Lajes (Rio Grande do Norte)
Lajes é um município brasileiro localizado na região central do estado do Rio Grande do Norte, situado na Região Nordeste do Brasil. O município segundo Estimativa do Ibge em 2024 era de 10.108 habitantes e está localizado a 132 km da capital do estado, Natal. O seu principal ponto turístico é a serra do Feiticeiro. O município é regionalmente conhecido por sua gastronomia, sendo reconhecido como ''A Terra do Bode''. Lajes também é amplamente conhecida por ter sido o o município em que foi eleita a primeira prefeita da América do Sul, em 1928, Alzira Soriano.[5] HistóriaO povoamento do território onde hoje se localiza o município de Lajes se iniciou efetivamente no século XIX, mais especificamente em 1825, com a instalação de uma fazenda, de propriedade de Francisco Pedro de Gomes Melo. Consequentemente, o local começou a se desenvolver, tornando-se ponto de descanso e parada obrigatória de boiadeiros que passavam por ali. Em 1895, Lajes tornou-se distrito de Jardim de Angicos (emancipado de Angicos em 1880), criado por uma lei municipal datada de 26 de janeiro daquele ano.[6] Conta a história de que, em 1903, próximo à serra do Feiticeiro, uma mãe pastoreava seu rebanho acompanhada de seu filho José Alexandrino, de apenas cinco anos e, ao entardecer, os dois se desencontraram. Três dias depois, o corpo da criança foi encontrado morto e em estado de decomposição sobre uma pedra. Próximo dessa pedra, batizada pelos moradores locais de Pedra do Anjo, foi construída uma capela dedicada à Divina Santa Cruz, tendo à frente um cruzeiro.[7] O desenvolvimento do povoado se acentuou em 1914, com a chegada da estrada de ferro Sampaio Correia (que fazia a ligação entre Natal e São Rafael),[6] cuja estação ferroviária só foi inaugurada em 15 de setembro de 1918, hoje desativada.[8] Ainda em 1914, através da lei estadual 360, sancionada em 25 de novembro, a sede municipal foi transferida de Jardim de Angicos para Lajes e, em 3 de dezembro de 1923, através da lei estadual 572, a criação do município de Lajes foi efetivada.[6] Nas eleições municipais de 1928, disputaram dois candidatos: Luísa Alzira Teixeira Soriano (Alzira Soriano) e Sérvulo Pires Neto Galvão. Com mais de 60% dos votos, Alzira venceu a eleição, tornando-se a primeira prefeita do Brasil e da América do Sul, empossada em 1° de janeiro de 1929. No ano seguinte, com a eclosão de um movimento revolucionário, Alzira perdeu o cargo, sendo substituída por Adauto de Sá Leitão.[9] Em 30 de dezembro de 1943, o decreto estadual 268 alterou o nome do município para Itaretama, devido à abundância de pedras no local, voltando à sua denominação original em 11 de dezembro de 1953, através da lei estadual 1 032. Na década de 1950, por sucessivas leis estaduais, o município de Lajes chegou a ser subdividido em seis distritos, todos desmembrados na década seguinte e elevados à categoria de município: Caiçara do Rio do Vento, Jardim de Angicos, Jandaíra e Pedra Preta. Na década de 1960, a lei estadual 2 971, de 29 de outubro de 1963, criou o distrito de Firmamento, o único não emancipado, que faz parte do município até os dias atuais.[6] GeografiaCom 676,625 km² de área,[1] Lajes ocupa 1,2813% do território estadual e se subdivide em dois distritos: Lajes (sede) e Firmamento.[10] Lajes está distante 128 km de Natal (115 km em linha reta),[11] capital estadual, cujo acesso se dá através da BR-304. Limita-se a norte com Jandaíra; a sul Cerro Corá e São Tomé; a leste Caiçara do Rio do Vento, Jardim de Angicos e Pedra Preta e a oeste Angicos, Fernando Pedroza e Pedro Avelino.[12] Segundo a nova divisão territorial do IBGE, o município de Lajes está situado na região geográfica imediata de Açu, inserida na região geográfica intermediária de Mossoró, sendo que, na antiga divisão, o município pertencia à microrregião de Angicos, que por sua vez era parte da mesorregião Central Potiguar.