Pistola Nambu
Pistola Nambu (em japonês: 南部拳銃), é uma designação genérica para uma série de pistolas semiautomáticas projetadas por Kijirō Nambu e produzidas pelo Arsenal Koishikawa, que mais tarde passou a se chamar Arsenal de Artilharia de Tóquio.[1] E foram extensivamente usadas na Segunda Guerra Sino-Japonesa e na Segunda Guerra Mundial. A série, teve cinco variantes: o "Tipo A" de 1902, chamado de "Avô Nambu" pelos colecionadores; o "Tipo A modificado" de 1906-07, chamado de "Pai Nambu", com guarda mato maior e modificações no pente e na empunhadura, o "Tipo B" de 1909, chamado de "Bebê Nambu", cerca de ¾ do tamanho do "Tipo A modificado", o "Tipo 14" de 1925, versão mais simples de menor custo e o "Tipo 94" de 1935, versão mais leve e cano mais curto, com menos uma bala no carregador, voltado para pilotos de avião e de tanques.[2] O "Tipo A", foi fabricado em pequena quantidade. O "Tipo B" nunca foi adotado formalmente por nenhuma força do Império Japonês. O "Tipo 14" foi adotado oficialmente como arma reserva, e foram produzidas cerca de 200.000 unidades.[2] Nos anos finais da Segunda Guerra Mundial, principalmente em 1945, para acelerar a produção, o "Tipo 14", perdeu muito em qualidade. HistóricoA origem da série de pistolas Nambu remonta a um desenho do Tenente-General Kijirō Nambu.[3] O General Nambu reivindicou a autoria do projeto durante experimentos do "Plano de 30 anos para pistola automática" de 1897 no Japão.[1] É provável que essa série tenha sido influenciada pela Mauser C96, depois que uma comissão japonesa visitou a Europa e relatou os desenvolvimentos recentes. O primeiro modelo, conhecido como "Tipo A", foi completado em 1902.[1] Ele chegou a ser avaliado pelo Exército imperial japonês mas nunca foi adotado formalmente.[1] Muitos exemplares do "Modelo A" foram vendidos para a China e para o Sião.[1] Seguindo a tradição britânica, era esperado que os oficiais do Exército comprassem suas próprias armas pessoais.[3] O "Tipo A modificado", foi adotado pela Marinha Imperial Japonesa em 1909 e pelo Exército Real Tailandês na década de 1920.[3] A maior parte dos modelos "Tipo A modificado" e "Tipo B" foram produzidos pelo Arsenal de Tóquio, sendo que algumas poucas unidades, foram produzidas pela Tokyo Gas and Electric Company.[1] O "Tipo 14", foi produzido no Arsenal de Nagoya, nas fábricas de Atsuta e Toriimatsu.[4] Características do projetoNas pistolas Nambu, o carregador era retirado da empunhadura pressionando um botão do lado esquerdo do corpo da arma.[5] O carregador é municiado manualmente, pois não existe um "grampo" para o municiamento.[5] Os modelos "Tipo A" e "Tipo 14", tinham carregadores de 8 tiros, enquanto o "Tipo B" tinha carregadores de 7 tiros.[5] As pistolas Nambu são pistolas semiautomáticas, acionadas pelos gazes do recuo, com culatra fechada. Elas possuem um cano afilado na extremidade num corpo em peça única.[1] O cano é forjado integrado com a câmara.[1] O fechamento da culatra era obtido por um mecanismo de sustentação semelhante ao da Glisenti Modello 1910.[6] Quando o cano se movimentava para a frente, o bloco era levantado enquanto se movia pelo corpo forçando o cartucho para cima para a câmara.[3] Apesar da protuberância para acomodar a mola da câmara, do lado esquerdo, a Nambu era bem balanceada.[1] As pistolas Nambu, usam um cartucho de baixa pressão de 8 mm, que era consideravelmente menos potente que cartuchos para pistola contemporâneos, como o .45 ACP, o soviético 7.62×25mm Tokarev, o britânico .455 Webley, e o alemão 9x19mm Parabellum. A trava de segurança do "Tipo A" requeria ambas as mãos para ser acionada; e foi descartada completamente no "Tipo 14". Tipo AO modelo Nambu "Tipo A" foi o primeiro da família Nambu. Projetado pelo General Kijirō Nambu em 1902, o "Tipo A" teve dois variantes: o primeiro, fabricado entre 1903 e 1906 e o segundo produzido depois de 1906.