Karlos Rischbieter
Karlos Heinz Rischbieter (Blumenau, 24 de outubro de 1927 — Curitiba, 17 de outubro de 2013) foi um engenheiro, escritor e político brasileiro. Foi ministro da Fazenda durante o governo João Figueiredo, entre março de 1979 e janeiro de 1980.[1][2] BiografiaHeinz iniciou sua vida estudantil em colégio de ensino alemão em sua cidade natal, Blumenau. transferido-se para o Colégio Santo Antônio, no ano de 1938 com a nacionalização do ensino promovida pelo ministério da educação de Gustavo Capanema, no governo de Getúlio Vargas.[3][4] Formou-se no curso de Engenharia civil pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) no ano de 1952.[5] Após graduar-se, teve passagens pela iniciativa privada e ingressou via concurso público ao funcionalismo público na Companhia de Desenvolvimento do Paraná (CODEPAR), estatal recém-fundada como uma empresa de fomento para economia paranaense.[6][7] No ano de 1965, Heinz deixou a estatal para continuar em outro emprego de Estado. A convite do economista Roberto Campos, passou atuar como um dos assessores do Instituto Brasileiro do Café (IBC), órgão estatal que buscava melhorar a produtividade do café brasileiro e entender melhor como funcionava a diversificada produção brasileira.[8] Sua passagem ao cargo terminou com saída de Humberto de Alencar Castelo Branco da presidência para alternância com Costa e Silva, onde voltou a trabalhar na iniciativa privada.[7] Voltou a trabalhar para o Estado brasileiro em 1972, quando foi convidado pelo governador Parigot de Souza para assumir a presidência Banco de Desenvolvimento do Paraná (BADEP), que buscava trazer investimentos estrangeiros para o desenvolvimento do Paraná.[9] Em 1974, por indicação do então ministro da Educação, Ney Braga, Rischbieter assumiu a presidência da Caixa Econômica Federal, posto que exerceu até fevereiro de 1977.[10] Deixou o cargo de presidência devido o pedido de demissão do ministro da Indústria e Comércio Severo Gomes, que criou uma crise institucional no governo, o que fez que Rischbieter fosse convidado a ser presidente de outro banco estatal, o Banco do Brasil em 1977, permanecendo no cargo até 14 de março de 1979.[5] Ministério da fazendaTomou posse ao cargo de Ministro da Fazenda em 15 de março de 1979 no gabinete de João Figueiredo, em substituição ao banqueiro Mário Henrique Simonsen.[11] Em agosto de 1979, o ministro do Planejamento Mário Henrique Simonsen, defensor de medidas liberais de contenção do gasto público para o ajuste da economia, foi substituído no cargo pelo ministro da Agricultura, Delfim Neto, defensor de políticas em que o Estado fosse promotor do desenvolvimento econômico.[12] Essa mudança na equipe econômica colocou Rischbieter, mais próximo a Simonsen, por possuírem ideias de um Estado menor mais ligadas ao liberalismo econômico.[13] Tendo uma diferenças com o Delfim Neto, Rischbieter elaborou relatórios destinado a Figueiredo criticando as políticas intervencionistas do Estado na economia, fazendo duras críticas ao modelo econômico vigente idealizados por Delfim e alertando a possíveis colapsos da economia no futuro.[14] Esse relatório foi vazado, o que gerou um enorme desconforto para o governo federal, gerando um mal-estar principalmente entre a equipe econômica e os ministros Rischbieter e Delfim.[15] Com o incômodo gerado no governo, Rischbieter não teve mais clima para trabalhar no governo, vendo-se obrigado a pedir demissão pelas circunstâncias, fortalecendo a equipe de Delfim, mais ligada a um Estado intervencionista.[16] Após sua demissão, foi substituído pelo presidente do Banco Central, Ernane Galvêas.[17] Anos posterioresApós sua passagem pelo Ministério da Fazenda, voltou a trabalhar para a iniciativa privada. Só voltou a atuar no Estado em 1985, com o fim da Ditadura militar brasileira e com a ascensão de José Sarney (MDB) a presidência da República, sendo convidado para atuar como presidente do Instituto Brasileiro do Café.[18] Sua passagem foi rápida e conturbada devido a um problema com cafeicultores que não gostavam do nome de Rischbieter para o cargo.[19] Novamente retornou à iniciativa privada, trabalhando como consultor para empresas de diversos filões mercantis.[7] Na década 1990, foi representante de acionista minoritários do Banco do Brasil e continuou trabalhando como membro administrativo de empresas do ramo alimentício como a Sadia e a Batavo.[20] Também na década de 1990, lançou seu primeiro livro chamado "Paul Garfunkel - um francês no Brasil", em edição bilíngue em português e francês em que conta a história de seu sogro, o pintor Paul Garfunkel.[21] Em 2008, lançou mais um livro, sua autobiografia chamada ""Fragmentos da Memória" que conta com prefácio do jornalista Mino Carta.[22] Nele, Rischbieter elogia com ressalvas a política econômica de Lula e Guido Mantega.[23] No ano de 2011, escreveu o livro "Outonal - Um Amor de Viagem pela Europa".[24] Vida pessoalFoi casado com a engenheira Francisca Maria Garfunkel Rischbieter, engenheira da prefeitura de Curitiba, com que teve dois filhos.[12] Francisca morreu vitimizada por um câncer aos sessenta anos.[25] Em março de 1994, após ficar viúvo, Carlos Rischbieter casou-se pela segunda vez, desta vez com Rosa Maria Beltrão.[21] Publicações
MorteRischbieter morreu em 2013 aos 85 anos vítima de enfisema pulmonar, após ficar alguns dias na UTI do hospital Santa Cruz, em Curitiba.[28][29] Referências
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