River of No Return
River of No Return (bra: O Rio das Almas Perdidas[4][5]; prt: Rio sem Regresso[6]) é um filme estadunidense de 1954, do gênero faroeste, dirigido por Otto Preminger para a 20th Century Fox[7] e estrelado por Robert Mitchum e Marilyn Monroe. O roteiro, escrito por Frank Fenton, é baseado em uma história de Louis Lantz, que pegou sua premissa do filme italiano de 1948 Ladrões de Bicicletas.[8] Elenco
ProduçãoOtto Preminger estava se preparando para lançar The Moon Is Blue quando o executivo da 20th Century Fox Darryl F. Zanuck o designou para dirigir River of No Return, como parte de seu contrato com o estúdio. Devido à experiência anterior dos mesmos com filmes de faroeste, o produtor Stanley Rubin queria que William Wellman, Raoul Walsh ou Henry King dirigisse o filme, e estava preocupado que Preminger, que ele sentia ser mais adequado para melodrama noir ou comédia sofisticada, seria incapaz de fazer juz à tarefa de dirigir uma obra sobre a cultura americana. O próprio Preminger não tinha interesse algum no projeto até que ele leu o roteiro e viu potencial na história. Ele também aprovou Robert Mitchum e Marilyn Monroe, os quais já haviam sido escalados para os papéis principais.[9] Zanuck decidiu realizar o filme em CinemaScope e assim aumentou seu orçamento. Grande parte do filme viria a ser filmado nos parques nacionais de Banff e Jasper e no Lago Louise, na província de Alberta, Canadá, e Preminger e Rubin voaram para a área para escolher as locações. Durante o tempo que passaram lá, Rubin começou a gostar do diretor e começou a sentir que em vez de ver o filme como uma obrigação contratual, Preminger tinha um real interesse em fazê-lo.[10] Rubin programou doze semanas de pré-produção, período em que Marilyn Monroe ensaiou e gravou os números musicais compostos por Ken Darby e Lionel Newman, e quarenta e cinco dias de filmagens. O elenco e a equipe partiram para Calgary no final de junho de 1953. De lá eles viajaram em um trem especial até o Hotel Banff Springs, que serviria de base durante as filmagens no Canadá.[11] Marilyn estava acompanhada de Natasha Lytess, sua coach de atuação. Preminger entrou em confronto com a mulher desde o início. Ela insistia em puxar sua cliente de lado e dar-lhe direções contrárias às de Preminger, e fazia a atriz pronunciar cada sílaba de cada palavra dos diálogos com exagerada ênfase.[12] Preminger ligou para Rubin em Los Angeles e insistiu que Lytess fosse expulsa do set de filmagens, mas quando o produtor cumpriu com a exigência, Marilyn ligou para Zanuck diretamente e afirmou que não podia continuar a não ser que Lytess voltasse. Zanuck ficou com pena de Preminger mas, sentindo que Marilyn era uma enorme arrasta multidões que ele não podia se dar ao luxo de chatear, ele trouxe Lytess de volta. Irritado com a decisão, Preminger descontou sua raiva em Marilyn pelo resto da produção.[13][14] Durante as difíceis filmagens, Preminger também teve de lidar com chuvas frequentes, a bebedeira pesada de Mitchum, e uma lesão no tornozelo que manteve Marilyn fora do set por vários dias e, por fim, uma tala teve de ser colocada.[15] O jovem Tommy Rettig parecia ser a única fonte de consolo do diretor. Ele respeitava o profissionalismo do rapaz e apreciava o relacionamento que ele desenvolveu com Marilyn, o qual muitas vezes ajudou a manter a atriz calma. Quando Lytess começou a interferir na atuação de Rettig, comprometendo assim a sua confiança, Preminger contou ao elenco e à equipe sobre o comportamento dela e ficou feliz ao ver que eles finalmente começaram a apoiá-lo em seus esforços para tirá-la do set.[13][16] No início de setembro, a produção se deslocou para Los Angeles para filmar as cenas de interiores e os close-ups de uma sequência no rio, os quais foram gravados em um tanque, uma vez que os dublês tinham sido usados nas longas tomadas filmadas nas reais corredeiras do verdadeiro River of No Return, the Salmon River (Rio Sem Volta, Rio do Salmão), sul de Lewiston, Idaho, o qual teria sido o destino, não Council City. O salmão desce mais de 7.000 pés em elevação, de suas cabeceiras até sua confluência como um afluente do rio Snake, por isso as corredeiras e o apelido, o que seria difícil de duplicar em filme. Como nota, o Salmon é o único grande rio nos Estados Unidos contido inteiramente dentro de um estado. Existe a cidade de Council, Idaho, mas fica no condado de Adams, distante do rio. Marilyn estava de muletas, e Preminger teve que ajudá-la tanto quanto possível. As filmagens brutas reconfirmaram a crença de Rubin de que Preminger tinha sido a escolha errada para o projeto. Ele sentiu que o diretor não tinha conseguido capturar a aura faroeste, tinha ignorado elementos-chave da trama, e tinha negligentemente dirigido as seqüências de ação, fazendo-as parecer ensaidas e estáticas. Por diversas vezes, as tomadas feitas em estúdio e nas locações não combinaram. Apesar de suas divergências freqüentes, Preminger completou o filme em 29 de setembro, dentro do tempo programado e do orçamento.[17] Durante a pós-produção, Preminger partiu para a Europa, deixando ao editor Louis R. Loeffler e a Rubin a incumbência de completar o filme. Jean Negulesco foi chamado para fazer algumas refilmagens. Essa experiência convenceu Preminger de que ele nunca mais queria trabalhar como empregado de um estúdio novamente, e ele pagou à Fox $150.000 dólares para cancelar o restante de seu contrato.[18][19] Anos mais tarde, Marilyn afirmou que River of No Return era seu pior filme, e Preminger falou amargamente sobre ela em inúmeras entrevistas. Foi em janeiro de 1980, ao ser entrevistado para o jornal New York Daily News, que ele admitiu: "Ela se esforçou muito, e quando as pessoas se esforçam muito, você não pode ficar brabo com elas."[20] Este filme foi o primeiro a ser filmado em CinemaScope e Deluxe Color no Canadá.
Referências
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