Públio Cornélio Cipião Násica Córculo Nota: Para outros significados, veja Públio Cornélio Cipião.
Públio Cornélio Cipião Násica Córculo (m. 141 a.C.; em latim: Publius Cornelius Scipio Nasica Corculum) foi um político da família dos Cipiões da gente Cornélia da República Romana eleito cônsul por duas vezes, em 162 e 155 a.C., com Caio Márcio Fígulo e Marco Cláudio Marcelo respectivamente. Foi pontífice máximo entre 150 e 142 a.C.. Era filho de Públio Cornélio Cipião Násica, cônsul em 191 a.C., e pai de Públio Cornélio Cipião Násica Serapião, cônsul em 138 a.C.. Herdou de seu pai o amor pela jurisprudência e ficou tão famoso por seu saber jurídico e conhecimento da lei pontifícia que recebeu o apelido de "Corculum" (em latim: "corculum a corde dicebant antiqui et acutum").[1] Era chamado de Násica, o Jovem para diferenciá-lo do pai. Primeiros anos e primeiro consulado (162 a.C.)Em 169 a.C., participou da Terceira Guerra Macedônica sob o comando de seu cunhado, Lúcio Emílio Paulo Macedônico, e comandou um grupo de desembarque que atacou Perseu da Macedônia. No ano seguinte, participou da Batalha de Pidna, que encerrou a guerra. Foi eleito cônsul em 162 a.C. com Caio Márcio Fígulo, mas os dois tiveram que renunciar depois que líder de uma das centúrias morreu durante a Assembleia das centúrias e os áugure decretaram que a eleição era inválida. Em 159 a.C., foi eleito censor com Marco Popílio Lenas e impôs uma norma que proibia a colocação de estátuas de pessoas públicas no Fórum Romano sem a autorização expressa do Senado Romano ou do povo. Em seu mandato, Roma conheceu a clepsidra (relógio d'água) pela primeira vez, que foi instalada na Basílica Emília. Segundo consulado (155 a.C.) e anos finaisFoi eleito cônsul em 155 a.C. com Marco Cláudio Marcelo e conquistou os dálmatas a partir de sua base em Aquileia. Dali, marchou até Delmínio, conquistando toda a região entre os rios Arsia (moderno rio Raša, na Ístria) e Narenta (Neretva, hoje na Bósnia e Herzegovina),[2] o que lhe valeu um triunfo.[3] Esta região tornou-se, em seguida, a nova província de Ilírico. Córculo era um firme defensor dos velhos hábitos e costumes romanos e se opunha a todas as inovações estrangeiras. Em seu consulado, pediu ao Senado a demolição de um teatro por considerá-lo prejudicial à moral pública. Terceira Guerra PúnicaEntre 159 e 149 a.C., Córculo foi um adversário político de Catão, o Velho, e defendia que Roma não deveria destruir Cartago. Segundo uma tese de Plutarco e uma afirmação de Apiano, esta posição devia-se ao temor de Córculo de que a destruição do principal de Roma iria resultar, indubitavelmente, num declínio da moral e da disciplina dos romanos. Quando Catão insistia com sua obsessão ("Carthago delenda est" — "Cartago precisa ser destruída"), Córculo respondia que Cartago precisava ser salva.[4] Porém, mesmo sendo príncipe do senado, Córculo perdeu muito de sua influência quando Cartago declarou guerra contra Massinissa, rei da Numídia, uma guerra que, segundo os romanos, violaria o tratado de cinquenta anos antes entre romanos e cartagineses e que os romanos consideravam perpétuo (e os gregos consideravam que havia expirado). A realidade é que Roma desejava destruir Cartago, que havia rapidamente se recuperado das pesadas multas e de anos de guerra, e, com este objetivo, encorajava os númidas a realizarem seus repetidos ataques ao território cartaginês.[5] Seja como for, Cipião Násica Córculo foi desacreditado como sendo um "campeão de Cartago" e Catão, seu adversário, triunfou. Córculo viveu para ver a Terceira Guerra Púnica, ironicamente encerrada pelo seu parente Cipião Emiliano, e Catão viveu o suficiente para vê-la declarada.[6] Córculo foi eleito pontífice máximo em 150 a.C. depois de um interregno de dois anos após a morte de Marco Emílio Lépido e príncipe do senado em 147 a.C.. Acredita-se que tenha morrido em 141 a.C., pois foi sucedido por seu filho, Públio Cornélio Cipião Násica Serapião, como pontífice máximo. InfluênciaFoi elogiado por Cícero por suas habilidades oratórias e Aurélio Vítor o descreve como "eloquentia primus, jures scientia consultissimus, ingenio sapientissimus".[7][8][9][10][11] FamíliaCórculo casou-se com sua prima de segundo-grau, Cornélia Africana Maior, a filha mais velha de Cipião Africano, com quem teve Públio Cornélio Cipião Násica Serapião, cônsul em 138 a.C. e seu sucessor como pontífice máximo. Não se conhece nenhum outro filho, a data do casamento ou a data da morte de Cornélia. Porém, é provável que o casamento tenha ocorrido por volta de 184 ou 183 a.C., ainda durante a vida de Cipião Africano.[12] Este casamento entre primos de segundo grau é o primeiro casamento conhecido de pessoas de uma mesma gente.[a] O filho de Cipião Násica Serapião, cônsul em 138 a.C. e seu neto, Públio Cornélio Cipião Násica Serapião, foi também eleito em 111 a.C.. O último cônsul de sua linhagem foi seu trineto Metelo Cipião, sogro de Pompeu Magno. Seu último descendente direto foi Cornélia Metela, a viúva de Pompeu. Árvore genealógicaVer também
Notas
Referências
BibliografiaFontes primárias
Fontes secundárias
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