Padre Kelmon
Kelmon Luís da Silva Souza (Acajutiba, 21 de outubro de 1976),[1] mais conhecido como Padre Kelmon, é um político brasileiro, atualmente filiado ao Partido Liberal (PL).[2][3] Celebrou missas e batismos na Bahia, tornou-se notório entre conservadores devido ao discurso beligerante contra a esquerda política.[4] Desde 2010, mantém em Brasília a loja de artigos religiosos Jabuti.[5] Foi candidato à Presidência da República em 2022 pelo PTB, conseguindo 0,07% dos votos.[6] BiografiaAtividades religiosasFilho de Risoldete e José Gomes, uma família católica. Na adolescência, nos anos 90, liderou grupos de jovens como a Legião de Maria[7] e atuou na comunidade ecumênica cristã de Taizé, de origem francesa. Participou ainda da criação de um grupo chamado Jovens Unidos Semeando Paz e Esperança (JUSPE).[5] Aos 20 anos ingressou no seminário Mater Ecclesiae, dos Legionários de Cristo, em São Paulo, seguindo sua formação nos seminários Santana e Santa Catarina de Alexandria, o primeiro romano e o segundo ortodoxo.[7] Em 2003, decidiu seguir como ortodoxo. Seis anos depois, tornou-se missionário no serviço aos pobres, presidiários, e à juventude universitária.[7] Durante esse tempo serviu as igrejas Greco Melquita e Apostólica Ortodoxa da América, na qual foi ordenado padre em São Paulo, em 2 de agosto de 2015, pelo bispo Kyrios Ioannis de Santa Catarina.[7][8][9] Em 6 de agosto de 2021, ingressou na Igreja Ortodoxa do Peru[7] (que não tem relação com a matriz grega ou russa da Igreja Ortodoxa),[4][10] vínculo reconhecido pela própria, em nota.[8] Era pároco do seu Vicariato Episcopal do Brasil na Ilha de Maré, na Bahia.[11] Kelmon obteve licença eclesiástica da Igreja Ortodoxa do Peru para concorrer à Presidência em 2 de agosto de 2022.[9] Em meio às suas polêmicas eleitorais, a Igreja Sirian Ortodoxa de Antioquia no Brasil afirmou, em 25 de setembro, que não mantinha vínculos com Kelmon.[12] Isso levou-o, em março de 2023, a abrir um processo por danos morais, pedindo indenização de 500 mil reais à instituição.[13] Em 30 de setembro de 2022, a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) publicou uma nota esclarecendo que Kelmon não pertence à Igreja Católica Apostólica Romana.[14] Tendo pedido seu desligamento da Igreja Ortodoxa do Peru, recebeu-o em 18 de dezembro de 2022.[15][16] No dia seguinte, Kelmon anunciou que pediu vinculação à Igreja Ortodoxa Grega da América e Exterior e que "foi eleito bispo para as missões no Brasil".[17] Carreira políticaO Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) descreve Kelmon como "homem cristão, conservador e de direita, que sempre se dedicou à igreja e ao combate da esquerda no país". Ajudou a criar o Movimento Cristão Conservador.[18] Padre Kelmon se diz admirador dos já falecidos Enéas Carneiro e Levy Fidelix, além do ex-presidente Jair Bolsonaro. Através de seu canal no YouTube, faz denúncias à "islamização" e a "perseguição" de cristãos no Brasil. Apesar de seu discurso ser radicalmente contra o espectro político referente a esquerda, isso contrasta com sua antiga filiação ao Partido dos Trabalhadores (PT).[19] Inicialmente, apoiou o Partido Social Cristão (PSC),[20] mas, depois chegou a ser integrante do PT, na Bahia, entre 2 de junho de 2002 e 21 de novembro de 2009.[7] Já fora desse partido político de esquerda e arrependido por isso, propagandeou contra a então candidata petista nas eleições presidenciais do Brasil de 2010, Dilma Rousseff,[7] ao serviço[necessário esclarecer] da Frente Integralista Brasileira.[5] Em 2012, participou do 4º Congresso Nacional desse movimento Integralista brasileiro, de extrema-direita nacionalista e católico.[21] O partido de Kelmon, o PTB é hoje um partido com diversos filiados que se declaram integralistas, anteriormente autodenominados integralistas haviam se filiado aos partidos PRONA de Enéas Carneiro e o PRTB de Levy Fidelix.