Operação CicloneA Operação Ciclone foi o nome em código do programa da Agência Central de Inteligência (CIA) para armar os mujahideen no Afeganistão durante a invasão soviética do Afeganistão (1979-1989).[1] A Operação Ciclone é uma das operações da CIA mais longas e dispendiosas já realizadas,[2] cujo financiamento começou com US$ 20-30 milhões por ano em 1980 e chegou a 630 milhões de dólares por ano em 1987.[3] HistóriaDurante a Guerra Fria (1947-1991) entre os Estados Unidos e a União Soviética, após o golpe de Estado comunista no Afeganistão em 1978 e a invasão soviética do Afeganistão em 1979, o Presidente dos EUA Jimmy Carter disse que "a invasão soviética do Afeganistão é a maior ameaça à paz desde a Segunda Guerra Mundial".[4] O conselheiro de segurança nacional de Carter, Zbigniew Brzezinski, afirmou que o esforço dos EUA para ajudar os mujahideens afegãos foi precedida por um esforço para forçar a União Soviética a se envolver num conflito custoso e alegadamente distrator, como a Guerra do Vietnam. Em 3 de Julho de 1979,[5] Jimmy Carter assinou o decreto presidencial que autoriza financiamento da guerrilha anticomunista no Afeganistão.[6] Esta ordem secreta foi assinada depois de um golpe comunista e da instalação de um presidente pró-soviético, e seis meses antes da invasão do Afeganistão pela URSS em dezembro de 1979, a conselho de seu assessor de segurança nacional, Zbigniew Brzezinski, que esperava que Moscou interviesse com as suas tropas no país[7] e, portanto, de acordo com Chalmers Johnson, atolasse em um "Vietnã soviético". Em 1998, Brzezinski disse ao Nouvel Observateur: "O dia em que os soviéticos atravessaram oficialmente a fronteira, escrevi ao presidente Carter: "Nós temos agora a oportunidade de dar à URSS uma guerra do Vietnã". O programa baseou-se fortemente no uso da inteligência paquistanesa, o ISI, apoiado pelos serviços de inteligência da Grã-Bretanha (MI6), Egito, Arábia Saudita, China e Israel, como um intermediário para a distribuição dos fundos, repassar armas, treinamento militar e apoio financeiro aos grupos da resistência afegã. Na administração de Ronald Reagan, o apoio dos EUA aos mujahideen afegãos evoluiu para se converter numa parte central da política externa norte-americana, a chamada de "Doutrina Reagan", pelo qual os Estados Unidos forneceram assistência militar a movimentos de resistência anti-comunistas no Afeganistão, Angola, Nicarágua e outros países. Para implementar essa política, o presidente Ronald Reagan implantou a oficiais paramilitares da Divisão de Atividades Especiais da CIA para treinar, equipar e comandar as forças de mujahedin contra o Exército Vermelho.[8][9] Através do ISI, a CIA ajuda tropas de Ahmad Shah Massoud, mas também movimentos islâmicos, como os de Jalaluddin Haqqani[10] (futuro ministro das fronteiras do Taliban) ou de Gulbuddin Hekmatyar, um dos "senhores da guerra" mais favorecidos pelo ISI paquistanês.[11][12] A equipe do ISI treinou mais de 100 mil homens entre 1978 e 1992 com um orçamento americano progressivo no total entre 3 e 20 bilhões. Cerca de 35 mil muçulmanos estrangeiros de 43 países islâmicos, participaram nesta guerra. O bilionário Osama bin Laden, fundador da Al-Qaida é originalmente um fervoroso defensor da operação da CIA, e é enviado em 1986 a província de Khost por Jalaluddin Haqqani.[10] Bin Laden foi então encarregado de Maktab al-Khadamāt, para o recrutamento de combatentes para o Afeganistão. A Operação Ciclone foi um sucesso indireto para os Estados Unidos, o que provavelmente contribuiu para o enfraquecimento do Bloco do Leste em 1991. Porém, foi um fator decisivo para a ascensão do Talibã, que perdura até o presente. Ver também
Referências
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