[4] Entre os colecionadores, o "Tipo A" é chamado de "Avô Nambu".[7] O "Tipo A" foi produzido até o número de série 2.400, aproximadamente.[7] A produção do "Nambu Tipo A" se encerrou tanto no Arsenal de Tóquio quanto na Tokyo Gas and Electric Company em 1923.[4] O desenho da "Nambu Tipo A", lembra muito o da Luger P08. mas funcionalmente, ela é mais parecida com a Mauser C96.[4] O modelo Nambu "Tipo A modificado" chamado entre os colecionadores, de "Pai Nambu", foi produzido no Arsenal de Tóquio até o número de série 7.000, aproximadamente.[8] O guarda mato da Nambu "Tipo A", era considerado muito pequeno, principalmente quando usando luvas, foi aumentado nos modelos produzidos no final da série.[4] O modelo Nambu "Tipo A", tinha o carregador com a base de madeira e molas soldadas.[4] Já o modelo Nambu "Tipo A modificado", tinha a base do carregador de alumínio[9] com a mola constituída de anéis.[4] Tanto o "Tipo A", quanto o "Tipo A modificado", tinham o símbolo do gato siamês estampado na parte traseira da empunhadura, indicando serviço na Tailândia antes da Segunda Guerra Mundial.[10] O modelo "Tipo A", tinha a possibilidade de instalar uma coronha de apoio no ombro, baseada na C96.[11] Tipo BO modelo Nambu "Tipo B" era uma versão ¾ do tamanho do "Tipo A modificado".[6] O modelo "Tipo B" foi produzido porque o "Tipo A" era considerado muito pesado e vendeu pouco.[6] O modelo "Tipo B", foi designado como "Tipo Nambu" pelas autoridades japonesas.[10] É normalmente referenciado como "Baby Nambu" no mercado ocidental, devido ao seu pequeno tamanho.[12] Ele disparava o calibre 7 mm, menor que o convencional 8 mm. A produção começou no Arsenal de Artilharia de Tóquio.[10] Os primeiros 450 "Tipo B" fabricados, tinha um carregador com base de madeira e pino de percussão de um único diâmetro. Na sequência, eles foram produzidos com a base do carregador em alumínio e pinos de percussão de vários diâmetros.[1] O modelo Nambu "Tipo B", nunca foi oficialmente adotado por nenhuma das forças armadas japonesas.[13] Quase todos os "Tipo B" foram adquiridos de forma privada pelos oficiais japoneses, mas nunca alcançou popularidade, pois ele custava o dobro de modelos equivalentes importados.[4] A organização de reservistas do Exército japonês (Kaikosha), listou o preço do "Tipo B" em 180 Ienes, enquanto o salário mensal de um Tenente comissionado era de apenas 70 Ienes.[14] O Arsenal Koishikawa encerrou a produção de peças em 1923, depois do Grande terremoto de Kantō, mas a montagem continuou até 1929.[1] Tipo 14O modelo Nambu "Tipo 14" foi projetado em 1925 com o objetivo de simplificar o processo de fabricação para reduzir o custo.[9] Ele foi adotado oficialmente para oficiais não comissionados no Exército japonês em 1927 e estava disponível para aquisição pelos oficiais.[9] O "Tipo 14", foi uma versão melhorada do "Tipo A modificado". Algo como 400.000 unidades do "Tipo 14" foram fabricados.[12] A maior parte dos "Tipo 14" foram marcados com o mês e o ano de fabricação de acordo com o ano do Imperador Hirohito, com o nome de seu reinado sendo abreviado para "Sho" (originalmente "Shōwa") à esquerda da data.[15] Os modelos produzidos mais adiante, são reconhecidos por um guarda mato maior e oblongo (introduzido depois que soldados reportaram dificuldades em acessar o gatilho usando luvas na Manchúria) e algumas vezes tinha um botão para engatilhar de aço serrilhado em vez do botão entalhado padrão.[12] Foi adicionada uma mola do carregador revisada em meados de 1940 para prender o carregador e facilitar o seu encaixe.[16] A trava de segurança, do lado esquerdo, travava o cano e a culatra.[16] Um pino de engatilhar novo foi implementado em 1944 para simplificar a produção.[12] O "Tipo 14" também não tinha a trava de segurança na empunhadura usada nos modelos anteriores.[12] O "Tipo 14" podia disparar a granada lacrimogênia Tipo 90, com um adaptador.