Morris Swadesh
Morris Swadesh (Holyoke, 22 de janeiro de 1909 – Cidade do México, 20 de julho de 1967) foi um linguista, pesquisador e professor universitário norte-americano. Especialista em linguística comparada e histórica, é conhecido pela Lista de Swadesh, um vocabulário básico que, teoricamente, seria comum em todos os idiomas. Nascido em Massachusetts em uma família de imigrantes judeus da Bessarábia, Morris obteve seu bacharelado e seu mestrado pela Universidade de Chicago, sob a orientação de Edward Sapir, seguindo para o doutorado por Yale, em 1933. Foi professor na Universidade de Wisconsin–Madison de 1937 a 1939, tendo trabalhado para o Exército, durante a Segunda Guerra Mundial, no Gabinete de Serviços Estratégicos. Com o fim da guerra, tornou-se professor da City College of New York, mas foi demitido em 1949 por ser membro do Partido Comunista dos Estados Unidos. Depois disso, foi professor no Canadá e no México. Morris tinha especial interesse pelas línguas indígenas das Américas e conduziu extenso trabalho de campo em toda a América do Norte. Foi um dos pioneiros da glotocronologia e da léxico-estatística, e é conhecido por sua criação da Lista de Swadesh, uma compilação de conceitos básicos que se acredita estarem presentes em todas as culturas e, portanto, adequados para comparação interlinguística. Morris acreditava que suas técnicas poderiam descobrir as profundas relações entre línguas aparentemente não relacionadas, permitindo assim a identificação de macrofamílias e possivelmente até de uma língua "proto-humana". Suas teorias são frequentemente controversas e algumas foram reprovadas por linguistas posteriores.[1] BiografiaMorris nasceu em 1909 na cidade de Holyoke. Seu pais, judeus da Bessarábia, falavam vários idiomas e Morris cresceu falando iídiche, um pouco de russo e inglês. Desde pequeno, aprendeu o ofício de impressão com seu pai. Ingressou na Universidade de Chicago, onde começou a estudar com o linguista Edward Sapir, que o apresentou tanto ao estudo das línguas indígenas americanas quanto à linguística geral no contexto da antropologia. Na faculdade, pode estudar outros idiomas, como o alemão e o francês. Também estudou filologia indo-europeia com Carl Darling Buck e Leonard Bloomfield e familiarizou-se com a linguística moderna com Sapir e Bloomfield. Neste último, ele também foi fortemente influenciado pela escola de Praga do final dos anos 1920 e início dos 1930.[2] Morris fez seu mestrado com Sapir em Chicago, e com Sapir foi para a Universidade Yale, que na época se tornava o centro mais atraente na área de linguística nos Estados Unidos. Nesta universidade, defendeu o doutorado em 1933, com uma tese sobre a língua Nootka, e terminou seus estudos com a geração de linguistas representada por Mary Haas, de Universidade da Califórnia em Berkeley, e Stanley Newman, na Universidade do Novo México.[2] CarreiraNa década de 1930, Morris conduziu um extenso trabalho de campo sobre mais de 20 línguas indígenas das Américas, com viagens ao Canadá, México e pelos Estados Unidos. Trabalhou mais com a língua Chitimacha, uma língua isolada, agora extinta, dos povos indígenas da Louisiana. Suas notas de campo e publicações subsequentes constituem a principal fonte de informação sobre esta língua extinta. Também conduziu trabalhos de campo sobre as línguas Menominee e Mahican, em Wisconsin e Nova York, respectivamente; ambos fazem parte da família linguística algonquina.[2] Moris lecionou linguística e antropologia na Universidade de Wisconsin-Madison de 1937 a 1939. Durante esse período, idealizou e organizou o altamente original Projeto de Língua e Folclore Oneida. Este programa contratou mais de uma dúzia de nativos Oneida em Wisconsin para um projeto da Works Progress Administration (WPA) (sob a administração de Franklin D. Roosevelt) para gravar e traduzir textos na língua Oneida. (Os Oneida foram historicamente uma das cinco nações da Confederação dos Iroqueses, com seu território localizado no centro do estado de Nova York, mas alguns se mudaram para Wisconsin no século XIX.) Neste mesmo período, em outros projetos WPA, os escritores gravavam histórias e guias estaduais, e pesquisadores coletavam histórias orais de afro-americanos que nasceram na escravidão antes do fim da Guerra de Secessão.[2] Morris deixou a universidade pouco antes de começar o projeto de fato. Floyd Lounsbury, estudante sob sua orientação, foi indicado para terminá-lo. Lounsbury continuou seus estudos em linguística, depois lecionando na Faculdade de Antropologia e Linguística da Universidade Yale.[2] Em maio de 1939, Morris mudou-se para o México, onde foi contratado para ajudar o governo do presidente Lázaro Cárdenas na educação e alfabetização dos povos indígenas do país. Morris aprendeu a língua purépecha neste trabalho. Junto de professores das escolas rurais, Morris trabalhou em vilas indígenas, ensinando às pessoas a primeiro ler em seus próprios idiomas, antes de ensiná-los o espanhol. Morris trabalhou com os povos Tarahumaras, Purépechas e os Otomis.[2] Em menos de um ano, Morris também aprendeu o espanhol e tornou-se fluente o suficiente para dar uma série de palestras sobre linguística na Universidad Michoacana de San Nicolás de Hidalgo. Nesta época, Morris também publicou seu primeiro livro em espanhol, La Nueva Filologia, em 1941.[2] De volta aos Estados Unidos no começo da Segunda Guerra Mundial, Morris trabalhou em projetos militares para o Exército e para o Gabinete de Serviços Estratégicos, de modo a compilar e organizar referências em espanhol, russo, chinês e birmanês. Também redigiu manuais de alfabetização em russo e em chinês para as tropas norte-americanas. Serviu em Burma, onde aprendeu um dos idiomas Naga da região, ao lado do então tenente Roger Hilsman, que se tornaria secretário de Estado adjunto dos Estados Unidos para Assuntos do Leste Asiático e Pacífico.[2] Em maio de 1949, Morris foi demitido da City College of New York (CCNY) sob a acusação de ser comunista, em meio ao pânico moral da ameaça vermelha, que mirou em vários antropólogos e outros acadêmicos durante a Era McCarthy. Morris de fato fora membro do Partido Comunista, divisão de Denver, e fora membro ativo do movimento contra a execução de Julius e Ethel Rosenberg. Morris permaneceu no país até 1954, auxiliado pelos fundos da American Philosophical Society da Filadélfia.[3] Últimos anosEm 1956, Morris retornou ao México, onde se tornou pesquisador da Universidade Nacional Autônoma do México, lecionando linguística na Escola Nacional de Antropologia e História, na Cidade do México. Em 1966, foi indicado como professor de linguística geral da Universidade de Alberta, no Canadá, onde idealizou um novo projeto de pesquisa na área. Neste mesmo ano, viajou para Gana, onde estudou a língua mampruli e lecionou linguística na Universidade de Gana.[2] MorteMorris revisava seu último livro quando teve um infarto fulminante em 20 de julho de 1967 e morreu aos 58 anos, na Cidade do México.[2] Publicações
Referências
Fontes
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