[13] O relevo do município é constituído pela Depressão Sertaneja, bem como pelo Planalto da Borborema. A geologia é marcada pela área de abrangência das rochas do Grupo Caicó, no embasamento cristalino, com idade entre 1,1 bilhão e 2,5 bilhões de anos, durante o período Pré-Cambriano. A norte estão os sedimentos da Bacia Potiguar, que inclui as formações Açu e Jandaíra, datadas do período Cretáceo, há cerca de oitenta milhões de anos.[12] Predominam os solos litólicos (neossolos), constituídos principalmente de areia, além de serem pedregosos e altamente férteis, com bons níveis de drenagem.[12] Também existem, em menores porções, os solos bruno não cálcico, podzólico vermelho amarelo equivalente eutrófico (chamados, na nova classificação brasileira de solos, de luvissolos), areias quatzosas (neossolos) e planossolos.[14][15] Por serem pouco desenvolvidos, são cobertos pela caatinga, típica do sertão, que perde suas folhas na estação seca e apresenta espécies de pequeno porte, algumas delas apresentando espinhos em sua estrutura. Entre as espécies mais encontradas estão: angico, aroeira, braúna, catingueira, facheiro, faveleiro, juazeiro, jurema-preta, mandacaru, marmeleiro, mofumbo e xique-xique.[12] Em Lajes está a nascente do rio Ceará-Mirim, na comunidade de Mulungu, cuja foz é o Oceano Atlântico, na localidade de Barra do Rio, que pertence ao município de Extremoz.[16][17] O açude Juazeiro é o maior reservatório de água do município, com capacidade para 1,266 milhão de metros cúbicos (m³), seguido pelos açudes Caraúbas (350 000 m³), Gavião e Ameixa (ambos com capacidade para 100 000 m³). Apesar disso, a água utilizada para consumo populacional vem da Barragem Armando Ribeiro Gonçalves, através do Sistema Adutor Sertão Central-Cabugi.[12] Lajes possui um dos mais baixos índices pluviométricos do Rio Grande do Norte, de cerca de 400 mm (1930-2020), apresentando assim clima semiárido.[12] Segundo dados da Empresa de Pesquisa Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), referentes ao período de 1930 a 1985 e a partir de 1992, o maior acumulado de precipitação observado em Lajes foi de 171,4 mm em 3 de abril de 2008. Outros grandes acumulados foram 135 mm em 15 de abril de 1984, 129,2 mm em 22 de abril de 1940 e 108,2 mm em 31 de janeiro de 2008. Março de 1981, com 392 mm, é o mês mais chuvoso da série histórica, enquanto o recorde anual é de 1 021,6 mm em 2009.[18] Desde julho de 2020, quando entrou em operação uma estação meteorológica automática da EMPARN em Lajes, as temperaturas variaram de 19,8 °C em 16 de junho de 2022 a 37,6 °C em 31 de outubro de 2023.[19]
Política e administraçãoA administração municipal se dá através de dois poderes: executivo e legislativo.[20] O primeiro é representado pelo prefeito, auxiliado pelo seu gabinete de secretários.[20] O poder legislativo, por sua vez, é constituído pela câmara municipal, constituída por nove vereadores eleitos para mandato de quatro anos. Cabe à casa elaborar e votar leis fundamentais à administração e ao executivo, especialmente o orçamento municipal (conhecido como Lei de Diretrizes Orçamentárias).[20] Lajes se rege por sua lei orgânica, promulgada em 3 de abril de 1990,[20] e abriga uma comarca do poder judiciário estadual, de segunda entrância, cujos termos são Caiçara do Rio do Vento e Pedra Preta.[21] O município pertence à 17ª zona eleitoral do Rio Grande do Norte e possuía, em dezembro de 2016, 9 167 eleitores, de acordo com dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), representando 0,382% do eleitorado potiguar.[22] Feriados municipaisO seguintes dias são feriados no município de Lajes[23][24]:
Referências
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