Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas PúblicasA Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) é um projeto nacional realizado anualmente desde o ano de 2005, dirigido às escolas públicas e privadas brasileiras.[1][2] É uma realização do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (IMPA), com apoio da Sociedade Brasileira de Matemática (SBM) e recursos dos ministérios da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações e Educação.[3] A iniciativa visa estimular o estudo da matemática, identificar talentos na área e também promover a inclusão social através da difusão do conhecimento.[4][5][6] A competição possui duas fases. Na primeira fase, os alunos de cada escola competem entre si em uma prova de múltipla escolha com 20 questões. Os 5% de estudantes com as maiores notas em cada nível, dentro de sua escola, se classificam para a segunda fase. Esta, por sua vez, consiste em uma prova discursiva com 6 questões e até 4 itens cada, onde os classificados competem em âmbito nacional.[7] A olimpíada é divida em 3 níveis:
A OBMEP premia com medalhas de ouro, prata, bronze e menção honrosa os alunos com melhor desempenho na competição, sendo que há medalhas a nível nacional e a nível regional.[9] Professores, escolas e Secretarias Municipais de Educação também recebem prêmios.[1][10][11] Os 300 alunos com melhor desempenho na 2° fase, em cada nível, recebem vaga direta para a Olímpiada Brasileira de Matemática (OBM) do ano seguinte, totalizando 900 vagas ou mais, já que empates são considerados.[12][13] HistóriaA primeira olimpíada foi realizada em 2005, inicialmente direcionada a alunos de escolas públicas que cursassem do 6º ano do Ensino Fundamental ao último ano do Ensino Médio.[14] O primeiro evento contou com a participação de 10,5 milhões de alunos de cerca de 31 mil escolas públicas, situadas em 93,5% dos municípios brasileiros. A segunda fase foi realizada por 457,7 mil estudantes de 29.074 mil instituições de ensino espalhadas por 91,9% municípios do país.[1] No ano de 2017, as escolas privadas também passaram a integrar a competição.[15] Em 2018, foi criado o nível A, uma modalidade autônoma, direcionada a alunos do 4º e 5º ano do ensino fundamental.[7][16] Todavia, em 2022, a modalidade foi substitutida pela iniciativa OBMEP Mirim, que abrange alunos do 2º ao 5º ano do ensino fundamental.[17] Atualmente, a OBMEP é considerada a maior olimpíada científica do país e a maior olimpíada estudantil do mundo, contando com a participação de 18,5 milhões de estudantes e 5.564 cidades em 56.513 instituições públicas e privadas em 2024, totalizando um alcance a 99,9% dos municípios brasileiros.[18][19] PremiaçãoA OBMEP premia alunos, professores, escolas e Secretarias Municipais de Educação pelos melhores desempenhos na competição.[1] A premiação dos alunos é distribuída separadamente entre as escolas públicas e as escolas privadas, totalizando 650 medalhas de ouro, 1.950 medalhas de prata, 5.850 medalhas de bronze e até 51.000 menções honrosas. A entrega das medalhas é realizada no ano subsequente à realização da edição da OBMEP. São concedidas aos alunos das escolas públicas 6.500 medalhas (500 ouros, 1.500 pratas e 4.500 bronzes) e até 45 mil certificados de menção honrosa.[20] Aos medalhistas matriculados em instituições públicas no ano subsequente à conquista do prêmio é oferecida a oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC Jr – OBMEP). A participação no PIC inclui o recebimento de uma bolsa de Iniciação Científica Jr do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) promove e incentiva o desenvolvimento acadêmico dos participantes. Aos alunos das escolas privadas, são concedidas 1.950 medalhas (150 ouros, 450 pratas e 1.350 bronzes) e até 6 mil certificados de menção honrosa.[20] Aos medalhistas que estão cursando o Ensino Fundamental ou Médio é oferecida a oportunidade de participar do Programa de Iniciação Científica Júnior (PIC Jr - OBMEP) como ouvintes. Também são distribuídas ao menos outras 20,5 mil medalhas para os estudantes mais bem colocados de cada estado.[20] Cerimônias NacionaisA OBMEP realiza cerimônias nacionais a cada ano para premiar os medalhistas de ouro. Em 2023, a Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (OBMEP) realizou a maior premiação de sua história, reunindo mais de 1.000 medalhistas de ouro das 16ª e 17ª edições em Florianópolis, Santa Catarina. O evento celebrou os vencedores de duas edições da competição, realizadas durante a pandemia de Covid-19, e homenageou o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que estava à frente do governo quando a OBMEP foi criada, em 2005.[21][22][23][24] EstudosEstudos independentes comprovam um efetivo impacto da OBMEP nos resultados de matemática no país.[1] Escolas que participam ativamente da competição acadêmica apresentam acentuada melhora no desempenho Trazendo 3 dias de evento aos medalhistas.de seus alunos na Prova Brasil: a evolução é da ordem de 26 pontos, o que corresponde a 1,5 ano de escolaridade extra. Além disso, tese de doutorado pela Universidade Harvard revelou que o efeito de ser premiado na competição beneficia não apenas o ganhador, mas também seus colegas de turma. Segundo levantamento realizado pelo Ministério do Desenvolvimento Social (MDS), a abrangência da OBMEP tem ajudado a revelar talentos nas ciências exatas, inclusive, nas famílias mais pobres do país. Nas edições de 2011 a 2017, 999 estudantes beneficiários do Programa Bolsa Família conquistaram 1.288 medalhas na competição. A premiação na OBMEP pode ser sinônimo de preparo para outros desafios acadêmicos. Segundo outro estudo, a nota média dos medalhistas da OBMEP na prova de Matemática do Enem supera 770, o que os põe entre os 5% melhores. Referências
Ligações externas
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