Largo de São Francisco de Paula
O Largo de São Francisco de Paula é um dos mais antigos logradouros da cidade do Rio de Janeiro, no Brasil. Em sua origem, o logradouro era apenas uma lagoa fora dos muros da cidade, à altura da antiga Rua da Vala (hoje Rua Uruguaiana), atrás da Igreja da Imperial Irmandade de Nossa Senhora do Rosário e São Benedito dos Homens Pretos. Ao assumir as suas funções, o Governador e Capitão-Geral da Capitania do Rio de Janeiro, Gomes Freire de Andrade, primeiro Conde de Bobadela (1733-1763), determinou a expansão da malha urbana para além da vala, ordenando o aterro e o arruamento da antiga Lagoa da Pavuna, projeto que ficou a cargo do engenheiro militar José Fernandes Pinto Alpoim: este riscou e construiu uma vasta praça em 1742, onde seria construída a nova catedral do Rio de Janeiro, dada a ruína da antiga, a Igreja de São Sebastião do Morro do Castelo. Em 1922 todo o Morro foi demolido, e a catedral foi transferida para a Igreja do Carmo, até 1976, quando foi construída a atual Catedral de São Sebastião. Originalmente denominada como Praça Real da Sé Nova, em 1749 foram lançados os alicerces para a edificação da nova catedral da cidade, paralisadas em 1752 e, posteriormente, reiniciadas, para serem novamente paralisadas quando do falecimento de Gomes Freire. Em 1808, com a chegada da Família Real Portuguesa ao Brasil, os alicerces da catedral foram aproveitados para a construção da Escola Central, depois Academia Real Militar e Escola Politécnica. Hoje, abriga o Instituto de Filosofia e Ciências Sociais da Universidade Federal do Rio de Janeiro e o Instituto de História da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Posteriormente, denominou-se Largo de São Francisco de Paula, por, nele, se localizar a Igreja da Ordem Terceira dos Mínimos de São Francisco de Paula, que possuía, ao lado, um hospital. À época da Proclamação da República Brasileira, foi oficialmente denominado de Praça Coronel Tamarindo, toponímia, no entanto, que a população jamais incorporou. Foi calçada pela primeira vez em 1817, para as festas que seriam realizadas no ano seguinte por ocasião da coroação de Dom João VI, após o falecimento de sua mãe, a Rainha Dona Maria I. No centro da praça, foi inaugurada solenemente, em 7 de setembro de 1872, a estátua do Conselheiro José Bonifácio de Andrada e Silva, patriarca da Independência do Brasil, executada pelo escultor francês Augusto Rochet, por encomenda do Instituto Histórico e Geográfico Brasileiro, órgão encarregado da comissão de execução da estátua, por ocasião das comemorações do cinquentenário da Independência Brasileira. A Câmara Municipal considerava oficialmente, no ano de 1879, que o largo estava compreendido entre as ruas do Ouvidor, dos Andradas, da Lampadoza (atual Avenida Passos) e Souza Franco (atual Rua do Teatro). Ao longo de sua história, o largo tem sido cenário de manifestações populares e comícios, como aqueles em função do Abolicionismo e da República. Posteriormente, de trabalhadores contra os baixos salários, a longa jornada de trabalho, a carestia e o desemprego. Mais recentemente, tem sido local de manifestações do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra. Bibliografia
Ligações externas
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