[17] Antes da Segunda Guerra Mundial o "Tipo 14" era fabricado com qualidade, que foi decaindo durante a guerra.[18] Marcas de usinagem, falta de polimento e camada do efeito de aço azulado muito fina, se tornaram comuns com as restrições da guerra.[18] Os últimos "Tipo 14" ainda eram bem funcionais, apesar da baixa qualidade.[18] A qualidade dos coldres para o "Tipo 14" também piorou forçando a substituição de couro por emborrachado.[19] Uma qualidade do "Tipo 14" chamou a atenção de William B. Ruger que adquiriu uma Nambu capturada de um fuzileiro americano em 1945. Ruger fez duas cópias da Nambu em sua garagem,[20] E embora ele tenha decidido não comercializá-los, o dispositivo de carregamento e o desenho geral foram incorporados na linha de pistolas semiautomáticas "Ruger .22", quando em 1949 a Ruger Standard (e depois as Mark I, II, III e Mark IV)) foram lançadas no mercado americano.[21] Tipo 94O modelo Nambu "Tipo 94" o último da família Nambu, teve o projeto iniciado em 1929, com o objetivo de diminuir os custos de produção,[22] depois que Kojiro Nambu se aposentou do Exército e fundou a Nambu Rifle Manufacturing Company.[23], e depois de vários protótipos testados, a versão final foi adotada pelo Exército japonês no final de 1934 (2594 no Calendário japonês).[24] O "Tipo 94" entrou em produção em 1935. Cerca de 71.000 unidades desse modelo foram fabricadas antes do encerramento da produção em 1945. O Exército imperial japonês, julgou que uma pistola menor, de desenho japonês usando o calibre padrão 8×22mm Nambu era necessária para substituir a maior, mais pesada e oficialmente aceita, Nambu "Tipo 14".[23] A demanda para armas curtas para oficiais aumentou como resultado da invasão da Manchúria pelo Japão durante a Segunda Guerra Sino-Japonesa.[23] Um novo desenho também era desejado para incluir uma trava de segurança do carregador, para evitar descarregamentos não intencionais durante a limpeza, que eram comuns nos modelos anteriores.[23] A designação do "Tipo 94", reflete a mudança na nomenclatura oficial, com o "94" fazendo referência a fundação do Japão no ano 660 AC, portanto, o ano 2594 em vez do calendário imperial, usado para dar nome ao revólver Tipo 26 ou a pistola Nambu "Tipo 14".[25] O protótipo final do "Tipo 94", foi oficialmente adotado pelo exército japonês no final de 1934 depois de várias revisões.[24] A produção começou sob a supervisão do Arsenal de Nagoya na Nambu Rifle Manufacturing Company, e depois na sua sucessora, a Chuo Kogyo Company, Ltd.[24] Cerca de 71.000 unidades desse modelo foram produzidas, mas a quantidade exata é desconhecida devido a produção de unidades sem data nem número de série.[24] Durante a Segunda Guerra Mundial, o "Tipo 94" se tornou a arma preferida das tripulações de tanques e paraquedistas, que precisavam de armas menores e mais convenientes.[23] O "Tipo 94" nunca foi adotado oficialmente pela Marinha Imperial Japonesa, mas estava disponível para os oficiais através da União de Oficiais.[24] A qualidade do "Tipo 94" foi decaindo no final da Segunda Guerra, quando o Japão sofria bombardeios constantes das forças aliadas e restrições de matéria prima aumentavam.[26] Essa enorme queda na qualidade, desde o final de março de 1945, se tornou crítica no final de junho de 1945.[27]. A empunhadura de madeira foi substituída por baquelite.[28] Muitas unidades não receberam número de série, e nenhuma teve data próxima a julho de 1945.[27] Existem apenas quatro pistolas conhecidas sem número de série nem data, com várias deficiências na montagem.[29] Um pequeno número de pistolas, fabricadas nos estágios finais de produção incluíam datas mais antigas, que devem ter sido reaproveitadas de unidades rejeitadas na inspeção por defeitos de acabamento menores.[29] Operadores
Ver também
Referências
Bibliografia
Ligações externas
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