Cipião Asina foi eleito cônsul com Caio Duílio em 260 a.C., o quinto ano da Primeira Guerra Púnica, e teve honra de ser o primeiro comandante de uma frota romana lançada no Mar Mediterrâneo. Enquanto patrulhava as águas do Estreito de Messina, que separa a Sicília da península Itálica, com seus primeiros navios, soube que Lípara, nas ilhas Líparas, estava prestes a desertar para o lado romano. Ansioso para assegurar este importante porto marítimo e receber a glória pela conquista, Cipião Asina correu para as ilhas sem considerar a segurança de sua própria frota. Não se sabe ao certo se os cartagineses planejaram a situação toda, como propõe Floro,[1] mas a frota romana foi aprisionada no porto da cidade por Aníbal Giscão, o general que escapou do cerco de Agrigento dois anos antes. Sem experiência em batalhas navais, as tripulações romanas entraram em pânico e fugiram para terra firme, deixando os navios abandonados com seu capitão, que acabou aprisionado. Embora não tenha havido quase nenhuma luta, o encontro é conhecido como Batalha das ilhas Líparas.
Esta trapalhada valeu-lhe o pejorativo cognome"Asina" (literalmente, "jumenta" em latim), patrocinado por seus adversários políticos. Segundo Macróbio,[2] a origem foi o o casamento de uma de suas filhas, que teria chegado ao Fórum Romano montada num jumento carregado de ouro.
Libertado provavelmente quando Marco Atílio Régulo desembarcou na África, nem a humilhação da derrota e nem o fato de ter sido o primeiro almirante romano derrotado em combate acabaram com sua carreira. Em 254 a.C., o décimo-primeiro ano da Primeira Guerra Púnica, Cipião Asina foi novamente eleito, desta vez com Aulo Atílio Calatino. Os cônsules dedicaram-se à reconstrução da frota, com 220 novas naves, depois que a frota anterior se perdeu numa tormenta. Com uma nova frota, os dois percorreram a costa norte da Sicília e capturaram a cidade de Cefalù (Kephalodon) com a ajuda de um traidor. Enquanto tentavam cercar Drépano, foram forçados a recuar para Messina devido à chegada de reforços cartagineses. Em seguida, os cônsules atacaram o porto de Panormo (moderna Palermo, a atual capital da Sicília) e forçaram a rendição da cidade.[3] Os romanos permitiram que os que pudessem pagar 2 minas de ouro por cabeça (o equivalente a 200 dracmas) comprassem sua segurança e saquearam a residência dos que não podiam.[4]
Contudo, apenas Asina celebrou o triunfo por esta importante vitória.[4][5][6]
Legado
Pelo fato de ter enfrentado na vida sucessos e derrotas, começando com um consulado, um longo período de aprisionamento, um novo consulado e finalmente um triunfo, Asina foi citado por Valério Máximo em suas histórias sobre como a vida pode sofrer grandes mudanças.[7]
Broughton, T. Robert S. (1951). «XV». The Magistrates of the Roman Republic. Volume I, 509 B.C. - 100 B.C. (em inglês). I. Nova Iorque: The American Philological Association. 578 páginas