas, que ficou dez anos em cartaz.[20] A produção inspirou um documentário homônimo dirigido pela atriz Leandra Leal.[21] Referências
Ligações externas |
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