Peter Pears
Sir Peter Neville Luard Pears, CBE (Farnham, 22 de Junho de 1910 – Aldeburgh, 3 de Abril de 1986) foi um tenor inglês e companheiro de toda a vida do compositor Benjamin Britten. VidaPears frequentou o Lancing College e estudou música no Keble College, em Oxford, e foi organista do Hertford College, mas abandonou os seus estudos sem obter qualquer diploma. Mais tarde voltaria a estudar canto durante dois períodos escolares no Royal College of Music. Conheceu Britten em 1936, quando cantava no coro BBC Singers.[1] Pears e Britten deram o seu primeiro recital em 1937 no Balliol College, na Universidade de Oxford. Nesse ano viajaram juntos para a América e, depois do seu regresso, apresentaram em conjunto a obra Seven Sonnets of Michelangelo, de Britten, no Wigmore Hall, que posteriormente gravariam para a EMI, o seu primeiro disco em conjunto. Muitas das obras de Britten foram escritas tendo em mente especificamente a voz de tenor de Pears, que foi uma fonte de inspiração e um catalisador fundamental da criatividade de Britten. Entre as obras escritas para Pears contam-se, o Nocturne, a Serenade for Tenor, Horn and Strings, os Cânticos, às óperas Peter Grimes e Albert Herring (papéis do título), The Beggar's Opera (Macheath), Owen Wingrave (Sir Philip Wingrave), Billy Budd (Captain Vere), The Turn of the Screw (Quint), Death in Venice (Aschenbach) e as três Church Parables. Pears foi co-libretista da ópera A Midsummer Night's Dream, em que criou um dos seus raros papéis cómicos: como Flute the Bellowsmender representou como drag o papel cómico de Joan Sutherland na cena de loucura de Lucia di Lammermoor. A sua voz era controversa, com qualidades vocais consideradas pouco usuais, e descrita como "seca" ou "branca". Disse-se, cruelmente, que a sua voz possuía uma nota boa E-natural a third above middle C, e é por isso que a ária fundamental de Peter Grimes, "Now the Great Bear and Pleiades" é escrita sobretudo sobre essa nota. A qualidade sua voz não funcionava bem em gravações, mas não existem dúvidas que ele tinha uma rara capacidade de articulação e de agilidade vocal, que Britten também potenciou. Peter Pears foi considerado pela BBC Music magazine um dos 10 melhores tenores de sempre.[2] Pears estreou-se na Metropolitan Opera em Outubro de 1974, como Aschenbach em Death in Venice. Cantou regularmente na Royal Opera House e em múltiplas salas de ópera prestigiadas da Europa e dos Estados Unidos da América. Foi também um celebrado intérprete de lieder de Franz Schubert, tipicamente com Britten a acompanhá-lo ao piano, e teve performances notáveis como Evangelista nas Paixões de Johann Sebastian Bach. Repousa no cemitério da Igreja de Saint Peter and Saint Paul em Aldeburgh, Suffolk, ao lado de Benjamin Britten. ReferênciasLigações externas |