O Filho de José e Maria
O Filho de José e Maria é um álbum de estúdio de Odair José, lançado em LP em 1977. HistóriaEm meados da década de 1970, Odair José era um dos artistas mais conhecidos da música brasileira e um dos campeões de vendas de discos no Brasil, com uma carreira voltada para o estilo romântico popular.[1][2] Ligado então a Polygram, selo popular da extinta gravadora Philips, o compositor desejava fazer um álbum duplo com 24 canções que, em ordem cronológica, falasse de uma fase do protagonista, desde seu nascimento até a sua morte.[3] O projeto resultou no álbum "O Filho de José e Maria", um disco conceitual totalmente distinto dos trabalhos românticos anteriores de Odair José e cujo protagonista era uma espécie de Jesus Cristo contemporâneo, que se envolve com drogas e coloca em dúvida sua própria condição sexual e, após longos anos de solidão e rejeição social, assume a sexualidade aos 33 anos e passa a viver plenitude da felicidade.[4][5] A inspiração para o trabalho veio da influência de livros de Gibran Kalil Gibran[nota 1][3] e do rock de Joe Walsh, Humble Pie, Jeff Beck e Peter Frampton.[nota 2] Odair foi acompanhado pela banda Azymuth, tendo uma sonoridade soul[6] Mas os produtores da Philips não queriam lançar um álbum duplo de Odair José, muito menos com uma temática tão controversa, então o compositor transferiu-se para o selo RCA Victor, que por sua vez permitiu o lançamento do disco, mas com apenas 10 das 24 faixas pretendidas.[3][7] O LP chegou ao mercado em maio de 1977 e desagradou a Igreja Católica.[nota 3] Odair foi ameaçado de excomunhão por, entre outras coisas, canções como "O Casamento" (cujo conteúdo diz que José e Maria não eram casados quando conceberam o seu filho e se separam lá pelo meio da história.[7] O pretensioso disco conceitual foi o maior fracasso comercial de Odair naquela década, sendo ignorado pelo público e massacrado pela crítica musical.[7][8] Após esse fiasco comercial, Odair José retomaria a linha romântico-popular, mas nunca mais alcançaria o sucesso comercial que teve naquela década.[nota 4][8][9] Odair josé sobre - E a partir desse disco, as pessoas começaram a fazer questionamentos sobre a minha competência para vender discos, mas foi até legal, porque você ter a obrigação de todo disco ter de vender é uma bosta. Até porque você não consegue isso a vida inteira. E se você analisar, essa coisa de fazer sucesso, fazendo músicas direto, é um ciclo de sete anos. Pode ver, todo mundo, tem raras exceções, só aguentaram sete anos, pode reparar, Beatles mesmo: sete anos." Em 2017, o jornalista Mauro Ferreira se referiu ao álbum como "a primeira ópera-rock do universo pop nacional".[10] Faixas
Músicos
Ficha técnica
Referências
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