Morte em Veneza (em inglês, Death in Venice) é uma ópera em dois atos de Benjamin Britten, a sua última. A ópera é baseada na novela Morte em Veneza, de Thomas Mann. Myfanwy Piper escreveu o libreto em inglês.[1] Foi apresentada pela primeira vez em Snape Maltings, perto de Aldeburgh, Inglaterra, em 16 de junho de 1973.
A austera partitura é marcada por algumas notas assombrosas da "ambígua Veneza". O menino Tadzio é retratado por um silencioso dançarino, com um acompanhamento de percussão de gamelão. A música da ópera é precisa, direta e comoventemente discreta.
História da composição
Britten contemplara a novela por muitos anos e começou a trabalhar em setembro de 1970, se aproximando de Piper e de Golo Mann, filho do autor. Por causa de acordos entre a Warner bros e os direitos de Thomas Mann para a produção do filme de 1971 de Luchino Visconti, Britten foi aconselhado a não ver o a película quando foi lançada.[2] De Acordo com Colin Graham, diretor da primeira produção da ópera, alguns colegas do compositor que viram o filme acharam a relação entre Tadzio e Aschenbach "muito sentimental e sensual". Isso contribuiu para a decisão de que Tadzio e sua família e amigos seriam retratados por dançarinos sem fala na ópera.[3] Ian Bostridge notou, na obra, temas de "formalismo na arte e a perigosa dignidade do artista famoso".[4]
Papéis
| Papel
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Tipo de voz
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Elenco de estreia (19 de junho de 1973)
(Regente: Steuart Bedford)
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| Gustav von Aschenbach, um romancista
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Tenor
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Peter Pears
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Viajante/ Idoso/ Gondoleiro velho/ Gerente do hotel/
Barbeiro do hotel/ Líder dos jogadores/ Voz de Dionísio
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Barítono
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John Shirley-Quirk
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| A mãe polonesa
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(Dançarina)
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Deanne Bergsma
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| Tadzio, seu filho
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(Dançarino)
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Robert Huguenin
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| Suas duas filhas
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(Dançarinos)
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Elisabeth Griffiths e Melanie Phillips
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| Jaschiu, amigo de Tadzio
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(Dançarina)
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Nicolas Kirby
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| Voz de Apolo
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Contratenor
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James Bowman
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| Porteiro do hotel
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Tenor
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Thomas Edmonds
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| Barqueiro
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Barítono
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Michael Bauer
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| Garçom do hotel
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Barítono
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Stuart Harling
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| Mãe russa
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Soprano
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Alexandra Browning
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| Pai russo
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Baixo
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Michael Follis
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| Mãe alemã
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Mezzo-soprano
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Angela Vernon Bates
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| Vendedor de morangos
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Soprano
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Iris Saunders
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| Um guia
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Barítono
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Robert Turner Carpinteiro
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| Vendedor de cordões
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Soprano
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Sheila Marca
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| Vendedor de jornais
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Soprano
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Anne Wilkens
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| Vidreiro
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Tenor
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Stephen James Adams
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| Jogador
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Tenor
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Neville Williams
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| Jogador
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Mezzo-soprano
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Penélope Mackay
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| Secretário inglês
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Barítono
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Pedro Leeming
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| Governanta
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Soprano
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Anne Kenward
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| Refrão - viajantes, trabalhadores e dançarinos
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Filme
Em 1981, Tony Palmer fez um filme da ópera, filmado em Veneza. O tenor australiano Robert Gard cantou o papel principal, já que Peter Pears estava muito doente, mas outros importantes papéis foram cantados por seus intérpretes originais (John Shirley-Quirk e James Bowman), e a Orquestra de Câmara Inglesa foi regida pelo condutor original Steuart Bedford.[5]
Referências
- ↑ Her husband John Piper designed the sets.
- ↑ Strode, Rosamund "A 'Death in Venice chronicle" in Benjamin Britten: Death in Venice.
- ↑ Graham, Colin "The first production" in Benjamin Britten: Death in Venice.
- ↑ Ian Bostridge (18 de maio de 2007). «Venetian blind spot». The Guardian. Consultado em 1 de maio de 2008
- ↑ Presto Classical: Death in Venice.
Fontes
- Holden, Amanda (Ed.), The New Penguin Opera Guide, New York: Penguin Putnam, 2001. ISBN 0-14-029312-4
- Warrack, John and West, Ewan, The Oxford Dictionary of Opera New York: OUP: 1992 ISBN 0-19-869164-5
- Whittall, Arnold, "Death in Venice" in Stanley Sadie, (Ed.), The New Grove Dictionary of Opera, Vol. One, pp. 1095 - 1096. London: MacMillan Publishers, Inc. 1998 ISBN 0-333-73432-7 ISBN 1-56159-228-5
