Em 2020, Elisa foi galardoada com o Prêmio Especial do Júri do Festival de Cinema de Gramado pelo conjunto de obra. Também foi laureada no cinema pelo filme A Última Estação, de Marcio Curi, no qual protagoniza o personagem Cissa.[3] O filme abriu o Festival de Brasília de 2012.[4]
Biografia
Início
Nascida em uma família de classe média, filha de um professor de português e latim, Elisa interessou-se pela poesia desde cedo.[5] Aos dez anos, frequentou aulas de declamação, ou melhor, "interpretação teatral de poesia", como preferia a professora, Maria Filina Salles Sá de Miranda.[6]
Após se firmar na emissora, a atriz ficou muito identificada com o autor de novelas Manoel Carlos.[14] Na novela Mulheres Apaixonadas, a atriz viveu Pérola Rodrigues, uma cantora e ex-mulher de Téo (Tony Ramos) e mãe de Luciana (Camila Pitanga).[15][16] No ano de 2006, a atriz realizou seu segundo trabalho em um folhetim de Maneco, na novela Páginas da Vida.[17] Na novela, interpretou a médica Selma que tinha um relacionamento com o também médico Lucas (Paulo Cesar Grande) e era melhor amiga da protagonista Helena (Regina Duarte).[18] Por ser interpretada por uma mulher negra e ter uma posição de destaque profissional, a personagem discutiu o racismo presente na sociedade brasileira.[17][19] Três anos depois, participou de mais uma novela de Maneco, Viver a Vida, onde viveu a personagem Rita.[20]
No ano de 2011, integrou o elenco de Insensato Coração onde interpretou Vilma, mãe de Carol (Camila Pitanga) e Alice (Paloma Bernardi), interpretando pela segunda vez em um folhetim o personagem de mãe de Camila Pitanga.[21][22] No ano seguinte, na novela Aquele Beijo, escrita por Miguel Falabella, interpretou Diva, tornando-se a primeira vilã na carreira de Elisa.[23][24]
Em 2013, na novela de época Lado a Lado, interpretou Norma, onde interpretou a mãe de Fernando (Caio Blat), um personagem racista que é filho biológico de uma mãe negra.[25][26] Em 2014, interpretou a Rainha Cupim, em Tromba Trem - trabalho de dublagem numa produção animada brasileira.[27]
Após três anos, em 2017, voltou a Globo para interpretar Januária Herman, mãe de Edgar (Marcelo Mello Jr.), em que a atriz era contrária ao namoro do filho com Olímpia (Sabrina Petraglia) no folhetim Tempo de Amar.[28][29]
Em 2021, a atriz fez sua estreia nos streamings, na série Manhãs de Setembro exibida pelo Prime Video em que Elisa interpreta a voz da cantora Vanusa em tom de narração na série.[30] Também no Prime participou de dois episódios na série Desjuntados como Dona Rita.[31]
Ecletismo
No ano de 1998, fundou a Casa Poema, instituição socioeducativa cujo método capacita vários profissionais desenvolvendo sua capacidade de expressão e sua formação cidadã, através da poesia falada. A atriz, em parceria com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), tem desenvolvido o projeto "Palavra de Polícia, Outras Armas", onde ensina poesia falada aos policiais, procurando alinhá-los aos princípios dos direitos humanos e transformar antigos modos operacionais em relação ao gênero e à raça.[32][33]
Elisa Lucinda é considerada a artista da sua geração que mais populariza poesia. Seu modo coloquial de se expressar faz com que o mais complexo pensamento ganhe fácil compreensão.[34] Junto com Geovana Pires ela criou a Companhia da Outra, grupo teatral que desenvolve sua linguagem de teatro essencial através da poesia. Fez várias apresentações teatrais, com declamação de seus poemas, algumas das quais com a participação especial de Paulo José.[35] No mesmo formato, apresentou em seguida Euteamo e O Semelhante.[36]
Em 2011, foi entrevistada no programa online Filossofá - Desertores do Cotidiano, gravado em um sofá, sobre as dunas de Itaúnas, no Espírito Santo.[38] Itaúnas é o lugar em que Elisa passa as férias e onde mantém uma Casa-Poema.
Como cantora e intérprete, excursionou com o show A letra que eu canto, com o maestro e pianista João Carlos Coutinho, e com o show Ô Danada, ao lado do amigo Marcus Lima, músico, cantor e compositor.[41]
Elisa Lucinda figura entre os poetas brasileiros mais relevantes do século XXI numa lista liderada por nomes como Augusto Branco , Adélia Prado e Bruna Lombardi, conforme estudo que levou em consideração a propagação de sua obra tanto para o público em geral, quanto em sites especializados em literatura, trabalhos acadêmicos, e a referência aos seus textos em obras literárias de outros autores.[42]
Em 2019, escreveu uma carta aberta para o magistrado Leandro Paulsen, desembargador do Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) que utilizou um poema de Elisa para aferir a condenação do ex-presidente Lula.[48] Para Elisa, a utilização de seu poema foi um "mico" e "expõe a ignorância do citador".[49]
A atriz mora no Rio de Janeiro, cidade que escolheu viver desde meados dos anos 1980.[50] É candomblecista.[51] Foi casada com o psicanalista Zanandré Avancini, entre 1981-1984, com quem teve um filho, Juliano; e depois com o psiquiatra José Ignácio Tavares Xavier, entre 1993-2004.[52]
Coleção Amigo Oculto - Composta pelos livros: “O órfão famoso” – 2002 / “Lili, a rainha das escolhas” – 2002 / “O menino inesperado” – 2002; “A Dona da Festa” - 2011(Ed. Record);[65]
50 Poemas Escolhidos pelo Autor (Edições Galo Branco/2004);[66]
Contos de Vista (Ed. Global/2005). Primeiro livro de contos da autora;[67]
A Fúria da Beleza (Ed. Record/2006). Primeiro livro de adultos para colorir;[68]
A Poesia do encontro – Elisa Lucinda e Rubem Alves (Ed. Papirus/2008);[69]
Parem de falar mal da rotina (Ed. Leya – Lua de papel/2010);[70]
Fernando Pessoa, o Cavaleiro de Nada (Ed. Record/2014). Finalista do Prêmio São Paulo de Literatura de 2015. Com prefácio do escritor moçambicano Mia Couto.[71]
↑Com poemas da poeta paulista Sandra Falcone, participação de Miguel Falabella, direção e produção de Gerson Steves. O CD é resultado do espetáculo homônimo com roteiro e direção de Steves.
↑Realização de Dakar Produções e Poesia Viva Produções. Criado (2004) especialmente para a comemoração dos 150 anos da Ferrovia para a Vale do Rio Doce. É o primeiro CD no qual Elisa canta.
↑Primeiro cd pelo selo CCC – Centro Cultural Carioca.