Moskva (121)
O Moskva (Москва) foi um cruzador de mísseis guiados russo que pertencia à Classe Slava (ou Project 1164 Atlant) e foi operado pela Marinha da Rússia, sendo o líder de sua classe. Antes servia à Frota Naval Militar Soviética, nomeado de Slava (em russo: Слава, tr.: Glória).[1][2] Foi nomeado em homenagem a uma tradição dos povos montenegrinos e sérvios e também em homenagem à capital da Rússia, Moscou. Foi o navio-almirante da Frota do Mar Negro[3] e era considerado um símbolo do poderio militar russo. Era o maior e mais avançado navio de guerra no Mar Negro.[4] O cruzador participou de vários conflitos, na Guerra da Geórgia em 2008, Crise da Crimeia de 2014, Guerra Civil Síria em 2015 e na Guerra Russo-Ucraniana em 2022. Em 13 de abril durante a Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022 o navio foi seriamente avariado. A Ucrânia afirmou que foram dois mísseis antinavio Neptune,[5] enquanto a Rússia afirmou que se tratou de um incêndio causado por um acidente.[6] No dia seguinte, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que o cruzador havia afundado.[4] O Moskva é o maior navio afundado desde a Segunda Guerra Mundial, superando o ARA General Belgrano, afundado pela Marinha Real Britânica durante a Guerra das Malvinas, o maior navio russo a ser afundado desde o couraçado Marat em 1941 na Segunda Guerra Mundial, e o primeiro navio-almirante russo a ser afundado desde o couraçado Kniaz Suvorov em 1905, na Batalha de Tsushima da Guerra Russo-Japonesa.[7] HistóriaComo o SlavaO batimento de quilha do Slava foi em 1976 em Mykolaiv, República Socialista Soviética da Ucrânia. Em 1979 foi feito seu lançamento ao mar e um 1980 foi comissionado. Em 1989, o navio fez um papel fundamental ao transportar o Secretário-Geral da URSS Mikhail Gorbatchov para a Cimeira de Malta, onde se reuniu com o Presidente dos Estados Unidos Ronald Reagan, que era transportado pelo USS Belknap, e ambos se reuniram em alto mar no cruzeiro soviético Maxim Gorkiy.[8] Em 1990 o Slava ficou no porto de Mykolaiv para reformas, que acabou demorando tempo devido a Dissolução da União Soviética, ficando até 1998. Em 2000 foi renomeado para Moskva.[9] Guerra Russo-GeorgianaO Moskva participou da Guerra Russo-Georgiana na campanha marítima. A Frota do Mar Negro bloqueiou a costa georgiana e desembarcou unidades da Infantaria Naval Russa na costa da Abecásia para reforçar a ofensiva terrestre russa.[10] Durante o bloqueio, as forças georgianas engajaram a frota em um combate naval conseguiram acertar um míssil e levemente avariar o Moskva.[11] Crise da CrimeiaDurante a Crise da Crimeia de 2014, o Moskva faz parte da operação militar russa contra as forças ucranianas na Crimeia. O Moskva bloqueou a saída estreita da laguna Donuzlav, impedido o movimento dos navios da Marinha da Ucrânia.[12] SíriaEm 2015 o Moskva foi enviado para o porto de Lataquia, na Síria. O navio fez parte da Intervenção militar russa na Guerra Civil Síria, onde fazia a defesa aérea.[13] Após o Abate aéreo do Sukhoi Su-24 da Força Aérea Russa em 2015 e a subsequente crise diplomática entre Turquia e Rússia, o Moskva patrulhou a fronteira marítima entre Síria e Turquia.[14] Invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022Em fevereiro de 2022, o cruzador partiu de Sebastopol para o Mar Negro como parte da invasão russa da Ucrânia. O navio foi usado mais tarde contra as forças armadas ucranianas durante o ataque à Ilha das Serprentes junto com o navio-patrulha russo Vasily Bykov. Moskva saudou a guarnição da ilha pelo rádio e exigiu sua rendição, o operador de rádio ucraniano respondeu dizendo "Navio de guerra russo, vá se foder". Depois disso, todo o contato foi perdido com a Ilha das Serpentes, e a guarnição de treze membros foi capturada.[15] Em 13 de abril de 2022, foi alegado pelo conselheiro presidencial ucraniano Oleksiy Arestovych e pelo governador de Odessa, Maksym Marchenko, que o Moskva havia sido atingida por dois mísseis antinavio Neptune e estava pegando fogo em mar agitado. Arestovych disse que havia 510 tripulantes a bordo.[5] Fontes afirmam que os sistemas de radares do Moskva foram distraídos por drones Bayraktar TB2, e ao mesmo tempo mísseis teriam sido disparados de Odessa.[16] O Ministério da Defesa da Rússia confirmou mais tarde que o navio havia sofrido uma explosão de munições após um incêndio e foi seriamente danificado. O Ministério da Defesa disse que a tripulação foi totalmente evacuada.[6] O navio estaria sendo rebocado para o porto de Sebastopol, Crimeia.[17] Em 14 de abril de 2022, o Ministério da Defesa da Rússia confirmou que o cruzador afundou durante a tentativa de reboque numa tempestade.[4] Em 22 de Abril, a Rússia afirmou que apenas 1 marinheiro morreu e havia 27 desaparecidos, com o resto tendo evacuado.[18] Entretanto, esse número foi disputado por diversas fontes, incluindo navios de regate turcos que foram ao local do náufrago.[19][20] Um comitê das famílias dos marinheiros estima que chegue até 200 mortos.[21] Referências
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