Mulamba
Mulamba A banda durante um de seus shows de despedida em São Paulo em 2023. Da esquerda para a direita: Caro Pisco, Érica Silva, Cacau de Sá, Amanda Pacífico, Naíra Debertolis e Fer Koppe
Informação geral
Origem
Curitiba , Paraná
País
Brasil
Gênero(s)
Rock , MPB
Período em atividade
2015-2023
Gravadora(s)
Máquina Discos
Ex-integrantes
Amanda Pacífico Cacau de Sá Érica Silva Fer Koppe Naíra Debertolis Caro Pisco Nat Fragoso
Página oficial
mulamba .com .br
Mulamba foi uma banda brasileira de rock e MPB formada em 2015 na cidade de Curitiba .[ 1] [ 2] [ 3] O grupo é formado apenas por mulheres (incluindo a equipe de produção e roadies [ 4] ) e faz música focada em temáticas como violência contra a mulher , empoderamento feminino, combate ao machismo e igualdade de gênero .
História
O grupo foi formado em dezembro de 2015 (mais precisamente no dia 10[ 5] ) na cidade de Curitiba , por mulheres de várias partes do Brasil, com o intuito de fazer um tributo à cantora e violonista Cássia Eller .[ 1] [ 3] [ 6] [ 7] [ 8] [ 9] A vocalista Cacau de Sá é de Pelotas e a guitarrista, baixista e violonista Naíra Debértolis vem de Porto Alegre [ 10] (ambas localizadas no Rio Grande do Sul ).
As integrantes escolheram o nome "Mulamba" para ressignificar a palavra, despindo-a de seu sentido pejorativo e demonstrando força e protagonismo.[ 9] [ 11] [ 12] Segundo o dicionário, "mulamba" quer dizer "uma pessoa desleixada, feia, desarrumada, mal cheirosa que sai de casa toda esculhambada".[ 12]
Duas das integrantes, Naíra e a vocalista Amanda Pacífico, já tocavam juntas na Orquestra Friorenta,[ 13] e a elas se juntaram Cacau, a violoncelista Fer Koppe e a baterista Caro Pisco,[ 14] que também tocavam juntas nos grupos Farrapos e Watch Out for the Hounds.[ 15] [ 16]
Mulamba (2018-2020)
O sexteto se tornou autoral após conseguir, por votação popular, um lugar no Vento Festival, em São Sebastião , litoral do estado de São Paulo, e também a gravação de um disco, autointitulado, produzido num estúdio da Red Bull .[ 2] [ 3] [ 12] Além do disco, o clipe da canção "P.U.T.A." ajudou a impulsionar a popularidade delas.[ 2] [ 17] [ 18]
Planejavam um EP para o primeiro semestre de 2017,[ 7] [ 15] [ 16] [ 19] com produção de Du Gomide,[ 4] mas em 2018, ele ainda não havia sido lançado.[ 20] Em 2 de novembro do mesmo ano, veio o disco mencionado acima,[ 17] [ 21] com participações de Juliana Strassacapa, do Francisco, el Hombre , e Lio Soares, do Tuyo.[ 21] [ 22]
No mesmo ano, ainda em outubro, participaram da campanha "Escuta as Minas", organizada pelo Spotify para dar mais visibilidade a mulheres da música brasileira. A iniciativa reuniu Elza Soares , Karol Conka , Maiara & Maraisa , Tiê , Mart'nália , Lan Lan , As Bahias e a Cozinha Mineira e a própria Mulamba numa homenagem a Chiquinha Gonzaga , Maysa e Cássia Eller.[ 23]
Em abril de 2019, planejavam um segundo álbum.[ 2] Na mesma época, anunciaram uma canção de nome "Dandara", sobre violência contra travestis e homossexuais .[ 24] Em agosto do mesmo ano, abriram um show da cantora Pitty em Curitiba, dentro de sua turnê Tour Matriz .[ 25] Em outubro, participaram de um show em Florianópolis em comemoração ao aniversário do ex-presidente do Brasil Luiz Inácio Lula da Silva , na época preso .[ 26]
Durante o período de quarentena imposto pela pandemia de COVID-19 , Caro e Naíra ficaram na casa de uma amiga em Curitiba. Caro estudou softwares musicais e Naíra compôs novas canções com a vocalista Cacau de Sá pelo WhatsApp .[ 27]
Será Só aos Ares e fim das atividades (2022-2023)
Em 2022, o grupo lançou seu segundo disco, Será Só aos Ares (cujo título é um palíndromo [ 28] ), com participações de Luedji Luna , BNegão , Kaê Guajajara , MEL (ex-Banda Uó), Caramelows e Agnes .[ 29]
Em maio de 2023, a banda comunicou por meio de suas redes sociais que encerraria suas atividades, dizendo que "chegou a hora de pisar no freio, voltar pra casa ou sair dela, hora de descansar o coração ou acelerar mais ainda....Que seja um novo despertar". O grupo realizou três shows de despedida em São Paulo no mês seguinte.[ 30] [ 29]
Estilo musical, temática das letras e influências
Jornalistas têm visto elementos de heavy metal , hard rock , MPB , funk carioca , música erudita , guitarrada , cúmbia , samba , gospel , rap , funk e batuque na música da Mulamba.[ 2] [ 8] [ 10] [ 17] [ 20] [ 24] [ 31] As integrantes dizem carregar influências como carimbó , samba, rock clássico, blues , rap e música erudita.[ 7]
A música da Mulamba é focada em temáticas como violência contra a mulher , empoderamento feminino, combate ao machismo e igualdade de gênero .[ 2] [ 6] [ 8] [ 16] [ 19] [ 21] [ 32] [ 33] Também abordam temas como relacionamentos afetivos entre mulheres e casos específicos como o rompimento de barragem em Mariana e o episódio de violência policial na Vila Vintém .[ 21] [ 22] [ 34]
A violoncelista Fer Koppe é adepta do movimento Free the Nipple .[ 3]
Além da própria Cássia Eller, as integrantes citam Rita Lee , Astor Piazzolla , Tuyo, Gal Costa , Marisa Monte , Elza Soares , Bibi Ferreira , Édith Piaf , Nina Simone , Oshun, Elisa Lucinda , Elis Regina , Fernanda Montenegro , Clementina de Jesus , Zezé Motta , Carolina de Jesus , Aretha Franklin , Chavela Vargas , Juçara Marçal , Dona Ivone Lara , Carmen Miranda , Clara Nunes , Big Mama Thornton , Horrorosas Desprezíveis, Jovelina Pérola Negra , Agnes Ignácio, Janine Mathias, Bia Ferreira , Thalma de Freitas , Jéssica Caetano, Pitty , Rosa Luz e Francisco, el Hombre como algumas de suas influências e inspirações.[ 2] [ 3] [ 6] [ 9] [ 32] [ 35] [ 36] [ 37]
Integrantes
Fontes:[ 30] [ 1] [ 2] [ 15]
Amanda Pacífico — vocal (2015 - 2023)
Cacau de Sá — vocal (2015 - 2023)
Érica Silva — guitarra , baixo , violão (2018[ 38] - 2023)
Naíra Debertolis — guitarra, baixo, violão (2015 - 2023)
Caro Pisco — bateria (2015 - 2023)
Fer Koppe — violoncelo (2015 - atualmente)
Integrante anterior
Nat Fragoso — guitarra (2015 - ?)
Discografia
Álbuns
Singles
"P.U.T.A."(2016)
"Desses Nadas" (2018)
Referências
↑ a b c «Banda» . Site oficial de Mulamba . Consultado em 29 de maio de 2020
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Ligações externas