Ao tomar posse em 2017, rompeu um período de 12 anos consecutivos de mandatos do PT na prefeitura de Coronel Fabriciano. Simultaneamente ao exercício do cargo de prefeito, tornou-se vice-presidente da Frente Nacional de Prefeitas e Prefeitos (FNP), além de integrar a comissão de saúde da Confederação Nacional de Saúde (CNS).[2] Em 2022, tomou posse como presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), da qual já foi vice-presidente.[3]
Origem e formação
Marcos Vinícius da Silva Bizarro nasceu no município brasileiro de Taquari, no Rio Grande do Sul, em 3 de dezembro de 1974. Foi casado com a também médica Stella Nunes, de quem é divorciado[4] e tem uma filha nascida em 2015. Marcos Vinícius se mudou para Coronel Fabriciano em 2001,[5] município onde exerceu sua formação em medicina com especialização em geriatria e gerontologia.[6] O título de especialista foi obtido com a monografia Promoção da Saúde e Envelhecimento Atenção ao idoso no serviço de pronto atendimento do Hospital Siderúrgica de Coronel Fabriciano MG, concluída na Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais (FCM-MG) em 2008.[7]
Durante a atuação como médico Marcos Vinícius começou a se envolver no cenário político de Coronel Fabriciano.[5] Foi candidato a vereador pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB) nas eleições de 2008, porém não foi eleito.[10] A candidatura à prefeitura pelo PSDB, por sua vez, foi anunciada durante convenção municipal do partido em 31 de julho de 2016.[11] Veio a ser eleito nas eleições municipais daquele ano com 46,63% das intenções de voto, ao lado do comerciante José Gregório de Paiva Neto como vice-prefeito.[6]
Sua eleição deu fim a 12 anos consecutivos de mandatos do Partido dos Trabalhadores (PT) na prefeitura; sucedeu a Chico Simões, que governou em dois mandatos seguidos entre 2005 e 2012, e Rosângela Mendes, que tomou posse em 2013 e tentava a reeleição, mas ficou em segundo lugar com 29,09% dos votos válidos.[6] A derrota do PT ocorreu nos quatro principais municípios da Região Metropolitana do Vale do Aço, que tinham prefeitos petistas tentando a reeleição em um antigo reduto eleitoral do partido.[12] Em março de 2017, foi escolhido para ser vice-presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), que é uma das principais associações de municípios no Brasil.[13]
Foi reeleito com 83,75% das intenções de voto no pleito de 15 de novembro de 2020, ao lado do vice-prefeito Sadi Lucca (PL).[14] Também natural do Rio Grande do Sul, Sadi é empresário, proprietário da rede de churrascarias Encantado.[15] A chapa teve uma aprovação recorde na cidade[16] e uma das maiores vantagens em relação ao segundo lugar entre os municípios brasileiros nesse pleito.[17] Na segunda colocação, com 10,38%, ficou a chapa composta pelo vereador Marcos da Luz como titular e o ex-prefeito Chico Simões como vice (ambos do PT).[14] Essa eleição estava programada para 4 de outubro, porém foi adiada em todo o Brasil em função da pandemia de COVID-19, cujo contexto fez parte da preparação dos candidatos no país.[18]
Em junho de 2021, Marcos Vinícius chegou a ser cotado por prefeitos do PSDB como um pré-candidato às prévias do partido para a eleição presidencial de 2022, porém o político declinou a ideia de participar do pleito do ano seguinte.[19] Em 2 de junho de 2022, tomou posse como presidente da Associação Mineira de Municípios.[3] Na eleição para presidente em 2022, declarou apoio ao candidato à reeleição Jair Bolsonaro. Em outubro, por causa do apoio de lideranças do PSDB ao candidato Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no segundo turno, incluindo o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o ex-governador de São Paulo José Serra, o prefeito declarou desfiliação do partido. Posteriormente, outros prefeitos peessedebistas de municípios mineiros fizeram o mesmo, como André Merlo (de Governador Valadares) e Hélio Campos (Ouro Branco).[20]
Nas eleições municipais de 2024, Marcos Vinícius apoiou a candidatura de seu vice Sadi Lucca (PL), inclusive os dois apareceram juntos em parte da campanha eleitoral.[21] Sadi Lucca acabou eleito com 68,52% dos votos válidos, sucedendo assim a Marcos Vinícius. No segundo lugar da votação ficou Stella Nunes (MDB), ex-mulher de Marcos, com 23,66% dos votos.[22] Ao fim do segundo mandato do prefeito, uma pesquisa encomendada pelo Diário do Aço mostrou que 52% dos entrevistados consideravam que o governo foi ótimo, 38,5% bom, 4% regular, 1,2% ruim e 1,3% péssimo.[23]
Prefeitura de Coronel Fabriciano
