Marquês de Louriçal
O título de Marquês de Louriçal foi um título nobiliárquico de Portugal, criado por D. João V, por carta em 22 de abril de 1740, em favor de D. Luís Carlos Inácio Xavier de Meneses (1689-1742), 5.º Conde da Ericeira, quando este pela segunda vez foi nomeado Vice-rei da Índia. Este título de Conde da Ericeira fora por sua vez criado a 1 de Março de 1622 por Filipe III de Portugal, em favor de D. Diogo de Meneses (1553-1625). Com a elevação ao marquesado, o título de Conde da Ericeira ficou a partir de então reservado aos herdeiros dos Marqueses de Louriçal. Os Condes de Ericeira e Marqueses de Louriçal sempre foram do apelido e varonia Meneses. Eram descendentes do primeiro Conde de Neiva, D. Gonçalo Teles de Meneses, irmão do sexto Conde de Barcelos, D. João Afonso Telo, e da rainha D. Leonor Teles no século XIV. Tinham assim a mesma ascendência que os Condes de Cantanhede e Marqueses de Marialva, e ainda os Condes de Tarouca e Marqueses de Penalva. Tal como esses e outros ramos dos Meneses, os Condes da Ericeira e mais tarde Marqueses de Louriçal atingiram os mais elevados cargos do reino de Portugal. As origens medievais da linhagem, e as suas lutas pelo poder no Portugal do século XIV, foram descritas já no século XV nas duas principais crónicas de Fernão Lopes.[1] Mais tarde, os títulos de Ericeira e Louriçal foram também descritos por exemplo por D. António Caetano de Sousa nas Memorias Historicas e Genealogicas dos Grandes de Portugal,[2] e já no século XX por Anselmo Braamcamp Freire, que dedica o Cap. VI do Vol. I dos Brasões da Sala de Sintra aos Meneses, incluindo a Casa de Louriçal.[3] Os Condes da Ericeira distinguiram-se como militares, políticos, e homens de cultura, principalmente o 3.º, 4.º, e 5.º condes. Condes da Ericeira (1622)Um ramo da Casa de Cantanhede, os futuros Condes da Ericeira eram já senhores do Louriçal e da Ericeira antes de receber o título condal, em 1622. O 3.º Conde da Ericeira esteve presente em quase todas as principais batalhas da Guerra da Restauração (1640-1668), nomeadamente como comandante da artilharia nas duas grandes vitórias portuguesas no final da guerra, a Batalha do Ameixial (1663) e a Batalha de Montes Claros (1665). Pouco depois, apoiou D. Pedro II contra D. Afonso VI. Mais tarde, como vedor da Fazenda, pôs em prática uma política de cariz mercantilista. É também conhecido pela grande obra Historia de Portugal Restaurado (1679-1698). O 4.º Conde da Ericeira foi principalmente um homem de cultura, inserido no ambiente das Academias, e colaborador da Academia Real da História Portuguesa. Possuía uma riqíssima biblioteca de quinze mil volumes. O 5.º Conde da Ericeira foi militar como o avô e homem de cultura como o pai. Foi por duas vezes vice-rei da Índia. Aquando da viagem de retorno do seu primeiro mandato como vice-rei, a bordo de uma poderosa nau de guerra e na companhia do arcebispo de Goa, também de retorno ao reino, sofreu no Índico um dos mais famosos ataques de piratas de que há memória. Morreria na Índia apenas dois anos após ter sido elevado a Marquês de Louriçal. Titulares
ArmasAs armas dos Condes da Ericeira eram, nas palavras de D. António Caetano de Sousa:
Marqueses de Louriçal (1740)Em 1740, o 5.º Conde da Ericeira, que já antes tinha sido vice-rei da Índia de 1717 a 1720, tendo dado mostras de bom governante, tendo organizado a esquadra que venceu a batalha de Surrate em 1719 (ver D. João V ― Poder global: guerras no Oriente), foi novamente nomeado para o cargo, numa época em que o poder do Império Marata ameaçava seriamente o Estado da Índia (ver D. João V ― Relações internacionais na Índia). Tal como então era habitual ― veja-se o Conde de Monsanto, elevado a Marquês de Cascais quando foi nomeado embaixador a Paris em 1643, ou o Conde de Vila Verde, elevado a Marquês de Angeja quando foi nomeado Vice-rei do Brasil em 1714 ― esta nova nomeação significou assim a elevação dos condes ao marquesado. Com o 4.º Marquês de Louriçal e 8.º Conde da Ericeira extinguiu-se o título desta linhagem. Titulares
ArmasAs dos Condes da Ericeira. ControvérsiaEm 2009 surgiu um indivíduo a assumir-se representante genealógico dos Marqueses de Louriçal, alegando ser detentor do título e auto intitulando-se Dom Tiago de Louriçal, ou Dom Tiago Henriques de Louriçal, pretensão que gerou controvérsia entre os genealogistas, que expuseram a fraude.[6][7][8] GaleriaCondes da EriceiraReferências
Bibliografia
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