Manias e Crendices em Nome da Ciência
Um clássico do ceticismo científico, Manias e crendices em nome da ciência: as curiosas teorias da falsa ciência; apaixonante estudo da credulidade humana é o segundo livro do matemático Martin Gardner.[nota 1] Foi lançado em 1957 e publicado em português em 1960.[2] Michael Shermer disse que "O moderno ceticismo acabou se tornando um movimento baseado na ciência, a começar com o clássico de Martin Gardner, em 1952."[3] Gardner estruturou o texto discutindo as teorias pseudocientíficas e seus proponentes. ![]() CapítulosEm nome da ciênciaDesmascara várias pseudociências e os pseudocientistas que as propagam. Descreve "5 maneiras pelas quais comumente transparecem as tendências paranóicas dos pseudocientistas":[4]
Plana e ocaNeste capítulo o livro trata de "três teorias excêntricas que conseguiram um número surpreendente de adeptos no presente século:" a Terra plana, a Terra oca e a de que "estamos vivendo no interior de uma esfera oca".[5] Relata as crenças religiosas de Wilbur Glenn Voliva na cidade de Zion (Illinois), nas proximidades de Chicago:[6]
Trata ainda do percurso histórico das ideias sobre a terra oca, iniciando com o ex-capitão do exército estadunidense John Cleves Symmes, seguindo sua trajetória por James McBride, Americus Symmes, Marshall B. Gardner, Cyrus Reed Teed e chegando até à alemanha nazista, onde o aviador Peter Brender, influenciado por intensa troca de correspondências com Teed, criou o termo Hohlweltlehre.[7] O capítulo finaliza tratando do autor alemão Karl E. Neupert, autor do mais importante livro sobre essa mania: Geokosmos.[8] Monstros da destruiçãoOs fortianosDiscos voadoresObjeto voador não identificado ZiguezaguesAbaixo EinsteinSir Isaac BabsonRabdomancia e engenhocas mágicasSob o microscópioGeologia versus gêneseAs ideias de Mortimer Adler sobre evolução O debate de Hilaire Belloc com H. G. Wells LysenkismoJean-Baptiste de Lamarck e Lamarquismo Apologistas do ódioO capítulo trata das origens do discurso de ódio, desde Martinho Lutero, que propôs a expulsão dos judeus da Alemanha[9] e o Ensaio sobre a desigualdade das raças humanas de Arthur de Gobineau, que mistura fatos antropológicos com superstições para hierarquizar raças superiores, compostas por brancos louros nórdicos, e inferiores, os negros. Discorre sobre das origens do nazismo a partir do antropólogos alemães Hans F. K. Günther, Ludwig Woltmann e Ludwig Schemann[10] até Mein Kampf de Adolf Hitler.[11] O racismo nos Estados Unidos é descrito a partir do reverendo Buckner H. Paine e de Charles Carroll,[12] passando por Madison Grant e Lothrop Stoddard até chegar à Segunda Guerra Mundial, quando a Cruz Vermelha foi obrigada a manter bancos de sangue separados de doadores brancos e negros.[13] Atlântida e lemúriaNovamente Ignatius Donnelly, Atlântida Madame Blavatsky, James Churchward e Lemúria A grande pirâmideJohn Taylor, Charles Piazzi Smyth, Charles Taze Russell e outros proponentes de teorias sobre a Pirâmide de Quéops Manias e extravagâncias médicasSamuel Hahnemann, Organon da Arte de Curar, e a homeopatia Medicina natural, iridologia, reflexoterapia e técnica de Alexander Andrew Taylor Still e osteopatia Daniel D. Palmer e quiropraxia Médicos charlatãesDietas excêntricasRudolf Steiner, antroposofia e agricultura biodinâmica Jogue fora os seus óculos!Teorias sexuais excêntricasOrgonomiaDianéticaL. Ron Hubbard, Dianética. (O termo Cientologia foi criado depois da publicação do livro de Gardner) Semântica geral etcAlfred Korzybski, Samuel I. Hayakawa Jacob L. Moreno e “psicodrama” Das bossas à grafologiaFranz Joseph Gall e frenologia ESP e PKPercepção extrasensorial (ESP) e psicocinese (PK) são expressões cunhadas por J. B. Rhine, cuja vida e obra são o foco do capítulo, pois ele deu respeitabilidade científica à parapsicologia. Rhine e sua mulher assistiram uma conferência de Arthur Conan Doyle sobre espiritualismo no início da década de 1930 e ficaram muito impressionados. Daí imergiram na literatura e na prática do espiritualismo, período posteriormente definido por Rhine como de "aventuras psíquicas".[14] O capítulo inicia afirmando que:[15]
Nas notas a este capítulo, o livro apresenta a relação entre Rhine e a égua Lady Wonder, descrevendo as pesquisas que ele e sua mulher publicaram sobre a "telepatia entre homem e animal".[16] O caso de Bridey Murphy e outros assuntosApêndiceNotasRecepçãoUma revisão contemporânea no Pittsburgh Post-Gazette analisou positivamente as críticas de Gardner sobre a Terapia Hoxsey e sobre Krebiozen, que estavam sendo promovidas como medidas anticâncer na época. A resenha concluiu que o livro "deveria ajudar a neutralizar alguns cultos divertidos e positivamente prejudiciais, cuja existência é muitas vezes promovida pelo jornalismo irresponsável".[17] Ver tambémNotas
Referências
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