Maria Cristina foi uma das figuras mais corruptas da história da Espanha, ela teve que deixar o país duas vezes (1840 e 1854) acusada de roubo e corrupção.[1][2] Apoderou-se de 78 milhões de reais em joias e 27 milhões de dinheiro público.[3] Foi a maior escravagista de seu tempo, recebendo comissão por cada escravizado que chegava a Cuba.[3][4]
Biografia
Princesa de Bourbon-Duas Sicílias, filha do rei Francisco I das Duas Sicílias e da Infanta da Espanha Maria Isabel, extremamente semelhante a Manuel Godoy, o Príncipe da Paz, mas filha de Maria Luísa de Parma com o rei Carlos IV. Fernando VII, viúvo três vezes, continuou sua busca de uma noiva encontrando-a em Nápoles. Os liberais espanhóis celebraram, porque afastava Carlos de Molina do trono e prometia a implementação de políticas mais liberais. Maria Cristina de Bourbon-Duas Sicílias prometeu implementar uma anistia para os espanhóis exilados pelo governo do futuro marido. Chegou a Madrid em 1829 e meses depois já anunciava a gravidez. O que enfureceu Carlos e sua camarilha reacionária. Carlos sentiu certa alegria enquanto o desejado herdeiro varão não nascia: os reis eram pais de duas meninas. Mas a rainha aconselhou ao marido a Pragmática Sanção para que sua filha primogênita, Isabel, pudesse herdar, como o fez, sendo a rainha Isabel II e não o infante Don Carlos Maria Isidro, conde de Molina. Pela Pragmática Sanção, Fernando VII confirmava a revogação, por Carlos IV, da lei sálica introduzida por Filipe V). Ao enviuvar, tornou-se regente da filha até 1840.[5]
Três meses depois de enviuvar, casou-se em 28 de dezembro de 1833 com Agustín Fernando Muñoz y Sánchez, capitão da guarda, filho de uma estanquera de la localidad conquera de Tarancón, que como regente fez Duque de Riánzares com Grandeza de Espanha, sendo a bênção nupcial dada por decreto apenas em 13 de outubro de 1844. Cada pequeno Muñoz que nascia ia sendo enviado a Paris para ser ali criado.[6][7]
Cristina comprou por 500 mil francos o número 24/28 da rue de Courcelles, em Paris, um suntuoso hotel onde o imperador vivera com o genro (Monsieur de Tamisier) Delorme, ex-advogado do parlamento de Nancy, especulador em terrenos e em 1830 vivera o imperador D. Pedro I do Brasil. Mais tarde o palacete foi comprado por Napoleão III que o doou a sua prima Matilde Bonaparte.
Em 15 de Julho de 1834, como rainha regente, formal e definitivamente terminou a Inquisição Espanhola.[8]
Posteridade
Nome
Imagem
Nascimento
Morte
Observações
Havidos de Fernando VII, Rei da Espanha (14 de outubro de 1784 – 29 de setembro de 1833; casados por procuração a 11 de dezembro de 1829)
Grande de Espanha, Visconde de Rostrollano, Visconde de la Alborada, Conde de Casa Muñoz, Marquês de San Agustín, Duque de Riánsares, Duque de Tarancón e Duque de Montmorot. Casou-se com Eladia Bernaldo de Quirós González de Cienfuegos em 1861, com descendência.[14][15]
Maria Cristina
19 de abril de 1840
20 de dezembro de 1921
Viscondessa de La Dehesilla e Marquesa de La Isabella.[16] Casou-se com José María Bernaldo de Quirós y González de Cienfuegos, Marquês de Campo Sagrado em 1860, com descendência.[17][18]
João
29 de agosto de 1844
2 de abril de 1863
Visconde de Villarrubio e Conde de Recuerdo. Não se casou, morreu aos 18 anos.[19]
José
21 de dezembro de 1846
17 de dezembro de 1863
Visconde de la Arboleda e Conde de Gracia. Não se casou, morreu aos 16 anos.
Referências
↑María Angeles Casado Sánchez; Borja de Riquer i Permanyer; Joan Lluís Pérez Francesch; María Gemma Rubí i Casals; Lluís Ferran Toledano González; Oriol Luján (2018). «María Cristina de Borbón-Dos Sicilias. Escándalos y corrupción». La corrupción política en la España contemporánea. Espanha: [s.n.] pp. 279–294. ISBN978-84-16662-60-9
↑Orrego Penagos, Juan Luis (março de 2012). «El general Juan José Flores y el Perú». Historia del Perú, América Latina y el mundo. Siglos XIX y XX (em espanhol). Consultado em 9 de fevereiro de 2013
Observação: Em 12 de fevereiro de 1861 o Reino das Duas Sicílias foi suprimido e anexado ao Reino de Itália durante o processo de Unificação Italiana. Portanto pessoas nascidas a partir de 1861 (4a. geração, nesta lista) não possuem formalmente títulos relacionados ao reino. A constituição da República Italiana promulgada em 22 de dezembro de 1947 aboliu definitivamente todos os títulos de nobreza.