[22] Kelmon filiou-se ao PTB em dezembro de 2020 por influência de Roberto Jefferson, que o conheceu através de um vídeo no qual Kelmon alegava sofrer perseguição religiosa e ter uma capela de bambu destruída. Desse diálogo, terá[necessário esclarecer] surgido no PTB o movimento Juventude Trabalhista Cristã Conservadora (JTCC), no qual Kelmon foi colocado como líder até a cúpula do partido, na ocasião presidida por Graciela Nienov, e não Jefferson, receber um dossiê com denúncias que apontavam a falta de vínculo entre Kelmon e as igrejas de comunhão ortodoxa.[5][23] Em outubro de 2021, fundou o Movimento Cristão Conservador Latino-Americano (MECCLA), assumindo-o como seu primeiro presidente, tal como da Associação Theotokos, que declara à Receita prestar atividades de organizações religiosas ou filosóficas e atividades de associações de defesa de direitos sociais.[7] Em Janeiro de 2024, Anuciou sua pré-candidatura a prefeitura de São Paulo em 2024, pelo PRD, tendo o pastor Manoel Lopes Ferreira Junior como vice.[24] Candidatura à Presidência da República em 2022Ver artigo principal: Campanha presidencial de Padre Kelmon em 2022
Após o indeferimento da candidatura de Jefferson, o então candidato à presidência do PTB,[25] seu candidato a vice-presidente, Padre Kelmon, foi escolhido como candidato à presidência, em 1º de setembro de 2022, tendo Pastor Luiz Cláudio Gamonal como candidato a vice.[26][27] Padre Kelmon apresentou ao Tribunal Superior Eleitoral o mesmo plano de Roberto Jefferson, que cita a valorização de Deus, da família e da liberdade, prometendo intensificar a agenda de privatizações, convocar uma nova Assembleia Constituinte, reduzir a carga tributária, pôr fim à estabilidade dos servidores públicos, proibir a legalização, plantio, cultivo e comercialização da maconha e criminalizar a "cristofobia".[28][29] Em sua primeira participação em um debate televisivo, no SBT, em 24 de setembro Kelmon frequentemente elogiou e defendeu o presidente Jair Bolsonaro, atuando como seu aliado.[30][31][32][33] Após a transmissão, Kelmon se tornou popular na Internet e foi comparado ao candidato de 2018 Cabo Daciolo,[34][35][36] o que Kelmon disse que seria uma "ofensa".[37] Antonio Lavareda, cientista político e presidente do Conselho Científico do Ipespe, declarou à CNN Brasil: "Padre [Kelmon] está para Bolsonaro em 2020 como esteve o Cabo Daciolo em 2018. Ele deixa Bolsonaro mais moderado".[38] No debate, Kelmon também ficou conhecido por defender a pauta antiaborto e dizer que negros não precisam de cotas.[39][40][41] Durante sua participação no debate da TV Globo em 29 de setembro, Padre Kelmon voltou a elogiar e defender o presidente Bolsonaro.[42] Também se envolveu em discussão com o ex-presidente Lula, onde foi chamado de "impostor", "candidato laranja" e "fariseu".[43] Por outro lado, a senadora Soraya Thronicke o chamou de "padre de festa junina" e lhe perguntou se "teria medo de ir para o Inferno".[44] Tais falas geraram repercussão na internet e memes.[45][46] Kelmon também viralizou devido a suas constantes interrupções às falas de seus oponentes, sendo advertido em diversos momentos pelo mediador William Bonner, que perguntou-lhe se ele sabia que o debate tinha regras.[47] Após novas interrupções, Bonner disse: "O senhor realmente decidiu instituir uma nova regra neste debate".[48] Após o debate da Globo, segundo o Datafolha, a rejeição de Kelmon cresceu sete pontos percentuais, se comparado com o levantamento anterior: de 19% para 26%, tornando-se o terceiro candidato mais rejeitado entre os eleitores, atrás apenas de Lula e Bolsonaro.[49] Desempenho eleitoral
Referências
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