Após eleito, Marcos Vinícius diminuiu o número de secretarias do município de 16 para 11.[24] Também vetou o aumento salarial dos vereadores, que havia sido aprovado pela própria Câmara Municipal sob protestos no dia 16 de março de 2017. O veto do Executivo foi mantido pelo então presidente da câmara Leandro Xingó, após o projeto retornar para tramitação do Legislativo.[25]
Em abril de 2017, sua gestão implantou o chamado Corujão da Saúde, que consiste em consultas médicas especializadas fora do horário comercial (até às 22 horas) pelo SUS em unidades básicas de saúde, atendendo assim à demanda da população que trabalha durante o dia.[26] Em 2019, o programa concorreu ao Prêmio Cidades Sustentáveis, na categoria Acesso a Serviços em saúde, educação e infraestrutura, realizado pelo Programa Cidades Sustentáveis e pela Oxfam Brasil.[27] Em maio de 2017, a prefeitura assumiu a gestão do até então Hospital São Camilo (antigo Hospital Siderúrgica), que corria risco de fechamento, tendo executado reformas e reestruturação e alterando sua denominação para Hospital Doutor José Maria Morais.[28][29] Já em 2018 foi anunciada a construção de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) próxima ao bairro Sílvio Pereira II, planejada para funcionar 24 horas.[30] O centro de saúde, denominado UPA Doutor Walter Luiz Winter Maia, veio a ser inaugurado em 2020.[31]
Em julho de 2018, Marcos Vinícius e o secretário de governança educacional Carlos Alberto Serra Negra foram selecionados para apresentar um trabalho de educação inclusiva desenvolvido nas escolas da rede pública municipal no 7º Congresso Internacional de Educação e Aprendizagem em Paris, na França.[32][33] Após a viagem para o cumprimento de agenda política, a prefeitura foi questionada por ter transferido o Poder Executivo ao secretário municipal de governança, Everton Campos, em vez do vice-prefeito José Gregório. O prefeito efetivo alegou que o vice era pré-candidato a deputado estadual nas eleições de 2018 e por isso não poderia assumir a prefeitura. No entanto, uma liminar concedeu a chefia ao vice durante a ausência do titular.[34]
Entre 2018 e 2019, também ocorreu a construção de 788 unidades habitacionais mediante convênio com a Caixa Econômica Federal, sendo 500 no bairro São Vicente (Residencial Buritis) e 288 no Contente (Contente I).[35] Trata-se do maior pacote de obras de habitação popular na cidade desde a construção do Sílvio Pereira I e Sílvio Pereira II, na década de 80.[36][37] Outro feito foi a conclusão da Avenida Maanaim, onde foi instituída uma Operação Urbana Consorciada em 30 de abril de 2019, o que consolidou a orientação de um novo eixo de crescimento urbano em Coronel Fabriciano.[38]
Em 2021, o político anunciou o início da revitalização da pavimentação das ruas do Centro de Fabriciano e de bairros próximos, com a substituição do piso de bloquetes por pavimentação asfáltica.[39] Os blocos foram aproveitados na pavimentação de estradas da Serra dos Cocais, onde se encontram comunidades rurais.[40][41] Em 26 de maio de 2022, Marcos Vinícius recebeu o então presidente Jair Bolsonaro para a inauguração do Residencial Buritis no bairro São Vicente.[42][43]
Em janeiro de 2023, o prefeito deu início à reconstrução do Trevo Pastor Pimentel (viaduto), que representa a intercessão das principais avenidas de Coronel Fabriciano (a Tancredo Neves sobre a Magalhães Pinto). Construído na década de 1960, o local era palco de constantes acidentes e interdições devido à baixa altura, que deixava caminhões bloqueados. As obras contemplaram a demolição da estrutura antiga para elevação da altura e alargamento das vias, com reinauguração marcada para 2024.[44][45]
Pandemia de COVID-19
Em junho de 2020, durante a pandemia de COVID-19, o prefeito criticou a pretensão do governador Romeu Zema de decretar lockdown nos municípios do Vale do Aço e o fechamento do comércio. Na ocasião, Marcos Vinicius alegou que o município se preparou para a fase mais crítica da epidemia e que o governo estadual não compensaria a paralisação econômica com investimentos em saúde.[46] Apesar da suspensão das aulas presenciais, o gestor determinou que os professores da rede municipal voltassem a trabalhar presencialmente no meio de 2020, situação que foi contestada por trabalhadores da área e pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).[47]
Em março de 2021, diante do agravamento da pandemia, a administração decidiu manter o funcionamento de escolas e todo o comércio, mas uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado de Minas Gerais (TJMG) obrigou o município a aderir à "Onda Roxa" do governo estadual no dia 26, forçando assim o fechamento das instituições de ensino e do comércio "não essencial" contra a decisão do gestor.[48] Todo o Vale do Aço permaneceu na Onda Roxa, a mais restritiva, de 17 de março a 23 de abril de 2021, quando avançou para a "Onda Vermelha".[49]