Moimir I
Mojmir I ou Moimir I[1](em latim: Moimarus; tcheco e eslovaco: Mojmír I.) foi o primeiro monarca conhecido dos eslavos da Morávia[2][3] e o fundador da Casa de Moimir. Para os estudiosos modernos, a criação do estado conhecido como "Grande Morávia" na Alta Idade Média é atribuído ou a ele ou às políticas expansionistas dos seus sucessores.[4][5] Ele foi deposto em 846 por Luís, o Germânico, o rei da Frância Oriental.[6] ContextoA partir da década de 570, os ávaros dominaram uma grande área que se estendia dos Cárpatos orientais até os Alpes orientais na Europa central.[7] As tribos eslavas que viviam na região foram obrigadas a pagar-lhes tributos, mas a resistência começou já no início do século VII.[7][8] Primeiro entre os que habitavam a região onde hoje está Viena, Áustria, que se libertaram em 623-624[8][9] sob o comando de um comerciante franco chamado Samo, cujo reinado duraria pelo menos 35 anos.[8][9] Contudo, quando ele morreu, em algum momento entre 658 e 669, seu principado desapareceu sem deixar vestígios.[8][10] ![]() Seria necessário mais um século e meio para que os ávaros fossem finalmente derrotados entre 792 e 796 por Carlos Magno, o monarca do Império Franco.[11] Num curto espaço de tempo, uma série de principados eslavos emergiram na região do Médio Danúbio.[12] O principado morávio apareceu pela primeira vez em 822, quando os morávios, de acordo com os "Anais Reais Francos", pagaram tributo ao filho de Carlos Magno, o imperador Luís, o Piedoso.[12][13] ReinadoMoimir I apareceu na Morávia durante a década de 820.[14] Se ele foi o primeiro monarca a unir as tribos eslavas da região num estado maior ou se ele meramente ganhou proeminência como resultado de uma situação política que mudava rapidamente, não se sabe.[14] Mesmo assim, ele teve "predecessores", pelo menos de acordo com uma carta escrita por volta de 900 pelos bispos da Baviera ao papa.[15] A suposição de que Moimir I tenha sido batizado entre 818 e 824 baseia-se em evidências indiretas, particularmente na datação de uma igreja cristã em Mikulčice (República Tcheca) no primeiro quarto do século IX.[16] Embora esta ideia ainda seja tema de debates acadêmicos, a "História dos Bispos de Passau" relatou um batismo em massa entre os morávios em 831 comandado pelo bispo Reginhar de Passau.[17][18] Ainda assim, o santuário pagão em Mikulčice continuou a ser utilizado sem interrupção até pelo menos meados do século.[18] As fronteiras do estado morávio de Moimir I não são precisas.[19] Sabe-se, contudo, que os morávios estavam com certeza se expandindo na década de 830.[4] Quando o documento conhecido como "Catálogo das Fortalezas e Regiões ao Norte do Danúbio" foi compilado, entre 844 e 862, os morávios já detinham onze fortalezas na região.[20] De forma similar, a "Conversão dos Bávaros e Carantanianos", uma obra histórica escrita em 870, relata que, por volta de 833, um governante eslavo local, Pribina, foi "expulso para além do Danúbio por Moimir, duque dos morávios".[17][21][22] Pribina era ou o monarca de um outro principado sérvio ou um dos subordinados rebeldes de Moimir I.[17] Historiadores modernos, ainda que não unanimemente, identificam as terras de Pribina ("in Nitrava ultra Danubium") com a moderna Nitra (Eslováquia)[23][4][24][25] (veja Principado de Nitra). Últimos anosMoimir se aproveitou da guerra civil no Império Carolíngio para se revoltar contra o domínio franco na década de 840.[23] Por conta disso, seu poder cada vez maior se tornou uma séria ameaça ao governo de Luís, o Germânico, o rei da Frância Oriental.[23] Os francos finalmente invadiram a Grande Morávia em meados de agosto de 846[24] e encontraram pouca resistência para depor Moimir I.[26] Ele pode ter fugido ou ter sido morto durante a invasão,[26] mas é certo que um parente dele, Rastislav, foi nomeado novo monarca vassalo da Morávia.[24]
Ver também
Referências
Bibliografia
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