Ofensiva de Hama (2012)
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Guerra Civil Síria
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Data
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16 de dezembro - 31 de dezembro de 2012
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Local
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Província de Hama, Síria
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Desfecho
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Ofensiva travada pelo Exército Árabe Sírio
- O Exército Livre Sírio captura 10 localidades a norte de Hama
- Massacre de Halfaya
- O Exército Árabe Sírio recupera o controlo de diversas localidades após um contra-ataque
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Beligerantes
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Comandantes
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Kassem Saadeddin |
Desconhecido |
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Unidades
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Forças
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~1.000 |
2.000 |
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Baixas
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132 mortos |
111 mortos |
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A Ofensiva de Hama (2012) foi uma operação militar durante a Guerra Civil Síria lançada pela Oposição Síria a 16 de dezembro de 2012, com o objectivo de tomar controlo na província de Hama. A ofensiva foi travada após Exército Árabe Sírio (EAS) lançarem um contra-ataque, deixando os rebeldes com o controlo de apenas algumas localidades e cidades no norte de Hama.
Antecendentes
Com a província de Hama controlada maioritariamente pelo Exército Sírio, o Exército Livre Sírio (ELS) lançaram uma ofensiva a 16 de dezembro, com o objectivo de capturar a província bem como a cidade de Hama, e, também cortar a principal ligação a Alepo.
Ofensiva
O Conselho Militar Rebelde de Hama anunciaram o início da ofensiva a 16 de dezembro, lançando um ultimato ao Exército Árabe Sírio na província para se renderem aos rebeldes num prazo de 48 horas.[1] Dois dias depois, o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH) e um membro do comando militar do Exército Livre afirmaram que tinham capturado de pequenas localidades como Halfaya, Kafr Nabudah, Hayalin, Hasraya, al-Lataminah, Taybat al-Imam e Kafr Zita às tropas governamentais, fazendo com os rebeldes controlassem a zona rural ocidental de Hama bem como toda a área a norte da cidade de Hama.[2][3][4] Os rebeldes avançaram 40 quilómetros a sul de Maarate Anumane e Jisr ash-Shugour, encontrando pouca resistência.[5] Fontes anunciaram que os rebeldes conseguiram superar linhas governamentais a norte de Hama, em 48 horas.[3] Posições governamentais em Khan Shaykhun e Mhardeh foram atacadas pelos grupos rebeldes, segundo fontes no terreno.[1]
O Exército Livre também reportou confrontos dentro da cidade de Hama, com analistas internacionais a questionarem se o Exército Sírio tinha virado a sua atenção para Homs e Lataquia. Importa referir, que nada disto foi confirmado oficialmente.[3][4]
A 19 de dezembro, de acordo com os Coordenação Local de Comités da Síria (CLC), as forças de segurança governamentais aparentemente montaram pontos de controlo em redor de Hayalin, alimentado dúvidas sobre a captura ou não da cidade pelos rebeldes, ao contrário de outras cidades capturadas pelo ELS.[6]
Em 20 de dezembro, os rebeldes atacaram e capturaram parte da cidade Mhardeh na zona rural de Hama, e montaram cerco às cidades alauítas de Ma'an e al-Tleisa.[7]
A 23 de dezembro, o CLC e o OSDH noticiaram que cerca de 300 civis tinham sido mortos por bombardeamentos da Força Aérea Árabe Síria em Halfaya, enquanto esperavam na linha para comprar pão.[8] O governo sírio concordou que várias mulheres e crianças morreram, mas culparam combatentes rebeldes que atacavam a cidade.[9]
Em 26 de dezembro, o Exército Sírio recuperou controlo de três localidades alauítas, incluindo Ma'an, expulsando os rebeldes que tinham capturado estas localidades dois dias antes.[10]
No dia 29 de dezembro, seis pessoas morreram após outro bombardeamento da Força Aérea Síria na cidade de Kafr Nabudah, quatro delas sendo crianças e mulheres. Outro civil morreu fruto de um outro bombardeamento em Taybat al-Imam.[11] Uma semana depois, tropas governamentais estavam a atacar esta última localidade.[12]
A 30 de dezembro, o comando geral do Exército Sírio anunciou a recuperação da cidade estratégica de Morek.
Em 31 de dezembro, ataques do EAS foram reportados contra Halfaya.[13]
Consequências
A 21 de janeiro de 2013, OSDH reportou que um carro-bomba se fez explodir à beira da sede uma milícia pró-governamental matando 50 pessoas nos subúrbios de leste da cidade de Hama.[14]
Em 22 de janeiro, o Exército Sírio lançou uma ofensiva, com o objectivo de recapturar o território perdido para os rebeldes no norte de Hama. 1.500 soldados e 100 tanques foram mobilizados para a operação, e o foco da operação era cidade de Kernaz, próxima de Mhardeh, onde estavam mais de 1.000 soldados rebeldes. No início de fevereiro, os rebeldes estavam com receio de perder Kernaz para o governo, e com esta derrota, também perder Kafr Naboudeh. Isto deixaria o Exército Sírio com total controlo das localidades a norte de Hama e, assim recuperar todo o território perdido anteriormente.[15]
A 6 de fevereiro, 54 funcionários públicos de uma fábrica de defesa foram mortos em al-Buraq, a sul da cidade de Hama, quando um mini-autocarro explodiu na paragem.[16]
A 7 de fevereiro, as tropas governamentais recuperou Kernaz, após 16 dias de combates.[17] Dois dias antes, o Exército Sírio também recapturou a localidade de Mughir, segurando um corredor para as localidades alauítas na zona ocidental da província.[18]
Referências