O nome da missão é uma referência à comemoração do centenário do primeiro voo tripulado de uma aeronave, o 14 Bis de Santos Dumont, Paris, 23 de outubro de 1906.
A espaçonave Soyuz TMA-8 transportando o tenente-coronel Marcos Pontes foi lançada às 23 horas e 30 minutos de 30 de março de 2006 (horário de Brasília, 8 horas e 30 minutos da manhã de 1 de abril de 2006 no horário do Cazaquistão). Além do astronauta brasileiro, faziam parte da tripulação o russo Pavel Vinogradov e o americano Jeffrey Williams, sendo estes dois membros da Expedição 13.[6]
Quando Pavel Vinagrodov ligou a câmera da cabine para o Marcos Pontes durante o lançamento, o brasileiro não sabia o que dizer. Pensou em acenar, mas isso não expressava o que sentia, então apontou para a bandeira e, após, para cima, querendo dizer que estavam todos juntos, mas pensou "um momento, apontar com um só dedo não dá a impressão de 'juntos'!". Por isso, ele apontou com dois, como se pode observar no vídeo da missão.[7] A nave acoplou à Estação Espacial Internacional (ISS) na madrugada de sábado, 1 de abril.[6]
Antes da entrada na Estação Espacial Internacional, o protocolo internacional previa a seguinte ordem: Pavel, Jeff e Marcos. Porém, quando Pavel observou Marcos com a bandeira do Brasil nas mãos, disse-lhe para entrar primeiro. Marcos respondeu-lhe que talvez teria problemas. A isso, o russo replicou que não seria o Marcos que estaria entrando na frente, mas sim uma nação inteira e nem ele, nem Jeff teriam o direito de entrar antes de uma nação.[8]
Os experimentos educacionais acima foram acompanhados por alunos de escolas de São José dos Campos por meio da Internet, enquanto realizavam os mesmos experimentos em terra.[11]
Durante sua estadia na ISS, Marcos Pontes concedeu algumas entrevistas por videoconferência.
No dia 3 de abril de 2006, foi transmitida a entrevista com homenagem a Santos Dumont, na qual Marcos Pontes usou um chapéu Panamá igual ao do inventor e um lenço com as siglas SD.
A insígnia da Missão Centenário foi produzido em conjunto pelo Secom, MCT e AEB.[16]
Atos comemorativos
Como celebração desta missão ter sido a primeira a levar um astronauta brasileiro ao espaço, assim como ser uma homenagem ao centenário do primeiro voo de uma aeronave mais pesada que o ar de Santos Dumont, foram lançados selos e uma medalha.[17]
Críticas
A missão recebeu críticas por parte da comunidadecientífica, como da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), segundo a qual o dinheiro investido na missão deveria ser utilizado para a capacitação de pessoal, assim como investido em outros tipos de pesquisas científicas. Além disso, relatam o não cumprimento da participação brasileira na construção da ISS.Outros críticos denunciaram o uso político e tacharam a viagem ao espaço de turismo espacial.[18][19][20]
↑Pontes, Marcos (2011). «64». Missão Cumprida. A História completa da primeira missão espacial brasileira 1 ed. [S.l.]: McHilliard. p. 266 e 267. 559 páginas. ISBN9788564213012
↑Pontes, Marcos (2011). «69». Missão Cumprida. A História completa da primeira missão espacial brasileira 1 ed. [S.l.]: McHilliard. p. 285. 559 páginas. ISBN9788564213012